“… e, com ele, dois outros; um de cada lado e Jesus no meio”
(Jo
19, 18).
Nosso Senhor foi crucificado no meio, entre o pecador Gestas (mau
ladrão), e São Dimas (bom ladrão). A “distância” é a
mesma, o Salvador não faz acepção de pessoas… Ele quer a salvação de
todos: santos e pecadores.
São Dimas contemplava o Salvador de perto; Gestas também contemplava o
Senhor de perto; o primeiro com o coração aberto… o segundo com o
coração fechado.
Nosso Senhor quer a salvação de todos, mas respeita a liberdade dos
santos e pecadores.
São Dimas e Gestas contemplaram o Sangue do Manso Cordeiro crucificado…
um adorou o Sangue do Senhor; o outro o amaldiçoou.
O
Senhor foi crucificado entre o santo e o pecador… o seu amor e perdão é
para todos, mas é preciso abrir o coração.
Nosso Salvador estava no meio… entre dois “caminhos”: O
“caminho” das trevas, escolhido por Gestas, o mau ladrão; e o
“caminho” da luz, escolhido por São Dimas, o bom ladrão. Ele deixou
cada um escolher o seu “caminho”.
O
“caminho” de Gestas, o mau ladrão, é o “caminho” do
pecador revoltado… que não aceita o Senhor como Salvador. Quem possui o
coração petrificado, dificilmente se arrepende na hora da morte:
“Dentre cem mil pecadores que teimam viver no
pecado até a morte, apenas um só se salvará no momento supremo”
(São Jerônimo).
O
“caminho” de São Dimas, o bom ladrão, é o “caminho” do
pecador que se arrepende… que chora os pecados diante de Cristo
crucificado: “As almas dos justos estão nas
mãos de Deus, e não os atingirá o tormento da morte”
(Sb
3, 1).
É o “caminho” daquele que morre na graça de Deus.
O
“caminho” de Gestas é o da falsa liberdade… do prazer, do vício,
do pecado… esse “caminho” é percorrido por milhões de pessoas…
ele conduz ao inferno: “… largo e espaçoso é
o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele” (Mt
7, 13).
O
“caminho” de São Dimas é o do sacrifício, da renúncia, da
penitência… poucos percorrem esse “caminho” que leva ao céu:
“Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à Vida. E
poucos são os que o encontram”
(Mt
7, 14).
O
“caminho” de Gestas é o dos ingratos… daqueles que deixaram a
graça de Deus passar em vão, e que permaneceram com o coração duro
diante de tantas oportunidades:
“Quão infeliz
é o pecador obstinado que resiste à voz divina! O ingrato, ao invés de
se entregar e enternecer à voz de Deus, se endurece mais e mais, à
semelhança da bigorna sob os golpes do martelo. Para seu justo castigo,
achar-se-á neste estado, na hora da morte, às portas da eternidade”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
O
“caminho” de São Dimas é o dos justos… daqueles que agradecem a
Deus continuamente pelas graças recebidas, que buscam continuamente a
santidade de vida: “O pecador teme a morte
porque da vida temporal passará à morte eterna; mas não aquele que,
estando na graça de Deus, há de passar da morte à vida”
(São Cipriano).
O bom ladrão não se desesperou na hora da morte.
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 20 de outubro de 2017
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