Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

11 de agosto de 2013

 

 

Apresentação

 

Prezado leitor, os filhos exemplares são frutos dos bons e dedicados pais; por isso, leia e medite cada pensamento deste livrete que mostra a mais delicada arte para os nossos dias, isto é, a arte de educar os filhos: “Aquele que educa seu filho terá nele motivo de satisfação” (Eclo 30, 2).

 

Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor

Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

01

O filho será um “anjo” ou um “demônio”. Isso dependerá da sua correspondência e da qualidade da formação recebida: “Será tudo ou nada, conforme a educação recebida” (Clemente XIV).

02

Para educar frutuosamente os filhos, o casal deve “armar-se” da “espada” da paciência… grande paciência… muita paciência… inesgotável paciência: “Educação, o teu nome é paciência” (Marcel Prévost).

03

Educar é uma arte, não um espetáculo… delicada arte… finíssima arte… é preciso saber “moldar” com precisão, zelo e perfeição… não se pode perder esse precioso “recipiente” mortal e imortal: “Inclinar-se sobre uma alma imortal, adivinhar cada instinto para lhe dar nobreza. Espiar cada arrojo, imprimindo-lhe fortaleza” (P. Combes).

04

Para ter um filho santo é preciso poli-lo desde a meninice. A polidez foi sempre um dos mais belos caracteres da educação: “Obriga-o a curvar a espinha na sua juventude, bate-lhe nos flancos enquanto é menino” (Eclo 30, 12).

05

Para “formar” um filho santo não basta a formação dada pelos pais, mas é preciso a colaboração zelosa de outras pessoas e de Deus: “Para fazer um homem é preciso Deus, o pai, a mãe, o padre e o professor” (R. P. Didon).

06

Não pode haver falha na educação dos filhos; qualquer deslize pode colocar tudo a perder… o desastre dificilmente será corrigido; por isso, é preciso que a educação seja em “conjunto”: “Deus cria a alma. O padre orienta as almas para Deus. O pai tem, por seu lado, as relações exteriores: ordena e protege. O professor desenvolve a inteligência” (R. P. Didon).

07

O casal deve se preocupar, em primeiro lugar, com a salvação eterna dos filhos… perdida a alma, tudo está perdido: “Salvação dos filhos, lucro dos pais” (São Jerônimo).

08

Os pais devem trabalhar unidos, ou melhor, unidíssimos na educação dos filhos; porque a família é a imagem da Santíssima Trindade: “O pai, a mãe e o filho, vede que trindade sagrada! Aceitemos tudo, menos a sua desunião” (Brieux). A mãe representa o amor; o pai, a autoridade.

09

Casal arredio… casal irresponsável… casal desligado em relação à educação dos filhos, só pode “criar” filhos monstrinhos e monstrengos: “Como é falha de coração e de vida a educação em que a mãe não toma parte! E quanta hesitação e fraqueza na educação de que o pai anda afastado!” (Mgr. Dupanloup).

10

Quando a mãe falha na educação dos filhos a desgraça é total, desastre irreparável… porque ela ocupa o primeiro lugar na hierarquia dos educadores: “Porque ela vive mais com os filhos, porque vê com mais clareza e porque ama com mais dedicação” (René Bethléem).

11

O casal que não possui amor no coração e que não sabe se sacrificar, jamais saberá educar os filhos. A educação não é automática nem mágica.

12

Para formar filhos exemplares é necessário que a mãe seja santa… grande santa. Do zelo e do cuidado das mães depende a primeira educação dos homens: “Feliz do homem a quem Deus deu uma santa mãe!” (Lamartine).

13

As mães possuem os filhos em suas mãos… farão deles santos ou demônios: “Esta criança será o que a mãe fizer dela; será salva, se a mãe a salvar, será condenada, se a mãe a condenar!” (René Bethléem).

14

O casal deve ensinar o caminho do céu para os filhos desde a meninice, e cuidar com zelo e disciplina para que os mesmos jamais se afastem dele: “Ensina a criança no caminho que deve andar, e mesmo quando for velho não se desviará dele” (Pr 22, 6).

15

Os pais não devem vacilar nem tardar na formação dos filhos. Depois que uma fruta se torna podre é impossível recuperá-la: “Corrige o teu filho enquanto há esperança” (Pr 19, 18).

