Anápolis, 12 de janeiro de
2009
Ao Revmo. Pe. Irço Ferreira
das Neves
Digníssimo filho de Santo
Antônio Maria Claret
Prezado sacerdote, que a
caridade esteja em seus lábios:
“Aquele que não peca no falar
é realmente um homem perfeito, capaz de refrear todo o seu
corpo” (Tg 3, 2).
Fiquei sabendo através de um
nosso benfeitor de Goiânia sobre as suas atrozes calúnias
contra os membros do meu Instituto; por isso, resolvi
escrever-lhe para fazer uma pergunta:
O senhor sabe que calúnia é
pecado mortal? O que o senhor ganha em caluniar o
próximo?
O Catecismo da Igreja Católica
ensina:
“Maledicência e calúnia destroem a reputação e a honra do
próximo. Ora, a honra é o testemunho social prestado à
dignidade humana. Todos gozam de um direito natural à honra
do próprio nome, à sua reputação e ao seu respeito. Dessa
forma, a maledicência e a calúnia ferem as virtudes da
justiça e da caridade”
(2.479).
Depois de caluniar o próximo,
o senhor consegue celebrar tranquilamente a Santa Missa e
dormir sossegado?
Quem calunia o próximo tem o
dever de reparar:
“Toda falta cometida
contra a justiça e a verdade impõe o dever de reparação,
mesmo que seu autor tenha sido perdoado. Quando se torna
impossível reparar um erro publicamente, deve-se fazê-lo em
segredo; se aquele que sofreu o prejuízo não pode ser
diretamente indenizado, deve-se dar-lhe satisfação
moralmente, em nome da caridade. Esse dever de reparação se
refere também às faltas cometidas contra a reputação de
outrem. Essa reparação, moral e às vezes material, será
avaliada na proporção do dano causado e obriga em
consciência” (Catecismo da Igreja
Católica, 2.487).
Seguindo o exemplo
de seu fundador, Santo Antônio Maria Claret, rezarei pelo
senhor, para que Deus o ajude a ser mais prudente e caridoso:
“Disseram de mim todas as vilezas que se possam imaginar e
levantaram contra mim calúnias feias e repugnantes. Eu me
calei, sofri e alegrei-me no Senhor, porque me presenteou
com um pouco do cálice amargo de sua Paixão. Recomendei a
Deus os caluniadores depois de tê-los perdoado e amado com
todo o meu coração”
(Autobiografia, 628).
O senhor já leu e meditou a
Autobiografia de seu fundador? Aconselho-te a lê-la.
Concluo essa simples carta
dando-lhe um conselho.
Caríssimo sacerdote, não tenha
vergonha de seus cabelos brancos; por isso, pare de
lambuzar a sua cabeça com tinta preta, isso
não fica bem para um ministro de Deus: “... cabelos
negros são vaidade” (Ecl 11, 10).
Rezo para que Deus o abençoe e
que o ano de 2009 seja de grande crescimento espiritual em
sua vida.
Respeitosamente,
Pe. Divino Antônio Lopes FP. |