Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

Carta 25

Anápolis, 23 de setembro de 2010

 

Ao Frei Rubens Sevilha, Carmelita Descalço

São Paulo – SP

 

Caríssimo, guarde cuidadosamente a sua língua dentro da boca e só fale aquilo que pode provar: “Pondere bem que, se aos simples fiéis, Deus pedirá rigorosas contas no dia do juízo de uma palavra ociosa, com quanto maior razão não o fará ao religioso, cuja vida e obras lhe são inteiramente consagradas” (São João da Cruz, Pequenos tratados espirituais 8).

 

Fiquei sabendo através de uma Irmã do meu Instituto, que o Senhor, “inchado” como um porco espinho, vomitou calúnias contra nós, principalmente contra a minha pessoa.

Prezado, lhe perdoamos de coração pelas calúnias, maledicências, mentiras... e rezamos para que o senhor seja prudente quando abrir a boca, porque: “Há quem tem dentes como navalhas e queixos iguais aos punhais” (Pr 30, 14).

Caríssimo Frei Carmelita, depois de caluniar uma pessoa, o senhor consegue celebrar a Santa Missa sem antes se confessar? Consegue dormir tranquilo e dar bons conselhos aos penitentes no confessionário? Tem coragem de pregar sobre a língua e sobre a caridade?

Leia, prezado Frei Rubens, esses pensamentos sobre a LÍNGUA; com certeza lhe ajudará muito.

 

1. São João da Cruz, o VERDADEIRO CARMELITA, escreve: “Refreie muito a língua e o pensamento e traga continuamente o afeto em Deus; assim se lhe aquecerá o espírito divinamente”, e: “Fale pouco, e só se meta nas coisas em que for perguntado”, e também: “Melhor é vencer-se na língua que jejuar a pão e água”.

O senhor, por ser Carmelita, deve conhecer muito bem esses pensamentos de São João da Cruz; agora só falta colocá-los em prática.

 

2. São João Maria Vianney escreve: “Mas a maioria fala mal por leviandade, por uma espécie de mania de falar, sem examinar se é verdade ou não. Têm necessidade de falar... Para que haja qualquer motivo que os faça agir, não se acanham em difamar a reputação do próximo... Creio que o pecado de maledicência encerra em si quase tudo o que há de pior. Sim, este pecado contém o veneno de todos os vícios, a baixeza das vaidades, o veneno do ciúme, a aspereza da ira, o rancor do ódio e a desconsideração tão indigna num cristão... Com efeito, é a maledicência que semeia por toda parte a discórdia, a divisão, que gera a discórdia entre os amigos...”

 

3. O Catecismo da Igreja Católica ensina: “Maledicência e calúnia destroem a reputação e a honra do próximo” (2479).

 

Prezado Frei Rubens, o ódio contra a minha família religiosa é grande. Somos perseguidos por bispos e padres, mas isso não é novidade: “O sacerdote deve temer mais os que lhe estão próximos, inclusive os colegas de cargo” (São João Crisóstomo, O sacerdócio, Livro III, 14).  Podem nos odiar à vontade, jamais seremos da Teologia da Libertação e da Renovação Carismática. Não aceitamos o chamado de Deus para sermos VAQUEIROS e REBOLADORES.

Por falar em VAQUEIRO, seria muito bom se o senhor usasse ao menos um sinalzinho de consagrado.

 

Frei Rubens vestido de vaqueiro

 

A Santa Igreja ensina: “O presbítero deve ser reconhecido antes de tudo pelo seu comportamento, mas TAMBÉM pelo VESTIR, de maneira a ser imediatamente perceptível pelos fiéis, melhor ainda pelos homens, a sua identidade e pertença a Deus e à Igreja” (Diretório para o ministério e a vida do presbítero, 66).

O senhor já percebeu que muitos padres estão pintando o cabelo. Não adianta LAMBUZAR a cabeça de tinta preta se a cara está igual a jenipapo murcho: “... pois juventude e cabelos negros são vaidade” (Ecl 11, 10), e: “A sabedoria pertence aos cabelos brancos” (Jó 12, 12).

Caríssimo, reze por nós e rezaremos pelo senhor.

Respeitosamente,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.