16

O filho que recebeu boa educação é exemplar e edifica a todos… é a alegria dos pais: “Aquele que educa seu filho terá nele motivo de satisfação e entre os conhecidos gloriar-se-á dele” (Eclo 30, 2).

17

O pai que forma santamente o filho será lembrado por muitos anos nesse mundo, porque deixará uma “cópia” que levarão todos a lembrar da sua existência. A luz dos santos jamais se extinguirá: “O pai morre, é como se não morresse, porque deixa depois de si alguém semelhante a ele” (Eclo 30, 4).

18

O casal que sorri e faz vistas grossas diante das traquinagens, travessuras, má-criação e grosserias do filho, está criando um “jumento” indomável que será o terror do lar… nada o deterá, ou melhor, somente as grades de uma prisão ou um profundo túmulo: “Um cavalo não domado torna-se intratável, um filho entregue a si mesmo torna-se atrevido” (Eclo 30, 8).

19

Os pais devem amar os filhos e ensinar-lhes que para entrarem no céu é preciso desprezar as máximas do mundo, enveredarem pelo caminho do sacrifício e viverem continuamente na presença de Deus. É preciso formá-los com amor e firmeza… sem mimos… o lar não deve ser fábrica de “bonecas” melindrosas: “Mima teu filho e ele te aterrorizará, brinca com ele e ele te entristecerá” (Eclo 30, 9).

20

Para formar um filho exemplar é preciso trazê-lo em “rédeas” curtas… é necessário controlá-lo e pôr-lhe limites. O filho que cresce solto se desembestará pelos caminhos tortuosos da vida e envergonhará seus pais: “Não lhe dês liberdade na juventude e não feches os olhos diante de suas tolices” (Eclo 30, 11).

21

O casal não pode ser arredio, frio e indiferente em relação aos filhos. As crianças necessitam rigorosamente do “calor” dos pais, isto é, do amor verdadeiro e atencioso: “A flor humana é aquela que tem mais necessidade de sol” (Michelet). Sem esse amor, com certeza essas “flores humanas” murcharão e secarão… a perda será quase irreparável. O que esse casal dirá a Deus na hora do Juízo?

22

Para formar um filho exemplar é necessário que o casal tenha muito “calor”: amor verdadeiro, atenção, zelo, cuidado, paciência, firmeza e santidade… muita santidade… santidade sincera. Somente o “calor” do casal pode abrir o coração de uma criança: “A criança tem necessidade de ser amada. Porque, na infância, é toda coração, toda sensibilidade. Porque não abrirá o seu espírito, o seu coração e a sua vontade, senão à maneira que se sentir aquecida pela irradiação duma afeição sincera” (René Bethléem).

23

Os pais devem possuir uma verdadeira afeição para com os filhos, assim será mais fácil de formá-los. Os filhos querem “habitar” nos corações afetuosos e amorosos dos pais. Como os filhos podem amar os pais sabendo que em seus corações há lugares para tudo, menos para eles? Como ficam decepcionados! Quanta frustração!

24

Lembrem-se pais de que os filhos não são seus. Jamais digam: “Essa criança é minha!” Não, essa criança é de Deus: “Ele vo-la confiou; mas é um depósito de que tereis de Lhe dar contas um dia” (René Bethléem). Que responsabilidade! Isso não faz vocês, pais, tremerem? No dia da morte Deus lhes perguntará: onde estão os meus filhos?

25

Os pais são simplesmente pais… nada mais! O único e verdadeiro senhor da criança é Deus: “Por isso, desgraçados dos pais que idolatram os seus filhos, que fazem deles um brinquedo pessoal, que procuram imprimir-lhes os seus pensamentos e as suas afeições, que impedem a orientação para Deus da sua alma e do seu coração, que recusam a Deus, quando Ele o reclama, o depósito, que lhes confiou” (René Bethléem).

26

O filho é um precioso depósito. Os pais devem cuidar com zelo, amor, cuidado e responsabilidade desse precioso depósito… é preciso que o casal centralize muita atenção nesse depósito: “O filho é um depósito vivente: os pais devem conservar-lhe a vida; é um depósito crescente: os pais devem vigiar o seu crescimento; é um depósito inteligente: os pais devem nutri-lo da verdade; é um depósito moral e livre: os pais devem exercitar nele a virtude; é um depósito imortal: os pais devem prepará-lo para a felicidade eterna do céu” (René Bethléem).

