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					MEU SENHOR E MEU DEUS! 
					
					(Jo 20, 28) 
					  
					
					“Respondeu-lhe 
					Tomé: ‘Meu Senhor e meu Deus!’” 
					  
					
					
					
					  
					  
					
					São Tomé
					reconhece a DUPLA NATUREZA de 
					Jesus Cristo, a sua HUMANIDADE e a sua 
					DIVINDADE. Acredita-se que ele chegou a introduzir o
					DEDO nas CHAGAS do Salvador, 
					verificando experimentalmente a realidade da presença do 
					Divino Mestre. 
					
					Tem o Senhor 
					compaixão da obstinada desconfiança do Apóstolo e, com 
					infinita bondade, oferece-Lhe as provas por ele pretendidas 
					com tanta audácia. São Tomé é vencido e sua 
					incredulidade se transforma no grande ato de fé:
					
					“Meu Senhor e meu Deus!” 
					Lição preciosa que admoesta os fiéis a não se admirarem das 
					dúvidas e dificuldades dos outros em crer. Cumpre antes 
					compadecer-se deles e envolver com orações os que padecem 
					dúvidas na fé e os incrédulos, recordando que a 
					caridade de Cristo... impele  tratar com amor, prudência e 
					paciência os homens que estão no erro e na ignorância sobre 
					a fé: 
					“Com o apóstolo Tomé, adoro-vos, meu Deus. 
					Se, com ele, pequei por incredulidade, ainda mais agora vos 
					adoro... ‘Meu Senhor e meu Deus’ (Jo 20, 28), meu Deus e meu 
					tudo! Só a vós devo desejar e nada mais” 
					(Bem-aventurado John Henry 
					Newman). 
					
					A resposta de 
					São Tomé é um ato de fé, de adoração e de entrega sem 
					limites: 
					“Meu Senhor e meu Deus!” 
					São quatro 
					palavras inesgotáveis. 
					A fé do Apóstolo brota, não tanto da evidência de Jesus, 
					mas de uma dor imensa. O que o leva à adoração e ao 
					retorno ao apostolado não são tanto as provas, como o 
					amor. Diz a Tradição que o Apóstolo São Tomé 
					morreu mártir pela fé no seu Senhor. Consumiu a vida a 
					seu serviço. 
					
					Usando Jesus 
					Cristo do ato de bondade singular, satisfaz ao obstinado e 
					incrédulo Tomé na sua soberba pretensão, 
					mostrando-lhe as feridas das mãos e do lado e o convida a 
					pôr nelas os dedos e a mão, exortando-o ao mesmo tempo a não 
					ser incrédulo, mas fiel, isto é, 
					a não se obstinar na sua incredulidade. 
					Tomé, transformado inteiramente, sem realizar o seu 
					intento, como parece mais natural, cai aos pés de 
					Jesus com um grito de FÉ e de ADORAÇÃO. 
					
					A resposta de 
					São Tomé não é uma simples exclamação, é uma afirmação:
					um maravilhoso ato de fé na Divindade de Jesus Cristo:
					
					“Meu Senhor e meu Deus!” 
					Estas palavras constituem uma jaculatória que repetiram com 
					frequência os cristãos, especialmente como ato de fé na 
					presença real de Jesus Cristo na Santíssima Eucaristia. 
					
					Como Maria 
					Madalena exclama “Rabbuni!” quando reconhece 
					ao Mestre, agora São Tomé exclama: Meu Senhor e 
					meu Deus. Expressão de amor.  A exclamação 
					equivale a uma afirmação. Nos Evangelhos não 
					existe uma frase mais clara em favor da divindade de Jesus 
					Cristo. 
					
					“Respondeu-lhe 
					Tomé: ‘Meu Senhor e meu Deus!’” 
					Respondeu depois 
					de haver tocado e feito uma 
					profissão de fé, tanto maior quão grande havia sido sua 
					incredulidade. Assim são alguns que para onde se 
					inclinam podem muito. Quando seguem o caminho da 
					maldade, são Saulos, e quando se entregam ao bem, são Paulos. 
					Não responde São Tomé o que parece que devia: 
					“Creio, Senhor, que és tu. Creio que ressuscitastes”. 
					Mas responde muito mais que isso: Meu Senhor e meu 
					Deus. Que declara Jesus Cristo ressuscitado dentre 
					os mortos e, além disso, sua natural consequência: que 
					é verdadeiro Deus e Senhor. Claríssimo 
					testemunho da DIVINDADE de Jesus 
					Cristo dado por um homem profundamente incrédulo, 
					citado por todos aqueles Padres antigos contra os 
					judeus (São Cipriano) e contra os 
					arianos (Santo Atanásio, Santo Hilário, São João 
					Crisóstomo, São Cirilo de Jerusalém e Majêncio). 
					
