Uma jovem francesa, que freqüentava as salas de baile, atraída
pela fama de São João Maria Vianney, resolveu procurá-lo para se confessar.
Vejamos como ela narrou o seu colóquio com o Santo.
— Lembras-te (disse ele) da última vez que foste ao baile?...
Estava lá um moço que te parecia bonito, e te causou sentimentos de ciúme e de
inveja, porque bailava somente com as outras e não se dignava dirigir-te um
olhar sequer?...
— É verdade. Lembro-me, sim.
— Lembras-te que, em dado momento, ele retirou-se da sala,
deixando-te desiludida, por não se ter dignado dançar contigo nenhuma vez?...
— Sim.
— E notaste, então, um pequeno fenômeno: duas como chamas entre
as solas dos sapatos dele e o pavimento da sala, quando se retirou... E não
fizeste caso, atribuindo aquilo a uma ilusão ótica do contraste entre as luzes e
a obscuridade da porta de saída... lembras-te disso?
— Sim; lembro-me.
— Pois bem. Aquele que te parecia um rapaz encantador... que te
causou tantos ciúmes... tanta inveja... tanto despeito... Quem era?
— ........
— Aquele era o diabo. Dançou com aquelas que já lhe pertencem,
com aquelas que não têm o menor escrúpulo da impureza... Contigo não quis
dançar, porque ainda eras pura, e sabia que virias te confessar...
Ficou a jovem impressionadíssima com aquelas revelações do Santo,
e prometeu que nunca mais iria a um baile.
E tu, jovem leitora, não achas que contigo poderia acontecer o
mesmo?
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