27

Para formar um filho exemplar é preciso que a educação comece antes do nascimento. A mãe é a professora, o ventre é a escola… e a criancinha é o aluno: “Mal se move no ventre, e ainda em embrião, vai Deus modificando, segundo os movimentos da alma maternal, o homem futuro que ela concebeu” (Jean Aicard).

28

Feliz da criança que nasce e cresce num lar luzidio, resplandecente e polido… que ouve e vê somente o que edifica: “Que as crianças não ouçam nem vejam em volta delas, nada que não seja verdadeiro, nada que não seja puro, nada que não seja justo, nada que não seja santo, nada que não seja amável, nada que não seja honroso, nada que não seja virtuoso, nada que não seja louvável” (São Paulo, Epístola aos Filipenses 4, 8; adaptação por Mgr. Rosset).

29

O bom exemplo é a melhor escola para formar filhos exemplares… o bom exemplo é a primeira potência do mundo: “Jesus Cristo consagrou três anos à pregação e trinta anos ao exemplo” (René Bethléem).

30

O casal santo e exemplar implanta no coração do filho o desejo ardente da santidade e de realizar somente o bem… de ser sal da terra e luz do mundo. É impossível alguém ficar acomodado diante do bom exemplo: “Os bons exemplos não mostram tão somente como se deve fazer, mas imprimem também o desejo de querer praticar o bem” (Amyot).

31

O pai de família não é sacerdote, mas possui uma “paróquia”… não é bispo, mas governa uma “diocese”. Para formar filhos exemplares e santos, é preciso que esse “vigário” ou “prelado” seja santo: “O pai de família desempenha no seu lar uma missão sacerdotal, e até, em certo modo, episcopal” (Santo Agostinho).

32

Os filhos são “cópias” dos pais. O casal que vive nas trevas do pecado exige em vão que os filhos caminhem na luz: “Os vossos filhos farão aquilo que vós fizerdes; serão aquilo que vós fordes” (Mgr. Gibier).

33

Para formar filhos exemplares não basta o bom exemplo dos pais… a vida piedosa que levam… a união e o respeito… mas é preciso, sobretudo, uma rigorosa e firme vigilância sobre os mesmos; sem essa vigilância tudo pode se desmoronar: “Aqueles que não se ocupassem bastante de seus filhos, embora fossem piedosos e regrados pessoalmente, sujeitar-se-iam, por esta falta, à mais formidável condenação” (São João Crisóstomo).

34

Milhares de pais, para terem uma hora de sossego deitados num sofá, mandam os filhos para a rua entregando-os aos cuidados de pessoas estranhas, mundanas e impuras. Esse ato de irresponsabilidade e desleixo pode causar-lhes abundantes lágrimas e terríveis remorsos: “Os anjos deixam o céu, apesar de verem sempre a face de Deus, para desveladamente se ocuparem dos vossos filhos” (Mgr. Pichenot). E vós, pais, vós não podeis fazer um sacrifício?

35

O filho que não recebeu uma sólida formação espiritual jamais será exemplar, e não terá força para dizer não aos convites indecentes dos maus companheiros: “Basta que um pássaro desça a uma ribeira para que outro lhe siga o vôo” (V. Hugo).

36

O pai que entrega os filhos nas mãos dos maus companheiros dificilmente conseguirá reeducá-los; o mesmo se deparará com uma muralha terrivelmente petrificada e alicerçada: “Os maus companheiros são mais ‘interessantes’ que os bons. A simpatia por eles é profunda; e os pais que querem destruí-la depois de tê-la deixado enraizar, chocam com resistências muitas vezes invencíveis” (René Bethléem).

37

O filho exemplar despreza com firmeza o convite para participar de certos passeios, ambientes e brincadeiras que podem levá-lo a perder a amizade de Deus: “Aquele que se quiser divertir com o diabo não se poderá alegrar com Cristo” (São Pedro Crisólogo).

38

Não se forma um filho santo, sem autoridade e respeito: “Faltando a autoridade e o respeito, já não há educação possível” (Mgr. Dupanloup).

