REMÉDIOS PARA EVITAR O PECADO DE ADULTÉRIO
O adultério é uma injustiça. Quem o comete
falta com seus compromissos. Fere o sinal da Aliança que é o vínculo
matrimonial, lesa o direito do outro cônjuge e prejudica a
instituição do casamento, violando o contrato que o fundamenta.
Compromete o bem da geração humana e dos filhos, que têm necessidade
da união estável dos pais
(Catecismo da Igreja Católica, 2381).
Primeiro remédio.
É preciso saber que o adultério é pecado gravíssimo... pecado
mortal: “O adultério e o divórcio, a
poligamia e a união livre são ofensas graves à dignidade do
casamento” (Catecismo da Igreja Católica,
2400), e:
“O crime de adultério envolve também grande
injustiça. Pois, como quer o Apóstolo, os casados de tal sorte se
submetem um ao poder do outro, que nenhum dos dois tem direito de
dispor do próprio corpo” (Catecismo Romano,
Parte III, VII, 8).
O adultério é um pecado gravíssimo
contra a castidade, a fidelidade, a justiça e a caridade; e
constitui um criminoso atentado contra o sacramento do matrimônio. É
ainda muito mais grave quando atenta contra o bem de dois lares ou
quando conduz à destruição e à ruína completa duma família e
atrapalha o desenvolvimento afetivo dos filhos.
Segundo remédio.
Evitar, custe o que custar, familiaridade com pessoas do outro
sexo, principalmente casadas (abraços, beijos, aperto de mão,
conversas particulares, refeições, passeios, carona e outros).
Isso é muito perigoso: “Diante de quem
quer que seja, não te detenhas na beleza e não te assentes com
mulheres. Porque das vestes sai a traça e da mulher, malícia
feminina. É melhor a malícia de um homem do que a bondade de uma
mulher: uma mulher causa vergonha e censuras” (Eclo 42, 12-14), e:
“E descobri que a
mulher é mais amarga do que a morte, pois ela é uma armadilha, seu
coração é uma rede e seus braços, cadeias. Quem agrada a Deus dela
escapa, mas o pecador a ela se prende. Eis o que encontro... ao
examinar coisa por coisa para chegar a uma conclusão: estive
pesquisando e nada concluí. Entre mil encontrei apenas um homem,
porém, entre todas as mulheres, não encontrei uma sequer. Eis a
única conclusão a que cheguei: Deus fez o homem reto, este, porém,
procura complicações sem conta” (Ecl 7, 26-29).
Terceiro remédio.
Não fixar os olhos em pessoas do outro sexo, principalmente
casadas. Gravemente impudico é o olhar
curioso longamente dirigido ao corpo nu ou indecentemente trajado de
pessoa do outro sexo.
A contemplação atenta do semblante e do
comportamento externo de pessoa do outro sexo é, de per si, uma
coisa inocente. Mas pode tornar-se impudica e perigosa tanto por
causa da maneira (olhar ávido, insistente e molesto), como por causa
do motivo que os inspira (curiosidade maldosa... esperança de
conseguir que o outro se torne sexualmente abordável):
“Eu fiz um pacto com meus
olhos: para não olhar para uma virgem” (Jó 31,
1), e: “Não fites uma
virgem, para não seres punido com ela”
(Eclo 9, 5).
Quarto remédio.
Cumprir o dever conjugal, isto é, não negar o sexo.
“Débito conjugal?” Sim, “débito conjugal”,
como está em 1 Cor 7, 2-6. Uma vez que os casados se tornaram, pelo
matrimônio, dois “numa só carne”, não podem eles recusar-se um ao
outro, sem motivo, e por longo período de tempo, a mais íntima das
demonstrações de amor: a união carnal. De outro modo cometeriam
falta contra o seu recíproco direito, e, mais ainda, contra o amor
que mutuamente se devem.
