Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

33ª Meditação

 

Cristo ressuscitado, “inimigo” dos indiferentes

 

 

“Ide…” (Mt 28, 19).

Não basta rezar, mas é preciso também trabalhar para a glória de Deus.

Primeiro oração… e depois ação. Nunca só a oração.

Os Apóstolos adoraram o Senhor: “Ao vê-lo, prostraram-se diante dele” (Mt 28, 17). Depois o Senhor disse-lhes: “Ide…” (Mt 28, 19).

Santa Teresa do Menino Jesus diz: “Uma alma inflamada do amor de Deus não consegue ficar inativa”. Aquele que reza não consegue vive em cantos escuros, no comodismo, na “poltronice”… mas trabalha fervorosamente para a glória de Deus e pelo bem das almas.

A oração verdadeira… bem feita… fervorosa… “empurra” o evangelizador para a ação.

Jesus Cristo não quer que os Apóstolos fiquem no comodismo; por isso disse-lhes: “Ide…” (Mt 28, 19).

O Papa Pio XII escreve aos sacerdotes: “Do mesmo modo que para vos estimular à santificação pessoal vos exortamos a reproduzir em vós mesmos a imagem viva de Cristo, assim agora, para a eficácia santificadora do vosso ministério, vos incitamos com insistência a seguir sempre os exemplos do Redentor” (Exortação “Menti Nostrae”, 62).

Nosso Senhor rezava… rezava muito… mas também evangelizava… grande missionário.

O Salvador disse: “Ide…” (Mt 28, 19). Para onde? Para buscar uma vida cômoda, uma vida sem trabalho… um caminho fácil e relaxado? Não! Isso não pode salvar as almas.

O Senhor disse: “Ide…” (Mt 28, 19). “Ide” pelo mundo todo, porque ele veio para salvar a todos… Ele é o Salvador da humanidade.

Antes, o Salvador havia enviado os Apóstolos somente aos judeus… agora, que pela sua morte e ressurreição adquiriu direitos sobrenaturais sobre todos os homens, envia os Apóstolos a toda a terra, declarando que, graças ao seu sacrifício, foi derrubada a muralha que separava o seu reino do reino dos judeus, como escreve São Paulo em Efésios 2, 14: “Ele é a nossa paz: de ambos os povos fez um só, tendo derrubado o muro de separação e suprimido em sua carne a inimizade”.

O reino do Senhor, a Igreja, não terá limites; esse reino deverá ser levado ao mundo inteiro… por isso, Ele disse: “Ide…” (Mt 28, 19).

No início, somente na Judeia o Salvador fora conhecido; porém, agora, o será em todas as partes.

“Ide…” (Mt 28, 19). “Ide…” evangelizar a todos… tirar as almas da escuridão do pecado… ensinar a todos o caminho da salvação… dizer a todos que a alma vale mais que o ouro, a prata… mais que as coisas caducas e passageiras desse mundo.

Ninguém pode ficar indiferente diante desse “Ide…” Ninguém pode permanecer de braços cruzados diante desse “Ide…” A Santa Igreja ensina que as crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos devem ser missionários; a Igreja não dispensa nenhum católico desse trabalho.

“Ide…” (Mt 28, 19) pelas ruas, casas, campos, metrópoles… em busca das almas imortais e espirituais, porque o Senhor veio para salvá-las.

“Ide…” em busca da alma, porque ela vale mais do que o corpo. A alma é imortal, enquanto que o corpo morre.

“Ide…” dizer a todos que o bem espiritual vale mais que a felicidade material.

“Ide…” ensinar a todos que o mundo passa, enquanto que o céu é eterno.

“Ide…” porque muitas almas estão mergulhadas na lama do pecado… estão se perdendo por falta de conhecimento… estão se prostrando diante dos ídolos, porque não conhecem o Deus único e verdadeiro.

“Ide…” mostrar a todos o caminho da salvação, a verdadeira alegria e a mais pura felicidade… e o perigo da condenação eterna.

Quando o Salvador disse: “Ide…”, deixou claro que não aceita alguém ficar indiferente em relação à salvação do próximo. Ele veio para salvar as almas e não aceita um católico ficar indiferente diante das almas imortais.

“Ide…” pregar primeiro com o bom exemplo… depois com a palavra. Exemplo contínuo! Milhares de santos conquistaram muitas almas para o céu através do bom exemplo.

“Ide…” O Salvador que veio para salvar a todos não aceita “sal insosso”, “figueira estéril”, “servo preguiçoso”, “amante da poltronice”… dentro da sua Igreja. A Santa Igreja Católica Apostólica Romana, não é “casa de campo” para preguiçosos, acomodados, indiferentes e parasitas. Aquele que quiser seguir e servir a Jesus Cristo tem que descruzar os braços e trabalhar para a glória d’Ele e pelo bem das almas.

A palavra “Ide…” é pequena, mas muito “pesada” e exigente… é uma “sino” que nos convida a trabalhar para o Senhor o tempo todo. Devemos tremer diante do “Ide…” dito pelo Deus Eterno. O grande São Paulo Apóstolo escreveu “tremendo”: “Ai de mim, seu eu não anunciar o evangelho!” (1 Cor 9, 16).

O Concílio vaticano II ensina: “A vocação cristã é, pela sua própria natureza, vocação apostólica”, e: “Todos os fiéis, do Papa até o último batizado, participam da mesma vocação, da mesma fé, do mesmo espírito, da mesma graça” (Bem-aventurado Álvaro del Portillo).

O Deus Eterno, não uma criatura pecadora, disse: “Ide…” (Mt 28, 19). Não podemos ficar parados nem calados diante dessa ordem dada pelo Senhor que sabe de tudo. Devemos levar a luz da Palavra de Deus para os que vivem na escuridão, mesmo que seja necessário derramar o nosso sangue e enfrentar ventos furiosos e contrários.

O Senhor disse: “Ide…” Não podemos recuar nem retroceder diante das ameaças dos inimigos da verdade.

Os obstáculos surgirão imediatamente… as perseguições crescerão… o ódio se espalhará… mas é preciso obedecer antes ao Senhor que disse: “Ide…” (Mt 28, 19).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 24 de setembro de 2017

 

 

 

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Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “Cristo ressuscitado, “inimigo” dos indiferentes”.

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