Anápolis, 21 de julho de 2011
Ao Frei Ceslau Kolpa
Nova Veneza – Diocese de Anápolis – GO
Caríssimo, cuidado para não se condenar ao
inferno eterno por causa de sua língua:
“... a língua do homem é a sua
ruína” (Eclo 5,
13).
A Madre Laura de Nossa Senhora das Dores
disse que foi atacada pelo senhor em Nova Veneza, e que o
senhor “vomitou” um monte de calúnias contra a
mesma.
Prezado Frei Ceslau, lembre-se de que calúnia
é pecado mortal.
O Pe. Leo J. Trese
comenta sobre a calúnia:
“A calúnia é um dos
piores pecados contra o oitavo mandamento, porque combina um
pecado contra a verdade (mentir) com um pecado contra
a justiça (ferir o bom nome alheio) e a caridade
(falhar no amor devido ao próximo). A calúnia fere o
próximo onde mais dói: na sua reputação. Se roubamos
dinheiro a um homem, este pode irar-se ou entristecer-se,
mas, normalmente, se refará e ganhará mais dinheiro. Quando
manchamos o seu bom nome, roubamos-lhe algo que todo o
trabalho do mundo não lhe poderá devolver. É fácil ver,
pois, que o pecado de calúnia é MORTAL se com ele
prejudicamos seriamente a honra do próximo, ainda que seja
na consideração de uma só pessoa e mesmo que esse próximo
não tenha notícia do mal que lhe causamos”
(A fé explicada, Cap. XXI),
e:
“Assim como, para quem rouba, não há perdão sem restituição,
assim também, para quem calunia, não há perdão sem
reparação”(Pe.
João Colombo, Pensamentos sobre os Evangelhos e sobre as
festas do Senhor e dos Santos), e também:
“Toda falta cometida contra a justiça e a verdade impõe o
dever de reparação, mesmo que seu autor tenha sido perdoado”
(Catecismo da Igreja Católica, 2487),
e ainda:
“Quem tira injustamente a boa fama ao seu
próximo, além do pecado que comete, está obrigado à
restituição inteira e proporcionada à natureza, qualidade e
circunstâncias da detração, porque ninguém pode entrar no
céu com os bens alheios, e entre os bens exteriores a fama e
a honra são os mais preciosos e os mais caros”
(São Francisco de Sales, Introdução à Vida Devota,
Parte III, Cap. XXIX).
O senhor consegue
dormir tranquilo, celebrar a
Santa Missa, dar bons conselhos para seus paroquianos depois
de caluniar alguém?
As calúnias
“vomitadas” pelo senhor são frutos de suas
meditações, orações, comunhões e confissões? Seria isso
também fruto das reuniões do clero de Anápolis?
Como já escrevi:
quem calunia peca mortalmente... e pecado mortal leva ao
inferno eterno:
“As almas daqueles que saem do mundo em pecado mortal atual,
imediatamente depois da sua morte descem ao Inferno, onde
são atormentados com penas infernais”
(Bento XII, Constituição “Benedictus Deus”, Dz. 531).
Prezado, muitas
pessoas disseram que o senhor promoveu uma festa em louvor a
Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Nova Veneza com:
bailes (Banda raízes de Veneza), show sertanejo na
quermesse, bebidas alcoólicas no baile... e teve brigas
durante o baile.
Isso, o mundo já
oferece, não precisa o sacerdote oferecer. O povo quer ver
no sacerdote um homem de Deus e não um lobo disfarçado de
ovelha.
Já que o senhor
não OBEDECE a Santa Igreja em relação à
veste eclesiástica, obedeça ao menos em
relação à moral... não dando escândalo aos fiéis.
O senhor deveria
se envergonhar! Usar o manto de Nossa Senhora para colocar
os fiéis no caminho do inferno eterno... Que tipo de
sacerdote é o senhor? Luz ou
trevas?
O senhor terá que
prestar contas a Deus pelas almas que estão se perdendo por
causa dessas festas profanas:
“Caso alguém
escandalize um destes pequeninos que crêem em mim, melhor
será que lhe pendurem ao pescoço uma pesada mó e seja
precipitado nas profundezas do mar”
(Mt 18, 6).
Caríssimo, volte para Deus enquanto é
tempo... deixe de enganar os fiéis com essas festas
mundanas... use ao menos um sinal religioso e deixe de andar
como se fosse um vaqueiro... medite sobre o fogo e a
eternidade do inferno e peça perdão a Deus de tantos
erros... Lembre-se de que Deus
não é BOBO!
Não fique EMBROMANDO os fiéis
católicos, mas ajude-os a serem santos... verdadeiros
santos... pare de brincar com as almas imortais:
“Convém sermos
cristãos não só de nome, mas de fato”
(Santo Inácio de Antioquia, Carta
aos Magnésios).
O dinheiro arrecadado nessas festas, com
bailes e bebedeiras, é um dinheiro sujo, imundo e
satânico. Como o senhor tem coragem de comprar
velas, hóstias, toalhas para o altar... ou até mesmo a
própria alimentação, com esse dinheiro imundo?
Prezado Frei Ceslau, o senhor se preocupa em
ajudar os seus fiéis a viverem na GRAÇA de DEUS (graça
santificante)? A sua paróquia é VIVA
ou é um CEMITÉRIO?
“Membros mortos da Igreja são os
fiéis que estão em pecado mortal”
(São Pio X, Catecismo Maior, 167).
Cuidado! Não BRINQUE com as
almas imortais!
“Porventura não se precipitará na maior
desgraça junto com todos os que lhe foram confiados? Em vez
de salvar a sua própria pessoa, ainda leva a muitos outros
consigo para a condenação”
(São João Crisóstomo, O
sacerdócio, Livro IV, 1).
