REMÉDIOS PARA CURAR A IMPUREZA
O pecado de impureza consiste no abuso, ou em
outras palavras, no uso insensato e inoportuno das potências da
sexualidade.
Se há vício no mundo, que rebaixe a natureza humana,
é a impureza. Este vício degradante deprime o homem até a condição do
bruto. Como ele, o impuro vive da satisfação de apetites materiais.
A impureza escraviza o homem! Tira-lhe da cabeça a
coroa de rei e ata-lhe aos pés a cadeia de escravo.
Primeiro remédio. –
De manhã e à noite, pede à Santíssima Virgem Maria, a virtude da pureza,
saudando-a com três Ave-Marias: “Quem
respeita Maria, seja santo ou pecador, não será levado pelo demônio
infernal”
(Santa Catarina de Sena), e:
“O nome de Maria respira pureza, e parece que
invocá-la com confiança é já pôr em fuga a tentação”
(Adolfo Tanquerey).
Segundo remédio. –
Logo que tiveres algum pensamento impuro, despreza-o imediatamente, e
dize a Nossa Senhora: Virgem Santíssima, valei-me... assisti-me:
“Muito frequentemente me atormentam estes
malditos; mas inspiram-me muito pouco temor; porque, vejo-o muito bem,
eles não podem mexer-se sem a permissão de Deus... saibam-no bem, todas
as vezes que nós os desprezamos, diminuem as suas forças e a alma
adquire sobre eles tanto mais império... Eles não têm força mais que
sobre as almas covardes, que lhe entregam as armas”
(Santa Teresa de Jesus).
Terceiro remédio. –
Aparta-te das más companhias, de bailes, carnaval e galanteios; não
toques nem na capa de livros ou papéis desonestos; não olhes para
pinturas, estampas ou outros objetos provocativos; e, sobretudo,
guarda-te de fazer acenos ou ações escandalosas:
“Há três espécies de
companheiros: os bons, os maus e os que estão no meio termo. Com os bons
podemos nos relacionar, que será muito frutuoso; com os medíocres
somente quando houver necessidade, mas sem contrair familiaridade;
quanto aos maus, devemos evitar sempre. Quem são esses terríveis maus
companheiros? Todos que não se envergonham de ter conversas obscenas,
murmuradores, mentirosos, blasfemadores; os que têm vida escandalosa e
aconselham a desobedecer aos pais, a roubar, a transgredir os deveres.
Todos esses são péssimos companheiros e ministros de Satanás, dos quais
você deve fugir mais do que da peste e do demônio”
(São João Bosco).
Quarto remédio. –
Vista com modéstia... coma e beba com temperança. Não profiras palavras
indecentes; não escutes nem acompanhes más conversas; e não dês
liberdade aos teus olhos: “Muitos estão no
inferno por terem escutado conversas frívolas! Essa verdade já
preocupava São Paulo, quando dizia que as coisas inconvenientes não
devem ser comentadas entre cristãos. As más companhias corrompem os
bons costumes (1 Cor 15, 33). As conversas são como
alimentos: por muito bom que seja o prato, é suficiente que contenha uma
só gota de veneno para matar. O mesmo acontece com conversas obscenas.
Uma palavra, um gesto, uma anedota basta para propagar a malicia e o
vício”
(São João Bosco), e:
“Certamente, uma mulher que veste roupa imoral pode condenar-se. E pode
condenar-se, quer pelo pecado
que comete ela mesma, quer por que causa a condenação de outras
pessoas” (São João Eudes).
Quinto remédio. –
Lembra-te que Deus te vê e que tem poder para tirar-lhe a vida aqui
mesmo e lançar-te ao inferno para sempre; como aconteceu entre outros, a
Onã (Gn 38, 10), que morreu no ato de cometer um pecado desonesto
e se condenou: “Deus, tu me sondas e
conheces: conheces meu sentar e meu levantar, de longe penetras o meu
pensamento; examinas meu andar e meu deitar, meus caminhos todos são
familiares a ti. A palavra ainda não me chegou à língua, e tu, Deus, já
a conheces inteira. Tu me envolves por trás e pela frente, e sobre mim
colocas a tua mão” (Sl
139, 1-5), e:
“A quantos o Senhor feriu de morte no próprio ato do
pecado e os precipitou no inferno!” (Santo Afonso
Maria de Ligório).
Sexto remédio. –
Aproxime-se dos Sacramentos da Confissão e da Comunhão com frequência:
“Junto com o pudor, é preciso frequentemente
se confessar com extrema sinceridade, comungar sempre e evitar pessoas
que com atos e palavras, demonstrem não apreciar a virtude da pureza”
(São João Bosco).
Sétimo remédio. –
Reze todos os dias com devoção o Santo Rosário e outras orações:
“Quem reza se salva; quem não reza se condena”
(Santo Afonso Maria de Ligório), e:
“Amai Nossa Senhora e tornai-a
amada. Rezai sempre o seu Rosário e divulgai-o” (São
Pio de Pietrelcina).
Oitavo remédio. –
Fuja da ociosidade causadora de muitos males:
“O ócio é pai dos vícios; e o vício da
incontinência é o primogênito de todos. Os santos sempre evitaram o ócio
e amaram o trabalho, inclusive os que se dedicavam de modo especial à
oração. Quando se trabalha, não sobra mais espaço para maus pensamentos”
(Bem-aventurado José Allamano).
Novo remédio. – Tenha
em viva lembrança a Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo:
“Vale mais uma lágrima
derramada ao lembrar-se da Paixão, do que o jejum a pão e água em cada
semana” (Santo Agostinho).
Décimo remédio. –
Medite com frequência sobre a Morte, Juízo, Inferno e Céu:
“Quanto ao que meditar, não há
assunto mais útil do que as verdades da vida: a morte, o juízo, o
inferno e o céu” (Santo Afonso Maria de Ligório),
e: “Em tudo o que fazes, lembra-te de teu fim
e jamais pecarás” (Eclo 7, 36).
“Pela impureza é que o
maior número de almas vai apara o inferno” (Santo
Afonso Maria de Ligório).
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 08 de janeiro de 2018
Bibliografia
Sagrada Escritura
Santo Afonso Maria de Ligório, Meditações; Preparação
para a morte; A oração; A prática do amor a Jesus Cristo
Santo Antônio Maria Claret, O caminho reto
Pe. João Batista Lehmann, A luz perpétua
Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz
Santa Catarina de Sena, O Diálogo
Adolfo Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética é
Mística
Santa Teresa de Jesus, Obras Completas
São João Bosco, O cristão bem formado
São João Eudes, Escritos
São Pio de Pietrelcina, Escritos
Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual, Capítulo
21
Santo Agostinho, Escritos
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