Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

Nº 08

 

REMÉDIOS PARA CURAR A IMPUREZA

 

O pecado de impureza consiste no abuso, ou em outras palavras, no uso insensato e inoportuno das potências da sexualidade.

Se há vício no mundo, que rebaixe a natureza humana, é a impureza. Este vício degradante deprime o homem até a condição do bruto. Como ele, o impuro vive da satisfação de apetites materiais.

A impureza escraviza o homem! Tira-lhe da cabeça a coroa de rei e ata-lhe aos pés a cadeia de escravo.

 

Primeiro remédio. – De manhã e à noite, pede à Santíssima Virgem Maria, a virtude da pureza, saudando-a com três Ave-Marias: “Quem respeita Maria, seja santo ou pecador, não será levado pelo demônio infernal” (Santa Catarina de Sena), e: “O nome de Maria respira pureza, e parece que invocá-la com confiança é já pôr em fuga a tentação” (Adolfo Tanquerey).

 

Segundo remédio. – Logo que tiveres algum pensamento impuro, despreza-o imediatamente, e dize a Nossa Senhora: Virgem Santíssima,  valei-me... assisti-me: “Muito frequentemente me atormentam estes malditos; mas inspiram-me muito pouco temor; porque, vejo-o muito bem, eles não podem mexer-se sem a permissão de Deus... saibam-no bem, todas as vezes que nós os desprezamos, diminuem as suas forças e a alma adquire sobre eles tanto mais império... Eles não têm força mais que sobre as almas covardes, que lhe entregam as armas” (Santa Teresa de Jesus).

 

Terceiro remédio. – Aparta-te das más companhias, de bailes, carnaval e galanteios; não toques nem na capa de livros ou papéis desonestos; não olhes para pinturas, estampas ou outros objetos provocativos; e, sobretudo, guarda-te de fazer acenos ou ações escandalosas: “Há três espécies de companheiros: os bons, os maus e os que estão no meio termo. Com os bons podemos nos relacionar, que será muito frutuoso; com os medíocres somente quando houver necessidade, mas sem contrair familiaridade; quanto aos maus, devemos evitar sempre. Quem são esses terríveis maus companheiros? Todos que não se envergonham de ter conversas obscenas, murmuradores, mentirosos, blasfemadores; os que têm vida escandalosa e aconselham a desobedecer aos pais, a roubar, a transgredir os deveres. Todos esses são péssimos companheiros e ministros de Satanás, dos quais você deve fugir mais do que da peste e do demônio” (São João Bosco).

 

Quarto remédio. – Vista com modéstia... coma e beba com temperança. Não profiras palavras indecentes; não escutes nem acompanhes más conversas; e não dês liberdade aos teus olhos: “Muitos estão no inferno por terem escutado conversas frívolas! Essa verdade já preocupava São Paulo, quando dizia que as coisas inconvenientes não devem ser comentadas entre cristãos. As más companhias corrompem os bons costumes (1 Cor 15, 33). As conversas são como alimentos: por muito bom que seja o prato, é suficiente que contenha uma só gota de veneno para matar. O mesmo acontece com conversas obscenas. Uma palavra, um gesto, uma anedota basta para propagar a malicia e o vício” (São João Bosco), e: “Certamente, uma mulher que veste roupa imoral pode condenar-se. E pode condenar-se, quer pelo pecado que comete ela mesma, quer por que causa a condenação de outras pessoas” (São João Eudes).

 

Quinto remédio. – Lembra-te que Deus te vê e que tem poder para tirar-lhe a vida aqui mesmo e lançar-te ao inferno para sempre; como aconteceu entre outros, a Onã (Gn 38, 10), que morreu no ato de cometer um pecado desonesto e se condenou: “Deus, tu me sondas e conheces: conheces meu sentar e meu levantar, de longe penetras o meu pensamento; examinas meu andar e meu deitar, meus caminhos todos são familiares a ti. A palavra ainda não me chegou à língua, e tu, Deus, já a conheces inteira. Tu me envolves por trás e pela frente, e sobre mim colocas a tua mão” (Sl 139, 1-5), e: “A quantos o Senhor feriu de morte no próprio ato do pecado e os precipitou no inferno!” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

Sexto remédio. – Aproxime-se dos Sacramentos da Confissão e da Comunhão com frequência: “Junto com o pudor, é preciso frequentemente se confessar com extrema sinceridade, comungar sempre e evitar pessoas que com atos e palavras, demonstrem não apreciar a virtude da pureza” (São João Bosco).

 

Sétimo remédio. – Reze todos os dias com devoção o Santo Rosário e outras orações: “Quem reza se salva; quem não reza se condena” (Santo Afonso Maria de Ligório), e: “Amai Nossa Senhora e tornai-a amada. Rezai sempre o seu Rosário e divulgai-o” (São Pio de Pietrelcina).

 

Oitavo remédio. – Fuja da ociosidade causadora de muitos males: “O ócio é pai dos vícios; e o vício da incontinência é o primogênito de todos. Os santos sempre evitaram o ócio e amaram o trabalho, inclusive os que se dedicavam de modo especial à oração. Quando se trabalha, não sobra mais espaço para maus pensamentos” (Bem-aventurado José Allamano).

 

Novo remédio. – Tenha em viva lembrança a Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Vale mais uma lágrima derramada ao lembrar-se da Paixão, do que o jejum a pão e água em cada semana” (Santo Agostinho).

 

Décimo remédio. – Medite com frequência sobre a Morte, Juízo, Inferno e Céu: “Quanto ao que meditar, não há assunto mais útil do que as verdades da vida: a morte, o juízo, o inferno e o céu” (Santo Afonso Maria de Ligório), e: “Em tudo o que fazes, lembra-te de teu fim e jamais pecarás” (Eclo 7, 36).

 

“Pela impureza é que o maior número de almas vai apara o inferno” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 08 de janeiro de 2018

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

Santo Afonso Maria de Ligório, Meditações; Preparação para a morte; A oração; A prática do amor a Jesus Cristo

Santo Antônio Maria Claret, O caminho reto

Pe. João Batista Lehmann, A luz perpétua

Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz

Santa Catarina de Sena, O Diálogo

Adolfo Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética é Mística

Santa Teresa de Jesus, Obras Completas

São João Bosco, O cristão bem formado

São João Eudes, Escritos

São Pio de Pietrelcina, Escritos

Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual, Capítulo 21

Santo Agostinho, Escritos