...NÃO CONHEÇO HOMEM ALGUM...

(Lc 1, 34)

 

“... não conheço homem algum...”

 

 

MENSAGENS PARA A VIDA

 

1.ª mensagem: Voto de virgindade.

 

Nossa Senhora tinha feito voto de virgindade. São José não o ignorava e, desposando-a, constituíra-se guarda e protetor do seu voto. Se assim não fora, porque se havia de admirar do que lhe anunciara o Anjo? “A castidade de Maria deu origem a muitas vocações religiosas, e produziu as maravilhas de que são instrumento as ordens monásticas. Os exemplos de José foram imitados” (Dom Duarte Leopoldo). “... não conheço homem algum...” (Lc 1, 34).

 

2.ª mensagem: Não conheço homem (no presente).

 

Conhecer tem, dentro desta ordem da concepção, sentido eufemístico (Mt 1, 25; Gn 4, 1; 19, 8) e significa o ato propriamente matrimonial: “O tempo presente ‘não conheço’ significa propósito e vontade, maneira habitual de realizar, e diz respeito tanto ao passado como ao futuro. Se dissesse respeito somente  ao passado e ao presente, a razão que justifica a pergunta careceria de sentido. Para uma concepção futura bastava um conhecimento futuro” (Pe. Juan Leal). “... não conheço homem algum...” (Lc 1, 34).

 

3.ª mensagem: Sempre virgem.

 

Santo Ildefonso de Toledo escreve: “Tua pureza fica salva no anúncio angélico sobre sua prole; tua virgindade encontra segurança no nome de teu filho, e assim permaneces honesta e íntegra depois do parto... Não quero ver-te questionar sobre o pudor de nossa Virgem no parto, não quero ver-te corromper a sua integridade na geração; não quero saber violada sua virgindade no momento em que deu à luz. Não lhe negues a maternidade, porque foi virgem; não a prives da plena glória da virgindade, porque foi mãe. Se uma destas coisas tu confundes, em tudo erraste”. “... não conheço homem algum...” (Lc 1, 34).

 

4.ª mensagem: Deus pode manter virgem a quem encontrou virgem.

 

Santo Ildefonso de Toledo ensina: “Desconhecer a harmonia que as une é ignorar por completo a verdade que encerrar. Se não pensas assim, estás errado, pecas contra a justiça. Se negas à Virgem sua maternidade ou sua virgindade, injurias grandemente a Deus. Negas que ele possa fazer sua vontade, que ele possa manter virgem a que encontrou virgem. Mas então a divindade do Onipotente antes trouxe detrimento do que benefício a Maria; enfeitou-a aquele que a enchera de beleza, ao criá-la. Cesse o pensamento que assim julga, cale-se a boca que assim fala, não ressoe tal voz”. “... não conheço homem algum...” (Lc 1, 34).

 

5.ª mensagem: Virgem por graça de Deus.

 

Santo Ildefonso de Toledo comenta: “Virgem de homem, virgem por testemunho do anjo, virgem por declaração do esposo, virgem antes de tê-lo, virgem depois de desposá-lo, virgem sem sombra de dúvida, virgem antes da vinda de seu filho, virgem depois de concebê-lo, virgem no parto, virgem depois do parto. Fecundada pelo Verbo e dele repleta, dignamente deu-o à luz, em nascimento humano, sim, conforme à condição e à verdade das coisas humanas, mas de modo intacto, incorrupto e totalmente íntegro. Isso ela deve a um dom divino, a uma divina graça, a uma divina concessão, mediante uma obra totalmente nova, de eficácia nova, de realização inédita, mantendo-se virgem pela concepção e depois da concepção, pelo parto, com o parto e depois do parto, virgem com o que havia de nascer, com o que nascia, virgem depois de seu nascimento. Dita, pois, esposa e virgem, escolhida para esposa e virgem, criada como esposa e virgem”. “... não conheço homem algum...” (Lc 1, 34).

 

6.ª mensagem: Virgem, apesar do filho e do esposo.

 

Santo Ildefonso de Toledo escreve: “Sempre virgem, apesar do filho e do esposo, alheia a toda união e comércio conjugal. Verdadeiramente virgem e santa, virgem gloriosa, virgem honrada. E após o nascimento do Verbo encarnado, após a natividade do homem assumido em Deus, do homem unido a Deus, mais santa virgem ainda, santíssima, mais bem-aventurada, mais gloriosa, mais nobre, mais honrada e mais augusta”. “... não conheço homem algum...” (Lc 1, 34).

