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				Anápolis, 04 de novembro de 2015 
				  
				
				À senhora Concepción Aguilar Tomicha 
				
				Puerto Quijarro - Arroyo Concepción – Bolívia 
				  
				
				Caríssima senhora, suporte as dores do câncer por 
				amor a Jesus Cristo; viva mergulhada na Sagrada Paixão de Nosso 
				Senhor: “O 
				monte Calvário é o monte dos amantes. Todo o amor que não tiver 
				por origem a Paixão do Salvador é frívolo e perigoso” 
				(São Francisco de Sales, Tratado do amor de Deus, 
				Livro XII, cap. XIII). 
				
				É muito difícil suportarmos a dores longe da 
				Paixão do nosso Salvador; mas olhando o Senhor na cruz, então 
				nos conformamos. 
				
				Assim como o peixe mergulha nas águas do oceano, 
				a senhora deve também mergulhar na Sagrada Paixão de Nosso 
				Salvador. Na Paixão de Cristo nos sentimos seguros e 
				fortalecidos: 
				“Ó Cruz faz um pouco de espaço para mim junto a Jesus... Ó 
				quando será que ardentemente apertarei entre os braços a minha 
				Cruz? Ó Cruz santa deixa que eu te abrace! Longe de ti jamais 
				encontro paz. Sim, é justamente na Cruz que coloquei toda a 
				minha força. Ó Cruz, junto de ti me sinto forte. É sobre a Cruz 
				que aprendi a amar-Te Jesus. Procuro-Te e Te encontro sempre 
				sobre a Cruz. Ó Cruz santa, recebe-me junto a Jesus. Tu morreste 
				sobre a Cruz, nela, faze-me morrer também... Amo a Cruz, a Cruz 
				somente. Amo-a, porque primeiramente Tu a amaste Jesus... Sim, 
				eu a quero, sim, eu a quero Jesus... Glorio-me, Jesus, nas 
				tribulações e te agradeço mil vezes por me tornar sempre mais 
				semelhante a Ti, partícipe dos teus sofrimentos. Sou um fruto da 
				tua Paixão, um rebento de tuas chagas” (Santa 
				Gema Galgani). 
				
				Jamais abandone a Sagrada Paixão do Amado Senhor; 
				pelo contrário, viva sempre mergulhada nela: 
				“Vale mais uma lágrima 
				derramada ao lembrar-se da Paixão, do que o jejum a pão e água 
				em cada semana” (Santo Agostinho). 
				
				Prezada, o melhor remédio para suportar a dor de 
				um câncer é lembrar que Jesus Cristo sofreu desde o ventre 
				materno... sofreu durante a vida oculta... durante a vida 
				pública... sofreu terrivelmente na Sagrada Paixão... a 
				vida de Jesus foi uma oceano de dores: 
				“Nem ainda Jesus Cristo Nosso Senhor 
				esteve, enquanto viveu, uma hora sem padecer”
				(Tomás de Kempis, Imitação de Cristo, Livro II, 
				Capítulo XII). 
				
				Não é fácil, mas devemos olhar para Jesus 
				Crucificado e carregarmos com paciência, amor e alegria as 
				cruzes de cada dia. 
				
				Jesus Cristo é o nosso modelo perfeito no 
				sofrimento. 
				
				Subamos ao Calvário! 
				
				Contemplamos o Servo Sofredor carregando a 
				pesadíssima cruz às costas. Ele não para nem desanima, o Seu 
				Generoso Coração pulsa de amor pelos pecadores. 
				
				Subamos ao Calvário! 
				
				Não nos detenhamos na planície da vida fácil e da 
				“poltronice”, porque essa é a atitude de quem não ama o 
				Divino Amigo. 
				
				Subamos ao Calvário! 
				
				Ouçamos a voz do Inocentíssimo Cordeiro nos 
				convidando: “Se 
				alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e 
				siga-me” (Mt 16, 24). 
				
				Ele disse: 
				“...siga-me!” 
				