O cumprimento do dever conjugal é de grande
importância. A recusa imotivada e sem caridade de uma demanda séria
e legítima, durante longo tempo ou até mesmo nalguma circunstância
particular, é um pecado mortal.
Alguns buscam fora o que não tem em casa.
Quinto remédio.
Continuar com o “namoro” depois do casamento. Muitos
casais são “pombinhos” antes do casamento... mas se “transformam” em
“urubus” após o casamento: pratos “voando” pelos ares, panelas
espalhadas pela casa e vassouras arremessadas com violência... é o
“lar” doce “lar”; ou melhor, “lar” azedo “lar”.
É preciso continuar com o “namoro” após o casamento...
procurando um agradar o outro com pequenos gestos que “alimenta”
a vida a dois: respeito, carinho, presentes, passeio, diálogo
sincero e outros. Quem é tratado com respeito,
carinho, atenção e amor em casa, não tem necessidade de olhar pela
janela, isto é, de procurar apoio em outras pessoas:
“O marido deverá
sustentar sua mulher e cercá-la de cuidados, trabalhando
corajosamente para lhe dar o pão de cada dia e pondo toda a sua
força ao serviço da sua fraqueza. Por seu lado, a esposa
lembrar-se-á de quer foi criada por Deus para companheira do homem.
Empenhar-se-á, portanto, em tornar-lhe mais fácil e alegre a vida;
chamará a si todos os cuidados do lar. Proporcionará a seu marido um
‘interior’ de irrepreensível asseio, e preparar-lhe-á os alimentos
preferidos, como outra Rebeca a Isaac (Gn 27, 9). Numa palavra,
conquistará por todas as suas atenções o coração do marido,
prendendo-o à sua casa” (Pe. Joseph Hoppenot).
Infeliz da mulher que casa com um “capeta”...
e do homem que casa com uma “diaba”. O certo é o casal
transformar a casa numa “prisão”... “trancando-a” com as “chaves” do
amor, oração, amor a Deus, vida sacramental, carinho, atenção,
respeito, diálogo atencioso e educado... saber valorizar o outro...
ser agradável. O “monstro” do adultério não encontrará espaço
nessa casa.
Sexto remédio.
Não transformar o quarto num chiqueiro e a cama numa fossa.
Nem tudo é permitido para um casal em
relação ao sexo. O amor entre o casal deve ser casto... isto quer
dizer que os esposos, embora se amem com ternura e mesmo com paixão,
que legitimem o laço que os une e o fim que têm em vista
“não devem usar do casamento
como meio de voluptuosidade e libertinagem, mas para os fins que
Deus prescreveu” (Catecismo Romano, Parte II,
Dos Sacramentos, 33). Um casal que comete o pecado
mortal durante a relação sexual (masturbação, onanismo, sodomia e
outros), não pode agradar a Deus. Lar cristão não pode ter
“cheiro” de prostíbulo, segundo São Jerônimo e Santo Agostinho:
“O homem sensato
deve amar a esposa com discernimento, não ao sabor da paixão.
Regulará os impulsos da sensualidade, e não se precipitará cegamente
na satisfação da carne. Nada mais vergonhoso do que amar alguém a
esposa, como se fora uma adúltera” (contra
Joviniano), e:
“Já não se pode falar aqui de amor
conjugal, e sim de um rebaixamento da mulher à condição de
prostituta” (Santo Agostinho).
Um casal que vive longe de Deus, com o pecado
mortal na alma, está “aberto” para o adultério, porque não tem
forças para vencer as tentações.
Sétimo remédio.
Fazer jejum, renunciando a alimentação, sem prejudicar a
saúde, para se fortalecer espiritualmente e vencer as tentações;
e fazer também o “jejum” do sexo de vez em quando... essa
“penitência” não mata nem aleija: “Como
devemos alcançar de Deus todos os bens por meio de santas orações,
os párocos devem ensinar aos fiéis... que se abstenham de vez em
quando das relações conjugais, por amor das orações e súplicas que
fazem a Deus... Desta forma, verão os bens do Matrimônio avultarem,
dia a dia, com o aumento sempre maior da graça divina. Pela
fervorosa prática da piedade, não só terão neste mundo uma vida
tranquila e bonançosa, mas poderão também apoiar-se naquela
verdadeira e sólida esperança, que ‘não engana’ (Rm 5, 5), de
conseguirem a vida eterna, graças à misericórdia de Deus”
(Catecismo Romano, Parte II, Dos Sacramentos, 34).
