Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

22 de setembro de 2016

 

 

Apresentação

 

Prezado leitor, leia atentamente e medite esses preciosos pensamentos escritos pelo Revmo. Pe. Divino Antônio Lopes FP(C), que zeloso pela salvação das almas, orienta-nos a conhecer a grande desgraça que o pecado venial causa em nossas almas.

 

Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor

Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

01

 É completamente errado chamar o pecado venial de “pecadinho” ou “coisinha insignificante”... Ele é o grande “monstro” depois do pecado mortal... é uma injúria feita a Deus, ainda que não nos prive da graça santificante: “Prefiro lançar-me nas chamas de uma fogueira antes do que cometer qualquer pecado contra o meu Deus” (Santo Edmundo).

02

O pecado venial não é uma “lançada” no Coração Santíssimo do Senhor; mas é uma bofetada na sua suave Face.

03

É preciso chamar o pecado venial de verdadeiro mal. Ele ofende a Deus e despreza a sua Lei: “Ó meu Deus, para fugir de um pecado, ainda que leve, eu me jogaria, se fosse preciso, em um abismo todo em chamas, aí permanecendo por toda a eternidade, ainda que, cometendo-o pudesse sair imediatamente” (Santa Catarina de Gênova).

04

Se a matéria for leve, é pecado venial... se o consentimento não for pleno, é pecado venial... se a advertência não for clara, é pecado venial. Mas não deixa de ser pecado! Alguns pecam em matéria grave, mas falta-lhes o conhecimento claro ou o pleno consentimento.

05

O pecado venial é uma “pedra” lançada contra a Infinita Majestade... por isso é grande loucura tê-lo por uma coisa de pouca importância.

06

O pecado venial é tão horrendo, que com o cometer, se pudéssemos livrar todas as almas do purgatório, nunca deveríamos cometê-lo... pois o bem dessas almas não compensaria a ofensa feita ao Deus Eterno.

07

Se cometendo um pecado venial pudéssemos salvar toda a criação, não seria certo cometê-lo. É melhor aniquilar toda a criação do que desagradar o Criador.

08

Quem comete o pecado venial desgosta, de caso pensado, a Deus. Que ingratidão inqualificável!

09

O pecado venial não mata a alma, mas a “retalha” sem piedade... causando-lhe grandes estragos.

10

A familiaridade com o pecado venial é alarmante! Passa-se da negligência à indiferença e a um certo endurecimento do coração.

11

Somando pecado venial mais pecado venial não dá pecado mortal. Mas a “amizade” com o pecado venial faz perder aos poucos o medo do abismo do pecado mortal... e aos poucos, vai se deslizando para ele. Muitas almas estão no inferno porque seguiram esse caminho: “Quem é injusto nas pequenas coisas, também o será nas grandes” (Lc 16, 10).

12

Quem ama a Deus de todo o coração sente horror ao pecado venial. Está decidido a perder tudo para não ofender o Criador.

13

O pecado venial é uma grande e alta “muralha” que impede o desenvolvimento da vida da graça. A vida da graça não está morta ainda, mas anêmica e raquítica.

14

Quem comete o pecado venial não morre espiritualmente, mas “cambaleia” na vida espiritual... a capacidade produtiva é reduzida.

15

O pecado venial não mata a alma, mas a cobre de “sarna” e de “varíola”... perde a sua beleza: “Se a alma, imortal por natureza, pudesse morrer, bastaria para matá-la a vista de um só pecado venial tirando-lhe a beleza!” (Santa Catarina de Sena).

16

A “amizade” com o pecado venial assemelha-se ao terremoto destruidor: a alma vai esfriando no amor, perde o santo temor de Deus, a alegria em Deus, o gosto na oração, no serviço de Deus, nos sacramentos e nas ações virtuosas... e quando faz algo, o faz por obrigação e “cambaleando”.

17

Uma alma que passou para a outra vida ou com o pecado venial ou então sem descontar toda a pena devida aos seus pecados é como aquele cristal coberto de lodo. É preciso primeiro remover o lodo, para que o cristal possa brilhar. É esta a função do Purgatório: purificar as almas dos amigos de Deus, mas que ainda não estão prontas para brilharem na eternidade feliz do céu.

18

Quem dá habitualmente pouca atenção ao pecado venial, escancara a porta ao pecado mortal.

19

O pecado venial não ficará sem punição. Cada um deles acarreta um castigo aqui ou no Purgatório. Não descuidemos!

20

Cada pecado venial debilita a nossa resistência às tentações.