				Está claro que Ele vai à frente com a cruz às 
				costas, e nós, por amor e não obrigados, vamos logo atrás. 
				
				Subamos ao Calvário! 
				
				O Senhor caminha à frente com a cruz às costas, 
				façamos-Lhe companhia, carregando com amor e alegria a nossa 
				cruz de cada dia. 
				
				Subamos ao Calvário! 
				
				Não é correto ficarmos encostados no sopé do 
				Calvário, essa atitude é de covardes e indiferentes que não amam 
				o Doce Senhor. 
				
				Subamos ao Calvário! 
				
				No cume desse monte encontraremos o Esposo Fiel 
				de nossa alma: 
				“O monte Calvário é o monte dos amantes. Todo o amor que não 
				tiver por origem a Paixão do Salvador é frívolo e perigoso”
				(São Francisco de Sales). 
				
				Subamos ao Calvário! 
				
				Nada de desânimo ou semblante fechado, mas 
				caminhemos decididamente. Se pelo caminho encontrarmos pedras e 
				espinhos, não desçamos nem paremos, mas com o coração ardendo de 
				amor pelo Inocente Cordeiro, firmemos os nossos passos. 
				
				Subamos ao Calvário! 
				
				O Senhor nos chama. Não deixemos que a carne e o 
				mundo sufoquem a voz do Amado Senhor. Sejamos dóceis e 
				obedientes Àquele que caminha à nossa frente. Ele quer nos levar 
				para o cume do monte onde cantaremos vitória; enquanto que a 
				carne e o mundo querem nos arrastar para a planície dos vícios, 
				para macularem a nossa alma imortal. 
				
				Estimada senhora, lembre-se de que DEUS 
				ESTÁ POR TRÁS DE TUDO, NÃO SE ESQUEÇA DISSO. TUDO O QUE ACONTECE 
				NA NOSSA VIDA OU É PERMISSÃO D’ELE OU A SUA SANTA VONTADE. 
				
				Se é Deus quem tudo opera, de onde virão a dor, a 
				infelicidade, a miséria, o pecado e a maldade? A afirmação de 
				que não se pode de modo algum relacionar Deus com o sofrimento 
				incompreensível dos inocentes é destituída de validade. A dor 
				dos inocentes está relacionada com Deus porque o acaso não 
				existe. Em última instância, tudo depende do Senhor, que é 
				sempre a origem. Portanto, seja como for, por trás de tudo está 
				o Senhor. Só não podemos dizer que o pecado e a maldade foram 
				determinados e originados diretamente por Deus, porque 
				semelhante afirmação seria pura e simplesmente incompatível com 
				a essência divina. Digamos apenas que deus permite a maldade. 
				Deus criou os homens como seres livres; deixa-lhes, portanto, a 
				liberdade no querer e no agir, e, por isso, para não destruir a 
				liberdade humana, permite o que não quer. MAS TUDO AQUILO 
				QUE NOS ATINGE É VONTADE DE DEUS 
				(Pe. Richard Gräf). 
				
				Caríssima senhora, viva unida a Jesus Cristo 
				crucificado... ofereça as dores pela conversão dos pequenos e 
				grandes pecadores. Se não conseguir rezar por causa das dores, 
				ofereça o sofrimento como oração: 
				“Nas doenças procuremos resignar-nos inteiramente à vontade do 
				Senhor; com isso agradar-lhe-emos mais do que com qualquer outra 
				prática de piedade. Se então não pudermos meditar, olhemos para 
				o crucifixo e ofereçamos a Jesus nossos sofrimentos em união com 
				os que ele sofreu por nós na cruz”
				(Santo Afonso Maria de Ligório, A prática do amor 
				a Jesus Cristo). 
				
				Rezo pela senhora, pelo seu esposo, senhor Aldo, 
				pelos seus filhos e filha. Que todos tenham muita paciência e fé 
				nesse momento difícil. 
				
				Que a Paixão do Querido Jesus enteja em nossos 
				corações. 
				
				Com respeito, 
				  
				
				Pe. Divino 
				Antônio Lopes FP (C) 
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