“Deixarei eu de beber o cálice que o Pai me deu?”
(Jo
18, 11).
Jesus, Servo Sofredor, não tem medo dos perseguidores… não quer fugir da
sua missão… não quer uma vida fácil e cômoda… Ele quer fazer a Santa
Vontade do Pai… quer entregar-se livremente, e não forçado.
O
Salvador não foge da morte, aceita-a com amor, sem revolta, não são os
inimigos que matam o Senhor, mas a Vontade do Pai.
Jesus quis fazer a vontade do Pai… bebendo o cálice dado por Ele.
O
caminho mais curto para o céu é fazer a Vontade de Deus.
O
Senhor não aceitou a defesa violenta de São Pedro. As suas palavras
aludem à oração no horto (Mt 26, 39), em que tinha aceitado
livremente a Vontade do Pai, entregando-se sem resistência para levar a
cabo a Redenção pela cruz.
Devemos acatar a Vontade de Deus com a docilidade e prontidão com que
Jesus enfrenta a Paixão: “Gradação:
resignar-se com a vontade de Deus; conformar-se com a vontade de Deus;
querer a vontade de Deus; amar a vontade de Deus”
(São Josemaría Escrivá).
Não podemos fugir da cruz, das dificuldades e obstáculos… com o coração
cheio de convicção devemos dizer:
“Deixarei
eu de beber o cálice que o Pai me deu?” (Jo
18, 11).
O
cálice é uma metáfora hebraica para indicar a sorte que Deus reserva a
cada um.
Quando alguém nos aconselhar a abandonar o caminho da cruz… a desprezar
a renúncia… devemos dizer com convicção e fé para essa pessoa:
“Deixarei eu de beber o cálice que o Pai me
deu?” (Jo
18, 11).
Sabemos que o caminho para o céu é estreito e apertado… que para seguir
a Cristo Jesus é preciso carregar a cruz todos os dias… por que, então,
buscar uma vida fácil e cômoda?
Aquele que foge da cruz faz a própria vontade e se perderá eternamente:
“É preciso sofrer e todos têm de sofrer; seja
justo ou pecador, cada um deve carregar sua cruz. Quem a carrega com
paciência, salva-se; quem a carrega com impaciência, perde-se”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
Não estamos aqui para fazer a nossa vontade; mas sim, a Vontade de Deus…
não podemos fabricar as nossas cruzes, mas devemos carregar as cruzes
enviadas por Deus… sem olharmos o tamanho nem o peso:
“Quem abraça as cruzes que Deus lhe manda não as
sente” (Santa Teresa de Jesus).
É
muito difícil percorrer o caminho da cruz… mas esse é o caminho de Deus…
o caminho da salvação… o caminho do céu… o caminho da recompensa:
“Toma, pois, a tua cruz, segue a Jesus e
caminharás para a vida eterna” (Tomás de Kempis).
Não basta contemplar a cruz… devemos carregá-la imitando o exemplo do
Salvador. O Senhor não veio para viver comodamente… mas sofreu desde o
ventre materno para nos salvar. Imitemos o seu exemplo:
“Não basta, todavia, venerar Jesus crucificado;
devemos imitá-lo, carregando a nossa cruz por seu amor”
(Bem-aventurado José Allamano).
Nosso Senhor, Deus Forte e Poderoso, não se escondeu atrás do Apóstolo
São Pedro… não se “apoiou” na lâmina de uma espada… não se
escondeu na escuridão para fugir dos inimigos; mas sim, com o Coração
cheio de amor pelas almas, quis beber o cálice que o Pai lhe enviou…
quis percorrer o caminho da cruz. Nada nesse mundo pode nos afastar do
caminho da cruz, esse é o caminho de Deus… não aceitemos outro caminho,
principalmente se for cômodo: “A cruz ensina
que não é na terra, mas no céu que nos está reservada a verdadeira
felicidade”
(Pe. Alexandrino Monteiro).
Jesus Cristo nos ensina a escolher o caminho da cruz… essa escolha deve
ser livre, alegre e cheia de convicção. Aquele que entra pelo caminho
estreito se salvará eternamente: “A cruz é
precisa ao cristão; pois, ser cristão é ser discípulo de Cristo, e o
nosso Cristo é, como diz São Paulo, Cristo posto na cruz”
(Pe. Alexandrino Monteiro).
O
Servo Sofredor não voltou as costas para a Vontade do Pai:
“Deixarei eu de beber o cálice que o Pai me deu?” (Jo
18, 11).
Inclinemos a nossa cabeça e abramos o coração para a Vontade de Deus…
bebamos do cálice enviado pelo Senhor com alegria e aceitação… sem
murmurar contra a Vontade d’Ele: “O Verbo
Eterno desceu à terá para nos ensinar, com seu exemplo, a carregar com
paciência as cruzes que Deus nos manda”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 08 de fevereiro de 2018
|