A Rainha dos mártires, Mãe do Rei dos mártires, Jesus
Cristo, permaneceu de pé perto da cruz (Jo 19, 25). Não desmaiou,
não se desesperou... não desanimou, mas perseverou mergulhada num oceano
de dores. Não reclamou da vontade do Pai, mas aceitou tudo com fé e
paciência... não voltou as costas para a vontade de Deus, mas a abraçou
com o Coração e com os braços.
Todas as dores sofridas pelos mártires: devorados
pelas feras, forca, decapitação, fogo, gelo, estrangulamento,
crucifixão, flagelação... não podem ser comparadas com as dores
sofridas pela Virgem Maria... a sua vida foi um oceano de tormentos:
“Tudo o que de mais cruel se tem feito padecer
aos mártires, é leve em comparação das dores que padece Maria”
(M. Hamon).
Os mártires só padeciam em seus corpos, e ainda assim a
unção da graça suavizava os seus tormentos, a ponto de se ter visto
alguns exultando entre os mais cruéis suplícios... mas, em Maria
Santíssima, é a mesma alma que é transpassada pela espada de dor, sem
ser suavizada por alguma consolação: “... e a
ti, uma espada transpassará tua alma”
(Lc 2, 35).
A Virgem Dolorosa contempla na cruz o Filho que só fez o
bem... aquele Senhor que nunca cometera um só pecado.
Nós, pobres pecadores, devemos contemplar Nossa Senhora
ao pé da cruz, com o seu Puríssimo Coração transpassado de dor... e
contemplar também o Inocente Cordeiro pregado na cruz, sofrendo para nos
salvar... e chorar de dor pelos nossos pecados... pelas nossas
ingratidões e rebeldias... chorar pela dureza dos nossos corações. É
grande loucura e máxima rebeldia permanecer com o coração frio e
indiferente diante das dores de Jesus e das dores de sua Santíssima Mãe.
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 10 de fevereiro de 2018
|