39

O lar onde não há autoridade é um lar fracassado… é o “reino” da desordem onde “rei” e “súditos” se digladiam… todos sairão derrotados: “Não deixeis que nenhum de vossos filhos vos arranque das mãos o cetro da autoridade; servir-se-ia dele para vos ferir no coração” (Mgr. Rozier).

40

Não se forma um filho exemplar a partir da adolescência, mas desde a meninice… é preciso começar muito cedo… de “madrugada”: “A experiência ensina que se a criança não for dominada dos três aos quatro anos, é quase certo que nunca o será” (F. Nicolay).

41

Os pais devem iluminar o lar com a luz do bom exemplo e conservá-lo firme através do alicerce da autoridade. Eles não podem se colocar no mesmo nível dos filhos… essa igualdade fará com que a “casa” se desmorone, porque a igualdade exclui a autoridade: “As crianças devem ter por amigos os companheiros, e não os pais e as mães” (Jaubert).

42

Não se pode formar um filho santo e exemplar num lar onde não há autoridade… num lar onde todos mandam e ninguém obedece. Esse é um lar de pessoas desorientadas e desorganizadas: “Quando no interior das famílias domina a igualdade insolente, tudo, até os animais parece respirarem anarquia. O pai teme e respeita seu filho, e o filho em breve trata o pai como igual. Já não tem pelos autores de seus dias nem respeito nem temor; quer dizer em todos os casos: ‘Sou livre’’’ (Platão).

43

Sem autoridade não é possível uma sólida educação, mas somente uma “educação” superficial e com alicerces “trincados” e “rachados”: “Os meios imediatos de adquirir e de conservar a autoridade são: falar pouco, usar da autoridade com discrição, ser claro, tomar a sério o que se diz, exigir uma obediência imediata e manter a firmeza até o fim” (René Bethléem).

44

O filho exemplar não demora em inclinar a cabeça diante dos pais, porque sabe que o desrespeito para com eles não agrada a Deus: “É um ímpio perante Deus aquele que é irreverente para com seu pai” (Tertuliano).

45

Onde não há respeito é impossível formar filhos bondosos, obedientes e dóceis: “Na educação, sobretudo, as faltas de respeito são as mais deploráveis que se podem encontrar” (Dupanloup).

46

Para ter filho santo é preciso que a formação inicie do coração… os pais devem “arar”, “irrigar” e plantar boa semente no coração do filho, caso queiram colher frutos sadios: “Pode dizer-se que o coração bem formado é a condição de toda a grandeza, enquanto que o coração corrompido é a fonte de todas as baixezas” (René Bethléem).

47

O casal tem a obrigação de manter o coração do filho sempre ocupado com o que edifica… ocupado com as coisas do alto e não com as da terra: “O coração humano é como a mó dum moinho; se se lhe arremessa trigo, esmaga-o e transforma-o em farinha; se nada lhe arremessa, gira sempre e gasta-se por si própria” (Michelet).

48

Não se forma um filho exemplar na ociosidade, preguiça e desleixo; mas sim, no trabalho… trabalho que o amadurece e que o torna responsável, firme e dono de si: “É preciso que o trabalho seja uma coisa muito bela para que Deus tivesse paixão por ele. É preciso que o suor que escorre da fronte do operário seja muito nobre, para que Jesus Cristo o tenha querido sentir na sua fronte!” (Mrg. Gibier).

49

O casal não pode permitir que o filho viva como se a vida fosse um acampamento de férias; mas é preciso orientá-lo com firmeza em cumprir com responsabilidade, dedicação e perfeição todos os seus deveres. É preciso apresentar-lhe o dever como uma coisa séria, prática, definitiva e sagrada: “Sem o dever, a vida é cheia de indolência e insipidez, não se pode suportar” (Joubert).

50

Soltar as “rédeas” dos filhos deixando-os “galoparem” pela estrada do vício não é prova de amor; mas sim, de fraqueza, covardia e irresponsabilidade. Quem ama corrige! “Não vos lisonjeies pelo fato de amar vossos filhos, se acaso não sabeis repreendê-los nem corrigi-los” (São Jerônimo).

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Filhos exemplares - pensamentos”

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