Caríssimo, medite durante o mês de agosto
sobre as CHAMAS do INFERNO.
A pena de
sentido consiste no fogo e outros tormentos
que os condenados sofrerão. Chama-lhe a Sagrada Escritura
fogo voraz e inextinguível; “fogo que nunca se apaga”,
repete Cristo em (Mc 9, 48)
“... onde o verme
não morre e onde o fogo não se extingue”.
As penas do
Inferno serão iguais em duração para todos os condenados,
pois são eternas; mas, quanto à intensidade, serão
diferentes, de acordo com a gravidade dos pecados e
com o abuso das graças recebidas.
O inferno é
cárcere fechado por completo e escuro, onde nunca penetrará
raio de sol nem qualquer outra luz:
“Ele vai juntar-se à
geração dos seus pais, que nunca mais verá a luz”
(Sl 48, 20).
A vista padecerá o
tormento das trevas:
“Antes de partir,
sem nunca mais voltar, para a terra de trevas e sombras”
(Jó 10, 21).
Santo Afonso Maria
de Ligório escreve:
“Haverá no inferno
apenas a claridade precisa para aumentar os tormentos. Uma
claridade que permite ver a fealdade dos condenados e dos
demônios, assim como o aspecto horrendo que estes tomarão
para causarem mais horror”.
O olfato do
condenado padecerá o seu tormento próprio:
“O condenado deve
ficar sempre entre milhões de condenados, vivos para a pena,
mas cadáveres hediondos quanto à pestilência que exalam”
(Idem.).
São Boaventura
escreve:
“Se o corpo de um condenado saísse do
inferno, bastaria ele só para produzir uma infecção em
consequência da qual morreriam todos os homens do mundo”.
O condenado
sofrerá também pelos gritos de desespero de milhões de
réprobos:
“O ouvido será atormentado com os contínuos
gritos aflitivos daqueles pobres desesperados, e pelo
barulho horroroso que, sem cessar, os demônios provocam”
(Santo Afonso Maria de Ligório), e:
“... o ímpio escuta ruídos que o espantam”
(Jó 15, 21).
O membro que o
condenado mais usou para pecar será o mais atormentado. A
fome o castigará... também a sede:
“A gula será
castigada com a fome devoradora. Entretanto, não haverá ali
nem uma migalha de pão. O condenado sofrerá sede abrasadora
que não se apagaria com toda a água do mar. Mas não se lhe
dará uma só gota. Uma só gota d’água pedia o rico avarento,
e não a obteve e nem a obterá jamais”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
As faculdades da
alma terão também o seu castigo apropriado:
“O tormento da
memória será a viva recordação do tempo que, em vida, teve o
condenado para salvar-se e que empregou em perder-se, e das
graças que Deus lhe concedeu e que foram desprezadas. O
entendimento sofrerá ao considerar o grande bem que perdeu
perdendo a Deus e o céu, ponderando que essa perda é já
irreparável. A vontade verá que se lhe nega tudo quanto
deseja. O condenado nunca obterá nada do que quer, e sempre
terá aquilo que mais o aborreça, isto é, males sem fim.
Quererá livrar-se dos tormentos e desfrutar paz. Mas sempre
será atormentado, jamais encontrará momento de repouso”
(Idem.).
A pena do sentido
que mais atormenta aos condenados é a fogo do inferno:
“Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado
para o diabo e para os seus anjos”
(Mt 25, 40).
Inferno:
separação de Deus... lugar de maldição e fogo... fogo
eterno... morada dos demônios.
Há diferença do
fogo aqui da terra com o fogo do inferno:
“Comparando com o
fogo do inferno, as chamas aqui da terra parecem fogo
pintado”
(Santo Agostinho), e:
“... como se a
nossa chama fosse de gelo”
(São Vicente Ferrer), e também:
“E a razão
consiste em que o fogo terreal foi criado para utilidade
nossa, ao passo que o do inferno foi criado expressamente
para o castigo”
(Santo Afonso Maria de Ligório), e
ainda:
“Muito diferentes são o fogo que se utiliza
para o uso do homem e o que serve para a justiça de Deus”
(Tertuliano), e:
“O fogo do inferno é
real, mas não se assemelha ao fogo que conhecemos,
incapaz de exercer qualquer ação sobre um espírito, sobre a
alma. Significa, pois, um queimor interior muito grande,
semelhante ao sofrimento que experimentamos pelo remorso ou
pelo desespero”
(Monge Edouard Clerc).
O condenado estará
dentro dessas chamas, envolvido por elas, como um pedaço de
lenha numa fornalha. Terá um abismo de fogo debaixo de seus
pés, imensas massas de fogo sobre sua cabeça e ao derredor
de si... Estará submergido em fogo como o peixe em água. E
essas chamas não cercarão apenas o condenado, mas penetrarão
nele, em suas próprias entranhas para atormentá-las. Todo o
corpo será pura chama; arderá o coração no peito; as
vísceras, no ventre; o cérebro, na cabeça; nas veias, o
sangue; a medula, nos ossos.
Cada condenado
converter-se-á numa fornalha ardente:
“Deles farás uma
fornalha no dia da tua face: Deus os engolirá em sua ira, um
fogo os devorará”
(Sl 20, 10).
Prezado Frei
Ceslau, rezaremos pelo senhor, para que volte ao caminho da
luz enquanto é tempo.
Leia os livros:
A selva e Preparação para a morte
(Santo Afonso Maria de Ligório), O sacerdócio
(São João Crisóstomo), A vida eterna
(Monsenhor Tihamer Tóth), Que há para além da morte?
(Monge Edouard Clerc) e A língua (Pe.
Francisco Faus).
Respeitosamente,
Pe. Divino Antônio
Lopes FP.
|