“… e chegou ao chamado ‘Lugar da
Caveira’ – em hebraico chamado Gólgota – onde o crucificaram…”
(Jo 19, 17-18).
O Senhor e Deus da nossa vida foi crucificado. As mãos e os
pés que só fizeram o bem foram transpassados por grandes e grossos pregos.
O doce e adorável Jesus nos ensina a verdadeira lição do
amor; o amor não consiste em palavras, mas na entrega total de si mesmo
sem reserva.
Se o inocente Cordeiro,
que nunca cometera nenhuma falta e que só fizera o
bem, foi pregado na cruz… nós, pobres pecadores, não podemos levar vida
cômoda nem buscar o mais fácil. Se amamos verdadeiramente a Nosso Senhor e
desejamos ser totalmente d’Ele, devemos viver crucificados com Ele no
Calvário não buscando outra coisa fora da cruz.
Sentimos uma dor imensa no coração e nossa alma geme de dor
ao pensarmos nas marteladas que cravaram as mãos e pés de nosso Amado
Senhor no duro madeiro.
Ficamos abismados diante da mansidão do amado Cordeiro e
gostaríamos imensamente de sermos crucificados com Ele.
Apesar das nossas fraquezas, queremos viver sempre
crucificados com Jesus. Pisaremos todo comodismo e vida fácil… fugiremos
de todos os aplausos e bajulações, caminharemos abraçados à cruz e jamais
nos apartaremos dela.
Sabemos que o mundo é enganador e que lança convite para
uma vida sem cruz. Ficaremos sempre surdos aos seus convites; porque,
quanto mais a cruz pesar em nossos ombros mais sentimos paz:
“Ó cruz santa, deixe que eu te abrace! Longe de
ti jamais encontro paz” (Santa Gema Galgani).
Os mundanos vivem angustiados e revoltados… com certeza
falta-lhes paz no coração. Eles buscam furiosamente o caminho largo e
sentem nojo do caminho da cruz. Agindo assim, se distanciam cada dia mais
do caminho do céu, porque sem cruz não há salvação:
“Não se pode salvar sem sofrer, querer amar a
Deus sem sofrer é ilusão” (Santa Margarida Maria Alacoque).
Os mundanos fogem da
cruz porque não acreditam na vida eterna… a “felicidade” deles
consiste em servir o mundo, cujo deus do mesmo é
Satanás: “Para os incrédulos, dos quais
o deus deste mundo obscureceu a inteligência”
(2 Cor 4, 4).
Causa pena encontrar milhares de pessoas batizadas na Santa
Igreja Católica Apostólica Romana e que depois de adultas se tornaram
inimigas da cruz de Cristo… trazem a cruz na testa, mas vivem totalmente
fora do caminho estreito.
É preciso gritar forte para todos ouvirem que a cruz é a
chave do céu… a escada que nos leva até o céu… e quem foge da mesma foge
de um grande bem e morrerá desgraçadamente.
A cruz vale mais do que todo o ouro do mundo… ela é a
riqueza verdadeira, incomparável com qualquer outra riqueza terrena.
Aquele que ama a cruz sabe o seu valor; e o que a despreza é grande
ignorante: “Se se conhecesse o valor da cruz,
não seria tão evitada e rejeitada” (Santa Margarida Maria
Alacoque).
Ilude-se aquele que tenta encontrar Cristo Jesus fora da
cruz, esse cansará e jamais O encontrará; porque Jesus está sempre na
cruz, isto é, no caminho da renúncia e da mortificação.
A vida de Nosso Senhor foi sempre de sacrifício… nunca
buscou a comodidade. O mesmo disse que para segui-Lo seria necessário
carregar a cruz todos os dias: “Procuro-te e te
encontro sempre sobre a cruz. Ó cruz santa, recebe-me junto a Jesus”
(Santa Gema Galgani).
O doce Jesus foi crucificado e suportou tudo com amor e
paciência. Ele é o modelo que devemos seguir… é preciso olhar para a cruz
com amor tendo-a como uma bênção.
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
Anápolis, 18 de abril de 2003
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