Anápolis, 12 de dezembro de 2011
À Revma. Madre Laura de Nossa Senhora das
Dores
Anápolis - GO
Prezada Madre Laura, ame a Deus de todo o
coração, alma e força... não se
poupando, mas trabalhando com garra e
otimismo para a glória do Criador:
“O cristão que se
poupa, que calcula para dar a Deus o mínimo indispensável,
de modo a não lhe ser traidor, que vive procurando antes
fugir da cruz que carregá-la, antes defender-se que
renunciar-se, antes salvar a própria vida que sacrificá-la,
não é discípulo de Cristo. Se não nos é dado testemunhar
nosso amor e nossa fé com o martírio do sangue, devemos,
todavia, testemunhá-los abraçando com generoso coração todos
os deveres que o seguimento de Cristo impõe, sem recuar
perante o sacrifício”
(Pe. Gabriel de Santa Maria
Madalena).
É vergonhoso e revoltante
ver muitos jovens (rapazes e moças) buscando
conventos e seminários com segundas intenções... querendo
viver na mordomia, na “poltronice”
e na boa vida; isso é vergonhoso
e inaceitável.
Jesus Cristo não ofereceu vida cômoda
e relaxada para os seus seguidores; mas sim,
vida de cruz, renúncia e desapego:
“Se alguém quer vir após mim,
negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”
(Mt 16, 24).
Nosso Senhor disse:
“Se alguém quer vir após mim”.
Está claro que o
Senhor não obriga ninguém a segui-Lo. Mas para entrar no
Céu, para se salvar e para ter parte com Ele na Vida Eterna
é preciso segui-Lo... o caminho da cruz é o único que nos
leva ao Céu:
“Um cristão, mais do que qualquer outra
pessoa, deve contar sempre e por toda a parte com a cruz e o
sofrimento”
(Pe. Richard Gräf).
Não se segue a
Cristo Jesus com as mãos abanando, mas sim, com a cruz
às costas. Ele disse:
“... tome a sua
cruz”.
Está claro que a cruz não deve ser arrastada, mas carregada:
“A
cruz que arrastamos torna-se mais pesada do que a que
carregamos”
(Santa Teresa de Jesus).
Muitos formadores
estão ensinando um cristianismo sem cruz para os
vocacionados, convidando-os a entrarem pelo caminho espaçoso
que conduz à perdição eterna... caminho sem Deus e longe da
verdadeira felicidade.
São João da Cruz
ensina a esses formadores irresponsáveis que o caminho do
Céu é o estreito:
“... Se em algum tempo, meu filho, alguém
quiser persuadi-lo – seja ele prelado ou não – a seguir
alguma doutrina de liberdades e facilidades, não lhe dê
crédito nem a abrace ainda que ele a confirme com milagres.
Dê, antes, preferência à penitência e ao maior desapego de
todas as coisas; e não busque a Cristo sem cruz”.
Prezada Madre,
parabéns pelo seu aniversário! Aproveite dessa data para
pedir a Nosso Senhor vocações que amam o sacrifício
e a mortificação. A vida aqui na terra deve
ser de penitência:
“Teremos uma
eternidade inteira para repousarmos”
(São João Bosco).
O nosso coração é
um jardim em que sempre nascem ervas selvagens. É preciso,
portanto, ter continuamente na mão a enxadinha da santa
mortificação para arrancá-las e lançar fora do jardim; do
contrário, nossa alma converter-se-á num matagal de abrolhos
e urtigas.
“Vence-te a ti
mesmo”.
Esse era o grande princípio adotado por Santo Inácio de
Loiola e o assunto ordinário das conferências familiares a
seus Religiosos:
“Vencei o amor próprio, quebrai a própria
vontade”.
E dizia que, mesmo entre as pessoas dadas à oração, poucas
se santificam, porque são poucas as que se aplicam a vencer
a si mesmas:
“De cem pessoas de oração, mais de noventa
agem por própria vontade”.
Pelo que o Santo dava mais importância a um ato de
mortificação da própria vontade que a muitas horas de oração
cheias de consolações espirituais. Dizia:
“Para que serve ter
fechadas as portas de uma praça, se o inimigo interior, isto
é, a fome a todos aflige?”
Isto é: para que
serve mortificar os sentidos exteriores e fazer outros
exercícios devotos, quando se conserva no coração alguma
paixão, como o apego à própria vontade ou outro inimigo
semelhante, que põe tudo em ruína?
Que o Deus Eterno
lhe dê muita força e perseverança
para trabalhar sempre com dedicação e
alegria pelo bem das almas.
Parabéns pela sua
dedicação!
Lembre-se
continuamente da FELICIDADE ETERNA, essa
jamais terá fim... para conquistá-la vale a pena sofrer
todos os tormentos aqui na terra:
“Para conquistar o
céu todo sofrimento é pouco”
(São José Calazans).
Quando a cruz
pesar, leia várias vezes esse trecho da Carta de São Paulo
aos Romanos 8, 18:
“Os sofrimentos do
tempo presente não têm proporção com a glória que deverá se
revelar em nós”.
Eu te abençôo e te
guardo no Santíssimo Coração de Cristo Jesus.
Atenciosamente,
Pe. Divino Antônio
Lopes FP.
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