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Anápolis, 02 de janeiro de 2025

 

Senhor José Reinaldo Tavares de Souza e

Senhora Donizete Aparecida Ramos Lopes de Souza

 

Caríssimos, que o Deus Eterno e Poderoso esteja sempre com vocês! Parabéns pelos 46 anos de matrimônio (bodas de alabastro).

Hoje, infelizmente, milhares de casais estão comemorando “bodas de lama”, porque vivem apenas 3 meses unidos… e se separam com brigas, assassinatos ou processos. São irresponsáveis e imaturos!

Parabéns pela perseverança no matrimônio! Passaram por muitas dificuldades… venceram “túneis” escuros… vales “tenebrosos”… escalaram altas “montanhas”… foram provados e suportaram tudo com paciência e confiança no Deus que tudo pode: “… com meu Deus eu salto a muralha” (Sl 18,30). Grande exemplo para os moleques e molecas de hoje, que estão brincando com o matrimônio.

O matrimônio não é brincadeira; mas sim, foi deixado por Deus… é um sacramento.

Feliz do casal que medita sobre as colunas que sustentam o matrimônio!

 

1.ª coluna: O temor de Deus.

 

O lar cristão deve ser construído sobre esta rocha, e não sobre as areias movediças do namoro, da formosura, da riqueza e da ambição. O amor conjugal deve basear-se em Deus.

Rocha: “Assim, todo aquele que ouve essas minhas palavras e as põem em prática será comparado a um homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha. Por outro lado, todo aquele que ouve essas minhas palavras, mas não as pratica, será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande sua ruína” (Mt 7,24-27).

Se o casal não tem uma amizade íntima e profunda com Deus, está correndo grande perigo. Essa amizade deve ser constante; sem a presença de Deus, o casal não pode perseverar até o fim.

Areias movediças:

Namoro: Tempo de namoro não sustenta casamento. Muitos colocam como base o tempo de namoro e não a presença de Deus.

Formosura: Beleza física também não salva casamento. Muitas moças casam com pão e passam fome.

Riqueza: Dinheiro também não salva o casamento.

Ambição: Casa não por amor, e sim, por interesse, porque a pessoa é famosa, estudada…

 

2.ª coluna: Espiritualidade profunda.

 

Oração: “A oração familiar tem as suas características. É uma oração feita em comum, marido e mulher juntos, pais e filhos juntos” (São João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris Consortio, 59), e: “A dignidade e a responsabilidade da família cristã como Igreja doméstica só podem, pois, ser vividas com a ajuda incessante de Deus, que não faltará, se implorada com humildade e confiança na oração” (Idem).

 

Entre os atos para adquirir uma espiritualidade profunda, enumero os seguintes:

 

a) Santa Missa: “Cada fiel deve voluntariamente… participar frequentemente dos sacramentos, sobretudo da Eucaristia” (Constituição Dogmática Lumen Gentium, 42), e: “A Igreja obriga os fiéis ‘a participar da divina liturgia aos domingos e nos dias festivos e a receber a Eucaristia pelo menos uma vez ao ano, se possível no tempo pascal, preparados pelo sacramento da reconciliação. Mas recomenda vivamente aos fiéis que recebam a Santa Eucaristia nos domingos e dias festivos, ou ainda com maior frequência, e até todos os dias” (Catecismo da Igreja Católica, 1389).

b) Santo Terço: São João Paulo II pergunta: “Rezais o terço em família?” (Exortação Apostólica Familiaris Consortio, 60).

Seria bem melhor se cada família rezasse diariamente não só o Santo Terço, mas, o Santo Rosário.

c) Confissão: “Apesar de não ser estritamente necessária, a confissão das faltas cotidianas (pecados veniais) é vivamente recomendado pela Igreja. Com efeito, a confissão regular dos nossos pecados nos ajuda a formar a consciência, a lutar contra nossas más tendências, a ver-nos curados por Cristo, a progredir na vida do Espírito. Recebendo mais frequentemente, através deste sacramento, o dom da misericórdia do Pai, somos levados a ser misericordiosos como ele” (Catecismo da Igreja Católica, 1458).

d) Leitura Espiritual: “Exorta igualmente o Santo Sínodo a todos os fiéis cristãos, principalmente aos Religiosos, com veemência e de modo peculiar a que, pela frequente leitura das Divinas Escrituras, aprendam ‘a eminente ciência de Jesus Cristo’ (Fl 3,8)” (Constituição Dogmática Dei Verbum, 25).

 

3.ª coluna: Respeito mútuo.

 

É uma exigência natural. Amor e respeito se condicionam e se completam. Respeito é impossível sem amor.

Para que possa haver respeito mútuo é importante:

Boa educação. Muitas mulheres pensam que casaram com um príncipe, e depois descobrem que foi com o cavalo do príncipe.

Evitar palavras grosseiras: “Toda palavra pesada e injuriosa, assim como toda malícia, sejam afastadas de entre vós” (Ef 4,31).

Evitar o ciúme. Ele é um grande inimigo da felicidade conjugal, é incompatível com o respeito recíproco: “Não tenhas ciúmes de tua amada esposa, para não lhe ensinares o mal contra ti” (Eclo 9,1). O ciúme já destruiu muitos casamentos.

 

4.ª coluna Paciência mútua.

 

Sujeitos ambos a muitas fraquezas, a paciência se impõe como necessidade absoluta. A palavra do Evangelho sobre o perdão que se deve dar não sete, mas setenta vezes sete, tem sua aplicação mais próxima na vida matrimonial: “Então Pedro chegando-se a ele, perguntou-lhe: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu-lhe: ‘Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete” (Mt 18,21-22).

Com a paciência devem se irmanar:

Bondade: “… revesti-vos de sentimentos de… bondade” (Cl 3,12). Todos querem ser tratados com bondade.

Amabilidade: “Finalmente, irmãos, ocupai-vos com tudo o que é… amável” (Fl 4,8).

 

5.ª coluna: Disciplina de casa.

 

Na educação dos filhos e no tratamento doméstico: “Para os filhos são eles os primeiros anunciadores e educadores da fé. Formam-nos para a vida cristã e apostólica pela palavra e pelo exemplo” (Decreto Apostolicam Actuositatem, 11).

Os filhos têm direito a uma boa educação da parte dos pais, pela palavra, pelo exemplo e pela vigilância: “Porque deram vida aos filhos, contraem os pais o dever gravíssimo de educar a prole. Por isso, hão de considerar-se como seus primeiros e principais educadores. Essa tarefa educacional se revela de tanta importância, que onde quer que falhe dificilmente poderá ser suprida” (Declaração Gravissimum Educationis, 3).

Como os bons filhos são uma bênção do céu, os maus filhos são um castigo para os pais que não souberam cumprir seu dever.

Desejo ao querido casal muita paz, união, alegria… e principalmente que caminhe na presença do Deus Eterno, nosso Pai e Criador.

Com respeito.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

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