Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

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Anápolis, 07 de agosto de 2006

 

Ao Júnior,

Vocacionado de Taguatinga-DF.

 

Prezado Júnior: “Que de mais delicioso, de mais profundo, de melhor do que estar com Deus, conformar-se a ele, encontrar-se na luz?” (Do Sermão de Anastásio Sinaíta, bispo, no dia da Transfiguração do Senhor).

Recebi a sua carta, a li atentamente e envio-lhe resposta como me pediste, informando-o sobre alguns pontos:

 

1.        Não aceito pessoas que buscam vida fácil e cômoda, que desejam entrar na vida religiosa com a intenção de escorar, sugar, explorar, etc. Jesus Cristo, o Deus verdadeiro disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24).

2.        No meu Instituto, a oração ocupa o primeiro lugar, por isso, aceito somente pessoas que gostam de rezar: “O primeiro e o principal dever dos religiosos é a assídua união a Deus na oração” (Elementos Essências da Doutrina da Igreja sobre a Vida Religiosa Aplicados aos Institutos Consagrados ao Apostolado, III, 7, 26).

  • No Instituto vivemos o Tríduo reparador:

  • Às quintas-feiras, das 21:00 a 0:00 h. (Getsêmani).

  • Às sextas-feiras, das 12:00 às 15:00 h. (Calvário).

  • Aos sábados, das 06:00 às 09:00 h. (Soledade)

  • Aos domingos, das 06:00 às 07:00. (Mistério do Amor).

3.        Vivemos no Calvário com Cristo através de uma vida de sacrifício e penitência: “Ame muito o sacrifício e tenha-o em conta de pouco para cair em graça ao Esposo, que por sua causa não hesitou em morrer” (São João da Cruz, Ditos de Luz e Amor, 92). Não aceito pessoas “buchinhos de louça” e amantes da vida arregalada. 

4.        Não admito pessoas que realizam o trabalho missionário se poupando, resmungando e sem fervor.

5.        No Instituto, a Santa Missa é celebrada em Latim e com Cantos Gregorianos, também em Latim.

6.        Usamos o Santo Hábito, não nos vestimos como os mundanos.

7.        No Instituto não existe nem sombra da Renovação Carismática nem da Teologia da Libertação. Aqui não rebolamos no altar, nem jogamos folhetos pelos ares, não inventamos dons, não possuímos tendas dos milagres, e muitos menos vivemos agarrados aos sem terra; a nossa preocupação principal é com os sem Deus. Vivemos sim, no Calvário unidos a Cristo crucificado: “O monte Calvário é o monte dos amantes. Todo o amor que não tiver por origem a Paixão do Salvador é frívolo e perigoso” (São Francisco de Sales, Tratado do Amor de Deus, Livro XII, Capítulo XIII).

8.        Aceito somente vocacionados que possuem um firme propósito de serem santos: “O padre, que não faz caso da santidade de vida, também não poderá ser, de maneira alguma o sal da terra” (São Pio X, Encíclica “Haerent Animo”, 5). Deus quer que sejamos santos e grandes santos: “Porquanto, é esta a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Ts 4, 3).

 

Caríssimo Júnior, depois de ler esses pontos e analisá-los, escreva-me. Após receber a sua carta, sendo esta positiva, irei pessoalmente fazer-lhe uma visita.

Você disse que tem sede de Deus; também Nosso Senhor tem sede de almas generosas e reparadoras: “Tenho sede ardente de ser honrado e amado pelos homens no Santíssimo Sacramento e quase não encontro ninguém que se esforce, conforme meu desejo, por matar minha sede, usando para Comigo de qualquer retribuição” (Jesus Cristo à Santa Margarida Maria Alacoque, Carta 133).

Estou saindo em Romaria-Retiro para a Argentina, Junin de Los Andes, onde viveu e morreu a Bem-aventurada Laura Vicuña; rezarei para que ela o ajude. Envio-lhe como presente uma estampa da Beata Laura Vicuña.

Eu te abençôo e te guardo no Sagrado Coração de Jesus, Oceano da mais pura felicidade.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.