Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

97 – A Paixão de Jesus nos ensina a não fugir dos zombadores

 

 

“Deixarei eu de beber o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18, 11).

 

Jesus, Servo Sofredor, não tem medo dos perseguidores… não quer fugir da sua missão… não quer uma vida fácil e cômoda… Ele quer fazer a Santa Vontade do Pai… quer entregar-se livremente, e não forçado.

O Salvador não foge da morte, aceita-a com amor, sem revolta, não são os inimigos que matam o Senhor, mas a Vontade do Pai.

Jesus quis fazer a vontade do Pai… bebendo o cálice dado por Ele.

O caminho mais curto para o céu é fazer a Vontade de Deus.

O Senhor não aceitou a defesa violenta de São Pedro. As suas palavras aludem à oração no horto (Mt 26, 39), em que tinha aceitado livremente a Vontade do Pai, entregando-se sem resistência para levar a cabo a Redenção pela cruz.

Devemos acatar a Vontade de Deus com a docilidade e prontidão com que Jesus enfrenta a Paixão: “Gradação: resignar-se com a vontade de Deus; conformar-se com a vontade de Deus; querer a vontade de Deus; amar a vontade de Deus” (São Josemaría Escrivá).

Não podemos fugir da cruz, das dificuldades e obstáculos… com o coração cheio de convicção devemos dizer: “Deixarei eu de beber o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18, 11).

O cálice é uma metáfora hebraica para indicar a sorte que Deus reserva a cada um.

Quando alguém nos aconselhar a abandonar o caminho da cruz… a desprezar a renúncia… devemos dizer com convicção e fé para essa pessoa: “Deixarei eu de beber o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18, 11).

Sabemos que o caminho para o céu é estreito e apertado… que para seguir a Cristo Jesus é preciso carregar a cruz todos os dias… por que, então, buscar uma vida fácil e cômoda?

Aquele que foge da cruz faz a própria vontade e se perderá eternamente: “É preciso sofrer e todos têm de sofrer; seja justo ou pecador, cada um deve carregar sua cruz. Quem a carrega com paciência, salva-se; quem a carrega com impaciência, perde-se” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Não estamos aqui para fazer a nossa vontade; mas sim, a Vontade de Deus… não podemos fabricar as nossas cruzes, mas devemos carregar as cruzes enviadas por Deus… sem olharmos o tamanho nem o peso: “Quem abraça as cruzes que Deus lhe manda não as sente” (Santa Teresa de Jesus).

É muito difícil percorrer o caminho da cruz… mas esse é o caminho de Deus… o caminho da salvação… o caminho do céu… o caminho da recompensa: “Toma, pois, a tua cruz, segue a Jesus e caminharás para a vida eterna” (Tomás de Kempis).

Não basta contemplar a cruz… devemos carregá-la imitando o exemplo do Salvador. O Senhor não veio para viver comodamente… mas sofreu desde o ventre materno para nos salvar. Imitemos o seu exemplo: “Não basta, todavia, venerar Jesus crucificado; devemos imitá-lo, carregando a nossa cruz por seu amor” (Bem-aventurado José Allamano).

Nosso Senhor, Deus Forte e Poderoso, não se escondeu atrás do Apóstolo São Pedro… não se “apoiou” na lâmina de uma espada… não se escondeu na escuridão para fugir dos inimigos; mas sim, com o Coração cheio de amor pelas almas, quis beber o cálice que o Pai lhe enviou… quis percorrer o caminho da cruz. Nada nesse mundo pode nos afastar do caminho da cruz, esse é o caminho de Deus… não aceitemos outro caminho, principalmente se for cômodo: “A cruz ensina que não é na terra, mas no céu que nos está reservada a verdadeira felicidade” (Pe. Alexandrino Monteiro).

Jesus Cristo nos ensina a escolher o caminho da cruz… essa escolha deve ser livre, alegre e cheia de convicção. Aquele que entra pelo caminho estreito se salvará eternamente: “A cruz é precisa ao cristão; pois, ser cristão é ser discípulo de Cristo, e o nosso Cristo é, como diz São Paulo, Cristo posto na cruz” (Pe. Alexandrino Monteiro).

O Servo Sofredor não voltou as costas para a Vontade do Pai: “Deixarei eu de beber o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18, 11). Inclinemos a nossa cabeça e abramos o coração para a Vontade de Deus… bebamos do cálice enviado pelo Senhor com alegria e aceitação… sem murmurar contra a Vontade d’Ele: “O Verbo Eterno desceu à terá para nos ensinar, com seu exemplo, a carregar com paciência as cruzes que Deus nos manda” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 08 de fevereiro de 2018