					São Tomé 
					era verdadeiramente incrédulo, e que 
					acreditava somente com os olhos e com as mãos; e, não 
					obstante, chama a Jesus Cristo, Deus. Por 
					isso, facilmente São João Crisóstomo pode aplicar a
					São Tomé aquele trecho do Salmo 76, 3: 
					“No dia da 
					angústia eu procuro o Senhor; à noite estendo a mão, sem 
					descanso”. 
					Como se dissesse: “Conheceu com as mãos que Jesus 
					Cristo era Deus”. 
					
					Alguém pode dizer 
					que São Tomé não chama absolutamente Deus 
					a Cristo Jesus, senão seu Deus, como Moisés 
					em Ex 7, 1 é chamado Deus do Faraó. 
					Porém, também isto se rebate com facilidade. Um judeu, ao 
					confessar sua fé, não chama Deus a 
					ninguém, mas somente ao Deus verdadeiro. 
					Alguns seguindo os erros dos arianos dizem que 
					estas palavras não se referem a Jesus Cristo, mas ao 
					Pai. São Tomé manifestou sua fé com essa 
					frase: 
					‘Meu Senhor e meu Deus!”,
					
					admite o que antes não acreditava; e o que antes duvidava 
					não era que o Pai fosse Deus, senão que o Filho fosse. Logo 
					confessa a Jesus Cristo, Deus. 
					
					Outro ariano 
					disse que Jesus Cristo não era o verdadeiro Deus, porque foi 
					possível conhecê-lo com as mãos, e a Deus não se pode tocar. 
					Com razão: Majêncio, São Gregório Magno, Santo 
					Agostinho e São Beda respondem que 
					São Tomé tocou uma coisa e acreditou em outra.
					TOCOU e VIU ao homem;
					ACREDITOU e CONFESSOU a Deus. 
					Disse Santo Agostinho: 
					“Via e toca ao homem 
					e confessava a Deus, ao que não via nem tocava. Porém, 
					naquele que via e tocava, acreditava já sem sombra de 
					dúvida”. 
					
					Dizem também 
					alguns, que ele se contentou somente depois que disse todas 
					as palavras. Por que não se contentou São Tomé com 
					UM SÓ NOME, chamando a Cristo Senhor seu ou Deus seu? 
					Ou por que disse antes SENHOR e depois 
					disse DEUS? Os discípulos chamaram a Jesus 
					Cristo de SENHOR desde o início, 
					e não O chamaram de DEUS abertamente. 
					 Por isso, São Tomé usou primeiro o nome que 
					tinha o costume de usar, para confessar 
					e crer que era verdadeiramente Cristo o 
					ressuscitado dentre os mortos. Depois, não contente 
					com a fé que havia professado antes de morte de Cristo, 
					chama-Lhe verdadeiramente SENHOR, isto é, 
					FILHO DE DEUS, que tem império sobre todos os 
					homens, e mais adiante, chama-Lhe verdadeiro Deus 
					também, o que não tinha feito até agora. 
					  
					
					Pe. Divino Antônio 
					Lopes FP (C) 
					
					Anápolis, 04 de 
					maio de 2014 
					  
					  
					
					Bibliografia 
					  
					
					Sagrada Escritura 
					
					Pe. Manuel de Tuya, 
					Bíblia comentada 
					
					Pe. Juan de 
					Maldonado, Comentário do Evangelho de São João 
					
					Pe. Juan Leal, A 
					Sagrada Escritura (texto e 
					comentário) 
					
					Edições Theologica 
					
					Sagrada Escritura, 
					Pontifício Instituto Bíblico de Roma 
					
					Pe. Francisco 
					Fernández Carvajal, Falar com Deus 
					
					Dom Duarte 
					Leopoldo, Concordância dos Santos Evangelhos 
					
					Pe. Gabriel de 
					Santa Maria Madalena, Intimidade Divina 
					
					Bem-aventurado 
					John Henry Newman, Maturidade cristã 
					
					São João 
					Crisóstomo, Escritos 
					
					Santo Agostinho, 
					Escritos 
					
					São Cirilo de 
					Jerusalém, Escritos 
					  
					  
					  
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