Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

Carta 23

Anápolis, 12 de janeiro de 2009

Ao Revmo. Pe. Irço Ferreira das Neves

Digníssimo filho de Santo Antônio Maria Claret

 

Prezado sacerdote, que a caridade esteja em seus lábios: “Aquele que não peca no falar é realmente um homem perfeito, capaz de refrear todo o seu corpo” (Tg 3, 2).

 

Fiquei sabendo através de um nosso benfeitor de Goiânia sobre as suas atrozes calúnias contra os membros do meu Instituto; por isso, resolvi escrever-lhe para fazer uma pergunta:

O senhor sabe que calúnia é pecado mortal? O que o senhor ganha em caluniar o próximo?

O Catecismo da Igreja Católica ensina: “Maledicência e calúnia destroem a reputação e a honra do próximo. Ora, a honra é o testemunho social prestado à dignidade humana. Todos gozam de um direito natural à honra do próprio nome, à sua reputação e ao seu respeito. Dessa forma, a maledicência e a calúnia ferem as virtudes da justiça e da caridade” (2.479).

Depois de caluniar o próximo, o senhor consegue celebrar tranquilamente a Santa Missa e dormir sossegado?

Quem calunia o próximo tem o dever de reparar: “Toda falta cometida contra a justiça e a verdade impõe o dever de reparação, mesmo que seu autor tenha sido perdoado. Quando se torna impossível reparar um erro publicamente, deve-se fazê-lo em segredo; se aquele que sofreu o prejuízo não pode ser diretamente indenizado, deve-se dar-lhe satisfação moralmente, em nome da caridade. Esse dever de reparação se refere também às faltas cometidas contra a reputação de outrem. Essa reparação, moral e às vezes material, será avaliada na proporção do dano causado e obriga em consciência” (Catecismo da Igreja Católica, 2.487).

Seguindo o exemplo de seu fundador, Santo Antônio Maria Claret, rezarei pelo senhor, para que Deus o ajude a ser mais prudente e caridoso: “Disseram de mim todas as vilezas que se possam imaginar e levantaram contra mim calúnias feias e repugnantes. Eu me calei, sofri e alegrei-me no Senhor, porque me presenteou com um pouco do cálice amargo de sua Paixão. Recomendei a Deus os caluniadores depois de tê-los perdoado e amado com todo o meu coração” (Autobiografia, 628).

O senhor já leu e meditou a Autobiografia de seu fundador? Aconselho-te a lê-la.

Concluo essa simples carta dando-lhe um conselho.

Caríssimo sacerdote, não tenha vergonha de seus cabelos brancos; por isso, pare de lambuzar a sua cabeça com tinta preta, isso não fica bem para um ministro de Deus: “... cabelos negros são vaidade” (Ecl 11, 10).

Rezo para que Deus o abençoe e que o ano de 2009 seja de grande crescimento espiritual em sua vida.

Respeitosamente,

                                                               Pe. Divino Antônio Lopes FP.