21

Os pecadores ignoram o pecado venial e o cometem como se estivessem tomando água sob o sol escaldante... mas os santos compreenderam o quanto os pecados veniais pesam na balança de Deus.

22

O pecado venial é um terrível “anão” que vai aos poucos “amarrando” a alma até torná-la imóvel.

23

O pecado mortal destrói o amor de Deus; enquanto que o pecado venial o diminui.

24

O pecado venial é uma grande e pesada “corda” que atrapalha terrivelmente o nosso progresso espiritual.

25

Quem ama verdadeiramente o Coração de Jesus não consegue ficar indiferente diante do pecado venial... mas o detesta de todo o coração: “Quem é zeloso da pureza de sua consciência deve, na presença de Deus, confundir-se pelos mais pequeninos pecados considerando a infinita perfeição d’Aquele contra quem são cometidos, perfeição essa que lhes agrava infinitamente a malícia” (Santo Inácio de Loiola).

26

Para apagar um pecado venial basta um ato de caridade ou uma comunhão fervorosa, desde que o coração esteja desapegado dele.

27

O pecado venial não faz perder o Céu, mas adia a posse dele.

28

O pecado venial não nos tira os méritos nem nos impede a aquisição de outros neste estado.

29

Quem comete o pecado venial não abandona o caminho da salvação, mas ziguezagueia no mesmo. Grande perigo de “capotar” espiritualmente!

30

Quem comete o pecado venial ofende a Deus e não caminha com rapidez na vida de perfeição como Ele deseja. Esse “embaraço” não pode agradar o Céu!

31

O pecado venial deliberado é uma ofensa ao Criador e faz-nos perder um tempo precioso nessa vida tão passageira.

32

O pecado venial deliberado não é uma simples fraqueza; mas sim, é uma desobediência a Deus em matéria leve.

33

O pecado venial é detestável! Ele injuria e insulta a Deus, bondade infinita.

34

O pecado venial deliberado faz estremecer a amizade entre o Criador e a criatura. Ele nos ama com amor infinito, e quer que o amemos de todo o coração.

35

Aquele que comete o pecado venial deliberado nega dar o coração inteiro para Deus, reservando parte dele para os seus caprichos. Isso é ingratidão, falta de fervor e indelicadeza para com o Criador... e tem um preço: diminui a intimidade entre a alma e Deus.

36

Quem comete o pecado venial repetidas vezes e de propósito deliberado, vê a sua alma imortal e espiritual ser despojada de muitas graças... a mesma vai perdendo aos poucos o fervor e se “escancarando” para o pecado mortal.

37

Quem resiste à tentação recebe nova graça, mas o pecado venial deliberado priva a alma dessa graça... não da graça santificante.

38

A pessoa que comete o pecado venial deliberado deixa de olhar para as coisas do alto para se entreter com o que passa... o tempo passa e ela perde muitas e preciosas “joias”. Que loucura!

39

Quem comete o pecado venial com frequência, fazendo pouco caso dele... olha para o cume da perfeição e diz que o mesmo é muito alto... e que pode se salvar sem escalá-lo.

40

O pecado venial deliberado é um “vento” gélido que torna a alma “resfriada”. A “tuberculose” mortal não está muito longe!

41

Quem comete o pecado venial deliberado com frequência, corre grande perigo de se deslizar... se escorregar... pouco a pouco ao pecado mortal. Triste abismo! Abismo que lança a alma no abismo eterno!

42

Quem vive apegado ao pecado venial resiste à graça. Espantosa decisão! Põe obstáculos à ação da graça na alma e a recebe em menor abundância! Terrível prejuízo!

43

As almas que passam para a outra vida com o pecado venial vão para o Purgatório. Essa pena não é eterna! As almas do Purgatório têm a certeza de estarem salvas, não podem merecer para si mesmas e sofrem da privação de Deus, mas têm a esperança.

44

Feliz da pessoa que odeia o pecado venial e o evita com cuidado.

45

Infelizmente, mesmo um coração abrasado do amor de Deus pode cometer o pecado venial... não nos afastamos do Criador, mas nos tornamos negligentes no seu serviço.

46

O pecado venial pode ser perdoado mesmo sem confissão, mas é louvável e recomendável acusá-lo na confissão... não nos mata espiritualmente, mas nos fere.

47

Quem não fizer penitência dos pecados veniais nessa vida, será castigado por Deus no Purgatório após a morte. Mas o castigo já inicia nesse mundo.

48

O homem é fraco e Deus sabe disso. Ele não pode se preservar completamente de todo pecado venial, mas pode destruir o afeto a esse pecado com a ajuda do alto e com o esforço.

49

A alma apegada ao pecado venial não está morta; mas sim, enferma... terrível enfermidade!

