Anápolis, 29 de
janeiro de 2008
À ex-monja carmelita Valéria Isabel
da Trindade
Prezada ex-monja carmelita, lute
fervorosamente para salvar a sua alma imortal:
“Salvar a minha alma é negócio pessoal.
Não posso descansar em ninguém, nem com ninguém repartir o trabalho”
(São Pedro Julião Eymard, A
Divina Eucaristia, Vol. 3).
Fiquei surpreso ao saber que você
deixou o “pombalzinho” carmelita para viver entre os
“abutres” desse mundo. Meu Deus, quanto regresso! Bem escreveu o
verdadeiro carmelita São João da Cruz:
“... no caminho da perfeição, não ir adiante é recuar; e não ir
ganhando é ir perdendo” (Subida do Monte Carmelo, Livro I,
Capítulo XI, 5). Com certeza
você não foi adiante nem ganhando, por isso, recuou e perdeu. Que
tragédia!
Em uma carta, de 20 de setembro de
2006, lhe escrevi:
“Recebi a vossa carta e fiquei muito feliz
com mais esse passo que você dará na vida religiosa, lembro-lhe que
é mais um passo, porque para triunfar é preciso ser fiel a Nosso
Senhor até o fim: ‘Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse
será salvo’ (Mt 10, 22), e: ‘Muitos começam bem, mas
poucos são os que perseveram’ (São Jerônimo), e também:
‘Lançaste mão do arado: principalmente a viver bem; portanto, agora,
mais do que nunca, deves recear e tremer...’ (Santo Afonso
Maria de Ligório).
No mundo existem
centenas de ex-monjas que começaram bem, mas não foram fiéis ao
Senhor Deus, e por isso fracassaram. Esteja sempre atenta para não
naufragar: ‘Sede sóbrios e vigilantes! Eis que o vosso adversário, o
diabo, vos rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar.
Resisti-lhe, firmes na fé’ (1 Pd 5, 8-9).
Em 2003 recebi uma
carta sua, onde você dizia que continuava a mesma pessoa, e eu lhe
escrevi no dia 19 de março de 2003: ‘Você disse na sua carta que
continua a mesma, que não mudou nada, asseguro-lhe que isso é
perigoso para a sua alma’.
Caríssima monja
Valéria, quem sabe você fez um sério exame de consciência e decidiu
buscar a santidade com afinco. É muito perigoso viver estacionado na
vida espiritual, principalmente você que é uma religiosa
contemplativa. São João da Cruz, o verdadeiro carmelita escreve:
‘…no caminho da perfeição, não ir adiante é recuar; e não ir
ganhando é ir perdendo” (Subida do Monte Carmelo, Livro I,
Capítulo XI, 5)”.
Até parece que estava prevendo o seu futuro fracasso.
No convite para os votos
perpétuos você escreveu: “Eu me entrego livremente por Cristo,
com ardente coração eu quero amá-lo. Desejo ser sua esposa para
sempre”. O “para sempre” seu significa um ano? Ainda bem
que tenho as duas cartas arquivadas.
Cuidado! Viva sempre na
presença de Deus e fuja dos laços do mundo. Não se esqueça de que
existe um Julgamento após a morte.
Afinal, o que você fez
durante os seis anos de preparação dentro de um mosteiro? Como você
teve a coragem de fazer os votos perpétuos? De brincar com algo tão
sério? Que Deus lhe ajude a perseverar no caminho da luz.
Envio-lhe o livro
Preparação para a Morte; por favor, leia-o e medite-o.
Assista ao filme de Santa
Teresa dos Andes; quem sabe você acorda.
Eu te abençôo e te guardo
no Coração de Nosso Senhor.
Pe. Divino Antônio
Lopes FP.
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