Oitavo remédio.
O casal deve rezar junto. Sem a oração, e oração fervorosa, é
impossível vencer as tentações e salvar a alma:
“Quem reza, certamente se salva; e quem não reza, certamente
se condena. Todos os santos, exceto as crianças, salvaram-se pela
oração. Todos os condenados se perderam, porque não rezaram. Se
tivessem rezado, não se teriam perdido. E este é e será o maior
desespero no inferno: o poder ter alcançado a salvação com
facilidade, pedindo a Deus as graças necessárias. E, agora, esses
miseráveis não têm mais tempo de rezar” (Santo
Afonso Maria de Ligório), e:
“A oração familiar tem as
suas características. É uma oração feita em comum, marido e mulher
juntos, pais e filhos juntos. A comunhão na oração é, ao mesmo
tempo, fruto e exigência daquela comunhão que é dada pelos
sacramentos do batismo e do matrimônio. Aos membros da família
cristã podem aplicar-se de modo particular as palavras com que
Cristo promete a sua presença: ‘Digo-vos ainda: se dois de vós se
unirem, na terra, para pedirem qualquer coisa, obtê-la-ão de Meu Pai
que está nos Céus. Pois onde estiverem reunidos, em meu nome, dois
ou três, eu estou no meio deles” (São João
Paulo II, Familiaris Consortio, 59).
Nono remédio.
Confissão frequente:
“O arrependimento e o mútuo perdão no seio da família
cristã, que se revestem de tanta importância na vida quotidiana,
encontram o seu momento sacramental específico na Penitência cristã.
Aos cônjuges escrevia assim Paulo VI, na Encíclica Humanae
Vitae: ‘Se o pecado os atingir, não desanimem, mas recorram
com humilde perseverança à misericórdia de Deus, que com
prodigalidade é generosamente dada no sacramento da Penitência’. A
celebração deste sacramento dá à vida familiar um significado
particular: ao descobrirem pela fé como o pecado contradiz não só a
aliança com Deus, mas também a aliança dos cônjuges e a comunhão da
família, os esposos e todos os membros da família são conduzidos ao
encontro com Deus ‘rico em misericórdia’, o qual, alargando o seu
amor que é mais forte do que o pecado, reconstrói e aperfeiçoa a
aliança conjugal e a comunhão familiar” (São
João Paulo II, Familiaris Consortio, 58).
Décimo remédio.
Comunhão frequente:
“A Eucaristia é a fonte própria do
matrimónio cristão. O sacrifício eucarístico, de fato, representa a
aliança do amor de Cristo com a Igreja, enquanto sigilada com o
sangue da sua Cruz. Neste sacrifício da Nova e Eterna Aliança é que
os cônjuges cristãos encontram a raiz da qual brota, é interiormente
plasmada e continuamente vivificada a sua aliança conjugal. Como
representação do sacrifício de amor de Cristo pela Igreja, a
Eucaristia é fonte de caridade. E no dom eucarístico da caridade a
família cristã encontra o fundamento e a alma da sua ‘comunhão’ e da
sua ‘missão’: o Pão eucarístico faz dos diversos membros da
comunidade familiar um único corpo, revelação e participação na mais
ampla unidade da Igreja; a participação, pois, ao Corpo ‘dado’ e ao
Sangue ‘derramado’ de Cristo torna-se fonte inesgotável do dinamismo
missionário e apostólico da família cristã”
(São João Paulo II, Familiaris Consortio, 57).
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 08 de fevereiro de 2018
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