 

7.ª mensagem: Mãe e virgem.

 

São Gregório de Nissa diz: “Ó acontecimento admirável! Uma virgem se torna mãe permanecendo virgem! Considera a nova ordem da natureza. Qualquer outra mulher, se permanece virgem, não pode tornar-se mãe; tornando-se mãe, já não conserva a virgindade”. “... não conheço homem algum...” (Lc 1, 34).

 

8.ª mensagem: O parto não tirou a virgindade de Maria.

 

São Gregório de Nissa comenta: “A mesma pessoa é mãe e virgem. A virgindade não a impediu de gerar, o parto não lhe tirou a virgindade. Era conveniente que, vindo fazer os homens íntegros e incorruptos, o Salvador fizesse seu ingresso na vida humana a partir da integridade total, consagrada a ele sem reserva”: “O que há de mais admirável, o que sobrepuja a tudo quanto se possa dizer ou imaginar, é o fato de nascer Ele de sua Mãe, sem a menor lesão da virgindade materna” (Catecismo Romano Parte I, IV, 8). “... não conheço homem algum...” (Lc 1, 34).

 

9.ª mensagem: A sarça ardente e a Virgem Maria.

 

São Gregório de Nissa ensina: “E isto parece-me que o grande Moisés tenha conhecido antecipadamente, através da luz na qual lhe manifestou o Senhor Deus e quando a sarça ardia incandescente mas não se consumia. ‘Irei e verei este grande espetáculo’, disse ele, referindo-se, penso eu, não a uma aproximação local mas a uma aproximação no tempo. O que então estava prefigurado no fogo e no arbusto tornou-se, no momento oportuno, claramente revelado no mistério da Virgem. Da mesma forma que a sarça ardente não se consumia, também a Virgem não se corrompeu gerando a Luz”. “... não conheço homem algum...” (Lc 1, 34).

 

10.ª mensagem: Nascimento milagroso.

 

De repente uma luz celeste ilumina aquele lugar paupérrimo. Ao mesmo tempo o choro de uma criancinha chama a Maria à realidade. E que maravilha! Diante dela, sobre míseras palhinhas, está deitado o Menino Jesus a chorar. Seu nascimento foi milagroso. Maria continua Virgem. Toma o Menino em seus braços. Envolve-o em panos que havia trazido consigo. O Pobrezinho está com muito frio e por isso chora. Maria o acalenta... Ela e São José o adoram. “... não conheço homem algum...” (Lc 1, 34).

 

11.ª mensagem: Maria foi virgem antes, durante e depois do parto.

 

Nossa Senhora foi virgem antes e depois do parto, quer dizer, não só não pecou nunca contra a castidade, mas nem sequer, na sua vida de casada, teve as legítimas relações matrimoniais com seu esposo. Ela foi virgem no parto, quer dizer, ao nascer Jesus não sofreu no seu corpo a lesão, que como virgem teria naturalmente sofrido, se seu filho não saísse milagrosamente do seu puríssimo seio: “Maria é santa, gloriosa, sempre virgem” (2.º Concílio de Constantinopla). Paulo IV, na Constituição “Cum quorumdam”, censura alguns erros, dentre eles: “Que Jesus Cristo não seja Deus... Que não fosse concebido, segundo a carne, no seio da Bem-aventurada sempre Virgem Maria por graça do Espírito Santo...”. O Concílio de Latrão do ano 649 (concílio particular), diz assim num dos seus cânones, aprovados depois pelo Papa Santo Agatão: “Se alguém, de harmonia com os Santos Padres, não confessa que a Imaculada, Santa e sempre Virgem Maria é própria e verdadeiramente Mãe de Deus, já que... por graça do Espírito Santo concebeu o mesmo Deus-Verbo..., que nasceu de Deus-Pai antes de todos os séculos, e o gerou de modo incorruptível, permanecendo intacta a sua virgindade também depois do parto, seja anátema”. “... não conheço homem algum...” (Lc 1, 34).

 

OBS: Essa pregação não está concluída; assim que “surgirem” novas mensagens as acrescentaremos.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 08 de novembro de 2017

 

 

 

 

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