50

O pecado venial destrói e impede o efeito da graça atual na vida do homem... ela desaparece porque fecha-lhe a entrada. Quanta escuridão e prejuízo!

51

É preciso tremer diante do pecado venial! Esse pecado tido por coisa insignificante ofende a Majestade de Deus e torna o homem infeliz.

52

O pecado venial assemelha-se a um verme venenoso que rói furiosamente o coração do homem.

53

O perdão do pecado venial depende também da morte redentora de Jesus Cristo e supõe um sincero arrependimento.

54

Quem confessa o pecado venial somente por costume perde grandes bens na vida espiritual.

55

Quem brinca com o pecado venial arderá após a morte no fogo do Purgatório.

56

Milhões de pessoas possuem um “bichinho” de estimação chamado pecado venial.  Péssima estima! Terrível consideração!

57

O pecado mortal lança a alma no Inferno Eterno... o pecado venial lança a alma no Purgatório. O Inferno não terá fim... o Purgatório acabará. No Inferno há fogo e demônios... no Purgatório há fogo, mas não há demônios. Jamais uma alma sairá do Inferno... jamais uma alma passará do Purgatório ao Inferno; mas sim, irá para o Céu depois de purificada.

58

Ninguém pode viver tranquilo e seguro enquanto não evitar energicamente também o pecado venial. O Amor Eterno é exigente! “Senhor, antes sofrer todas as penas do inferno do que cometer um só pecado venial” (Santo Afonso Rodrigues).

59

Quem faz pacto com o pecado venial deliberado se rebela contra Deus.

60

É ingratidão pactuar com o pecado venial. Não derramou Jesus Cristo seu sangue por causa dele?

61

Quem despreza o pecado venial deliberado caminha à margem do abismo; se ceder um “metro” de terra, cairá desgraçadamente.

62

Os pecados veniais são simples gotas; mas também gotas podem arruinar um grandioso palácio.

63

Os pecados veniais são pequenas “feridas” que devem ser curadas. Não podemos curar em nosso corpo somente as feridas graves.

64

O pecado venial deliberado assemelha-se a um “monstro” que vai nos cercando no caminho da santidade... prejudicando o nosso adiantamento espiritual.

65

O pecado venial é um “ímã” que atrai os castigos da eterna justiça sobre a cabeça daqueles que o cometem.

66

Um mal menor do que o pecado venial seria, também, se o universo se reduzisse a pó, se Deus expulsasse do Paraíso sua Mãe, Maria Santíssima, e as hierarquias dos Anjos.

67

O demônio é muito esperto! Pede-nos o pecado venial e depois passa ao mortal... pede pouco para obter muito; quer o Inferno para as almas e não o Purgatório: “Sob certo aspecto, é maior o perigo das culpas pequenas do que o das culpas grandes” (São Gregório Magno).

68

Quem quiser chegar à perfeição na vida espiritual deve lutar continuamente contra o pecado venial: “Perseguirei meus inimigos, atingi-los-ei e não voltarei enquanto eles não estiverem completamente derrotados” (Sl 17, 41).

69

Os santos não adormeceram sobre o “leito” do pecado venial, mas lutaram diariamente contra ele... porque a santidade é incompatível com esse pecado.

70

Deus derrama uma “chuva” de graças sobre os corações que fecham as portas para o pecado venial.

71

Quem faz as pazes com o pecado venial e o comete sorridentemente... desagrada a Deus, vive triste e “cambaleia” às “margens” do Inferno Eterno.

72

A guerra diária contra o pecado venial agrada muito a Deus... deve ser uma batalha sem tréguas.

73

Muitas almas que se julgam piedosas e amigas de Deus perdem muito tempo examinando o “limite” entre o pecado venial e o pecado mortal. O melhor “limite” é evitar, custe o que custar, o pecado venial deliberado... assim não cairá no pecado mortal.

74

É grande cegueira espiritual pensar que Deus faz vistas grossas diante dos pecados veniais. Ele, Santidade Infinita, tem castigado, nesse mundo, certas culpas veniais que enche qualquer pessoa de espanto: A mulher de Lot foi ferida de morte e transformada numa estátua de sal por causa de uma curiosidade. Moisés e Arão foram excluídos da terra prometida por uma falta de confiança. Deus é bom, mas também é justo!

75

Feliz da pessoa que inclina a cabeça diante da grandeza de Deus, após ter cometido o pecado venial, para implorar o seu perdão com o coração ardendo de dor... e com propósito firme de emenda.

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Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “Pecado venial: maior desgraça depois do pecado mortal”

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