Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

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Anápolis, 06 de agosto de 2011

 

À minha querida tia Lourdes

Goiânia – GO

 

Caríssima, suporte com paciência e alegria as enfermidades: “Os enfermos são as meninas dos olhos de Deus” (São Camilo de Lellis).

 

Não conseguimos entender alguns obstáculos que surgem pelo caminho, mas é preciso inclinar a cabeça diante do Criador e prometer fazer sua santa vontade: “Toda a santidade consiste em amar a Deus, e todo o amor a Deus consiste em fazer a sua vontade. Devemos, pois, acolher sem reserva todas as disposições da Providência a nosso respeito e, consequentemente, abraçar em paz tudo o que nos acontece de favorável ou desfavorável, nosso estado de vida, nossa saúde, tudo o que Deus quer” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Muitos católicos fogem da cruz e se revoltam contra Jesus Cristo... buscam uma vida longe do Calvário trilhando o caminho espaçoso que conduz à perdição.

Quando surgirem à nossa frente duas coroas: uma de rosas e outra de espinhos; escolhamos sem pestanejar a de espinhos, “porque é essa a coroa de Cristo Jesus” (Santa Gema Galgani).

Numa igreja de Pisa, Cristo apareceu a Santa Catarina de Sena, mostrando-lhe duas coroas: uma de ouro e outra de espinhos. E dizia-lhe: “Tu tens de trazer estas duas coroas, mas em tempos diferentes: se agora trouxeres a de ouro, terás a de espinhos por toda a eternidade”.

Santa Catarina respondeu: “Ó Senhor, vós sabeis que a minha escolha está feita há longo tempo...” E, estendendo os braços, tomou a coroa de espinhos, beijou-a e colocou-a na cabeça.

Querida tia, eis aí porque os santos, que são os verdadeiros sábios da vida, carregaram com alegria a cruz; antes, procuravam-na com empenho.

Sem padecer não se entra no reino eterno da alegria: “É preciso passar por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus” (At 14, 22).

Infeliz do católico que procura desesperadamente a coroa de rosas. Como se pode pretender ser irmão de Cristo quando se procura a coroa de rosas, ao passo que ele está coroado de espinhos?

Tomemos, pois, a nossa cruz para carregar, e o pensamento do prêmio que nos espera infundir-nos-á coragem.

A vontade de Deus... somente a sua vontade nos interessa... o Senhor Deus está por detrás de tudo: “Se é Deus quem tudo opera, de onde virão a dor, a infelicidade, a miséria, o pecado e a maldade? A afirmação de que não se pode de modo algum relacionar Deus com o sofrimento incompreensível dos inocentes é destituída de validade. A dor dos inocentes está relacionada com Deus porque o acaso não existe. Em última instância, tudo depende do Senhor, que é sempre a origem. Portanto, seja como for, por trás de tudo está Ele. Só podemos dizer que o pecado e a maldade foram determinados e originados diretamente por Ele, porque semelhante afirmação seria pura e simplesmente incompatível com a essência divina. Digamos apenas que Deus permite a maldade. Deus criou os homens como seres livres; deixa-lhes, portanto, a liberdade no querer e no agir, e, por isso, para não destruir a liberdade humana, permite o que não quer” (Pe. Richard Gräf).

Querida tia, os doentes são amados por Nosso Senhor... a senhora é amada pelo Senhor. Jesus Cristo deu aos apóstolos como primeiro programa: “Cuidai dos enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios” (Mt 10, 8).

O Pe. João Colombo escreve: “Os doentes são o próprio Jesus que sofre, que espera conforto. São a parte mais sensível do Corpo Místico”.

Se é Deus quem permite, olhemos para as enfermidades como carinhos vindos do nosso Criador... nada de reclamar contra o Ele... ninguém deve se rebelar contra os carinhos do Deus Eterno: “Crer que um Ser chamado Amor, habita em nós, constantemente dia e noite; que nos pede que vivamos em sociedade com ele; que recebamos de igual modo, como procedente diretamente do seu amor, a alegria e o sofrimento” (Bem-aventurada Elisabete da Trindade).

Traga sempre perto da senhora o crucifixo e uma imagem de Nossa Senhora das Dores: “Jesus é chamado Rei das dores e Rei dos mártires, porque em sua vida mortal padeceu mais que todos os outros mártires. Assim também é Maria chamada com razão Rainha dos Mártires, visto ter suportado o maior martírio que se possa padecer depois das dores de seu Filho” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Dia 13 desse mês (sábado), irei visitá-la para rezarmos o Santo Terço e meditarmos a Sagrada Paixão de Nosso Senhor.

Eu te abençôo e te guardo no Imaculado Coração de Maria Virgem.

Respeitosamente,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

 

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