Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

032

 

Anápolis, 01 de janeiro de 2008

 

 

Ao senhor Josef e família

 

Prezado senhor, viva sempre unido a Nosso Senhor Jesus Cristo e não tenha medo das críticas e perseguições: “Cristo comigo, a quem temerei? Mesmo que as ondas se agitem contra mim, mesmo os mares, mesmo o furor dos príncipes: tudo isto me é mais desprezível que uma aranha” (Das Homilias de São João Crisóstomo).

 

Diante das dificuldades da vida que são inúmeras, não olhe para o chão, mas sim, para o alto e lembre-se de que existe uma recompensa eterna para aquele que perseverar até o fim; existe um Céu como prêmio para aquele que carregar com paciência, amor e alegria a cruz até o fim: “O céu é nossa pátria, lá Deus nos preparou o repouso numa eterna felicidade. Passamos pouco tempo neste mundo, mas neste pouco tempo temos muitas dores a sofrer” (Santo Afonso Maria de Ligório, A Prática do amor a Jesus Cristo, cap. V).

Caríssimo senhor Josef, viva escondido com a sua família no Amoroso Coração de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor, e Ele que sabe de tudo lhes ajudará: “Seu coração era meu repouso, meu retiro e minha força nas minhas fraquezas” (Santa Margarida Maria Alacoque, Carta 27).

Rezo para que vocês cresçam na santidade nesse ano que estamos iniciando. Rezo para que todos permaneçam mergulhados em Cristo Jesus.

Será que existe felicidade longe de Nosso Senhor? Não! Longe d’Ele tudo é tristeza e inquietação.

Será que existe paz fora de Seu Coração Santíssimo? Não! Somente em Cristo encontramos a mais pura paz.

Será que existe claridade longe da Luz Eterna? Não! Somente Nosso Senhor verdadeiramente nos ilumina.

Em Jesus Cristo está a verdadeira felicidade: “Quem pode fazer-me mais feliz do que Deus? N’Ele encontro tudo” (Santa Teresa dos Andes, Carta 81).

Cuidado para não buscar a felicidade, paz e alegria na planície do mundo; só é possível encontrá-las no Calvário, onde o Cordeiro Imaculado está crucificado: “Paixão de Jesus... Vamos todos a Jesus na Cruz. Um Deus crucificado! Junto de Ti não se sofre mais. Paixão de Jesus... Que eu possa sofrer tanto e contigo; é sempre para mim um dia de festa. Ó espinhos, ó Cruz, ó pregos, quantas vezes eu vos disse? Vingai sobre mim, não sobre Jesus. Ó Cruz, por que te vingas sobre Jesus? Sobre Jesus não, sobre mim... Estou na Cruz de verdade. Ó Cruz santa, contigo quero viver, contigo quero morrer. Agradeço-te, que por teu amor, me reténs na Cruz. Se Tu não me retivesses assim na Cruz, quantas vezes te haveria abandonado! Ó Paixão, Paixão de Jesus, eu te amo! Amo sim a Cruz, por que sei que a Cruz está sobre os ombros de Jesus. Paixão de Jesus!... Anjos do céu vinde, vinde todos a compadecer Jesus. Se eu devesse estar no mundo, um momento sequer sem sofrer, dir-te-ia: Faze-me morrer neste instante. Àquele mesmo cálice ao qual Jesus, aproximaste teus lábios, desejo beber eu também. Ó Jesus, eu sei que te é cara a Cruz... Peço-te: ou crucifica minha alma, ou faze-me morrer... Não te importes com o meu pranto: podes crucificar-me... Ó pudesse mergulhar na Paixão de Jesus como desejo!... Quando estarei toda imersa nas chagas do meu Jesus, naqueles espinhos, pregos, tormentos?... Meu Deus, a mim as tuas chagas. Elas são minhas e não mais tuas: quero-as. Sim, meu Jesus, as chagas que te fiz não são tuas, são minhas. Que eu sofra ó Jesus, que eu sofra sempre, e este sofrer me sirva de expiação. Quando meus lábios se aproximarem dos teus para beijar-te, faze-me sentir o teu fel. Quando meus ombros se apoiarem nos teus, faze-me sentir os teus flagelos. Quando tua carne se unir à minha, faze-me sentir tua paixão. Quando minha cabeça se aproximar da tua, faze-me sentir teus espinhos. Quando o meu coração se achegar ao teu, faze-me sentir tua lança, e Tu estarás sempre comigo – assim – na cruz. Ó Jesus eu te percebo: sinto o teu sangue que corre nas minhas veias. Jesus eu te sinto! Quem me separará de ti Jesus? A tribulação, talvez a cruz? Quanto me alegra, que depois de tanto cansada pelo combate, posso repousar-me um pouco junto ao Teu coração. E junto ao Teu coração, como se está bem... A cruz, pois, será minha consolação, minha doçura, glória minha. Mesmo se gemer os meus sentidos, se entristecer o amor próprio, tremendo as paixões, se ressentir a natureza... Se eu for tua companheira nas penas, sê-lo-ei também na glória” (Santa Gema Galgani).

Deus lhe pague pelo bolo de amendoim com leite de coco, fizemos uma grande festa.

Rezarei sempre por vocês, de um modo especial pelo menino Joannes, para que se recupere o quanto antes.

Lembre-se continuamente de que existe um Céu a conquistar. Avante! O Paraíso é a Pátria dos batalhadores, ousados e valentes.

Eu os abençôo e os guardo no Coração Santíssimo de Cristo Jesus, nosso Rei e Senhor: “Todas as mais amargas amarguras não são mais que doçura neste adorável Coração, onde tudo se muda em amor” (Santa Margarida Maria Alacoque, Carta 5).

 

Atenciosamente,

 

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

 

Outras cartas