Papa Francisco "Doce Cristo na terra" (Santa Catarina de Sena, Carta nº 196,3 a Gregório XI, papa)
Francisco (em latim: Franciscus), nascido Jorge Mario
Bergoglio SJ (Buenos Aires, 17 de dezembro de 1936) é o 266º. Papa da
Igreja Católica Apostólica Romana e atual chefe de estado do Vaticano,
sucedendo o Papa Bento XVI, que abdicou ao papado em 28 de fevereiro de
2013.
Infância e juventude
Jorge Mario Bergoglio, filho do casal de imigrante italianos Mario Bergoglio (trabalhador ferroviário) e Regina Maria Sivori (dona de casa). Seu pai também jogava basquetebol no San Lorenzo, um dos cinco grandes do futebol argentino e cujas origens haviam sido impulsionadas por um padre. Jorge tornaria-se torcedor sanlorencista, já tendo afirmado que não perdeu nenhum jogo do título argentino de 1946, quando tinha então dez anos. Nascido e criado no bairro de Flores, atual sede do San Lorenzo, fez graduação e mestrado em química, na Universidade de Buenos Aires. Na juventude, teve uma doença respiratória que numa operação de remoção lhe fez perder um pulmão devido ao tabaco. Durante a sua adolescência, teve uma namorada, Amalia. Segundo ela, Bergoglio chegou a pedi-la em casamento durante a época, tendo ele inclusive afirmado que, do contrário, se tornaria padre.
Companhia de Jesus (jesuítas)
Ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em março de 1958. Fez o juniorado em Santiago, Chile. Graduou-se em Filosofia em 1960, na Universidade Católica de Buenos Aires. Entre os anos 1964 e 1966, ensinou Literatura e Psicologia, no Colégio Imaculada, na Província de Santa Fé, e no Colégio do Salvador, em Buenos Aires. Graduou-se em Teologia em 1969. Recebeu a ordenação presbiteral no dia 13 de dezembro de 1969, pelas mãos de Dom Ramón José Castellano. Emitiu seus últimos votos na Companhia de Jesus em 1973. Em 1973 foi nomeado Mestre de Noviços, no Seminário da Villa Barilari, em San Miguel. No mesmo ano foi eleito superior provincial dos jesuítas, na Argentina. Em 1980, após o período do provincialato, retornou a San Miguel, para ensinar em uma escola dos jesuítas.
No período de 1980 a 1986 foi reitor da Faculdade de
Filosofia e Teologia de San Miguel. Após seu doutorado na Alemanha, foi
confessor e diretor espiritual em Córdoba. Além do espanhol, fala
fluentemente italiano, alemão, francês e inglês, tendo razoáveis
conhecimentos de português.
Episcopado
Brasão de armas enquanto cardeal
Em 20 de maio de 1992, o Papa João Paulo II o nomeou bispo auxiliar de Buenos Aires, com a sé titular de Auca (Aucensi). Sua ordenação episcopal deu-se a 27 de junho de 1992, pelas mãos do cardeal Quarracino, de Dom Emilio Ogñénovich e de Dom Ubaldo Calabresi. Em 3 de junho de 1997, foi nomeado arcebispo coadjutor de Buenos Aires. Tornou-se arcebispo metropolitano de Buenos Aires no dia 28 de fevereiro de 1998. Foi nomeado ordinário para os fiéis de rito oriental, sem ordinário próprio, na Argentina, pelo Papa João Paulo II, em 30 de novembro de 1998.
Cardinalato
Foi criado cardeal no Consistório Ordinário Público de 2001, ocorrido em 21 de fevereiro de 2001, presidido pelo Papa João Paulo II, recebendo o título de cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino. Quando foi nomeado, convenceu centenas de argentinos a não viajarem para Roma. Em vez de irem ao Vaticano celebrar a nomeação, pediu que dessem o dinheiro da viagem aos pobres. Foi membro dos seguintes dicastérios na Cúria Romana:
Pontificado
Eleição
O cardeal Bergoglio foi eleito em 13 de março de 2013, no
segundo dia do conclave, escolhendo o nome de Francisco. Ele é o
primeiro jesuíta a ser eleito Papa, o primeiro Papa do continente
americano, do Hemisfério Sul e o primeiro não-europeu investido como
bispo de Roma em mais de 1.200 anos, desde São Gregório III, que nasceu
na Síria e governou a Igreja Católica entre 731-741. O anúncio (Habemus Papam)
Papa Francisco, recém-eleito, na sua primeira aparição pública, na varanda central da Basílica de São Pedro.
Primeira aparição como Papa
O Papa Francisco apareceu ao povo na sacada (ou varanda)
central da Basílica de São Pedro por volta das 20 horas e 30 minutos
(hora de Roma). Vestindo apenas a batina papal branca, acompanhou a
execução da Marcha Pontifical e saudou a multidão com um discurso: “Irmãos e irmãs, boa noite! Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo Emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde”.
O Papa rezou as orações do Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai, dedicando-os ao Papa Emérito. Em seguida, completou:
“E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará o meu Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta cidade tão bela! E agora quero dar a bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim”.
O Papa abaixou a cabeça em sinal de oração, e toda a
praça silenciou por um momento. Por fim, realizou sua primeira bênção
Urbi et Orbi, e despediu-se da multidão dizendo "Boa noite, e bom
descanso!". Nome papal
Ao ser eleito, o novo pontífice escolheu o nome de Francisco. Segundo o próprio, uma referência a São Francisco de Assis fazendo referência a "sua simplicidade e dedicação aos pobres" e motivado pela frase dita por Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, logo após sua eleição, ainda na Capela Sistina: "Não esqueça dos pobres". Francisco de Assis (1182 — 1226), padroeiro da Itália, foi o fundador da família franciscana.
“Muitos disseram que me deveria chamar Adriano como o grande reformador Adriano IV, ou Clemente, em vingança contra Clemente XIV, que aboliu a Companhia de Jesus. Alguns não sabiam por que tinha escolhido o nome Francisco, e interrogavam-se se seria por Francesco Saverio (1506—1552, jesuíta expulso das colônias espanholas, conhecido como Francisco Xavier, padroeiro das missões, evangelizador do Japão, um dos primeiros companheiros de Santo Inácio de Loyola e um dos co-fundadores da Companhia de Jesus), por Francisco de Sales [bispo de Gênova] ou por Francisco de Assis. Foi por causa dos pobres que pensei em Francisco. Depois, enquanto o escrutínio prosseguia, pensei nas guerras, e assim surgiu o homem da paz, o homem que ama e protege a criação, com o qual hoje temos uma relação que não é tão boa”.
O nome do pontífice não será acrescido do ordinal "I"
(primeiro) em algarismo romano. Segundo a Santa Sé isso só acontecerá
se, um dia, houver um papa Francisco II. Brasão e Lema
• Descrição: Escudo eclesiástico de blau, com um sol radiante e flamejante de jalde carregado do monograma IHS de goles, sobreposta a letra H de uma cruz do mesmo e três cravos de sable postos em pala, sob o monograma – armas da Companhia de Jesus - acompanhado em ponta de uma estrela de cinco pontas senestrada de um ramo de flor de nardo, ambos de jalde. O escudo está assente em tarja branca, na qual se encaixa o pálio papal (omofório) branco com cruzetas de goles. O conjunto pousado sobre duas chaves decussadas, a primeira de jalde e a segunda de argente, atadas por um cordão de goles, com seus pingentes.
“Ainda que ele (o Papa) fosse um demônio encarnado, jamais devo levantar a cabeça contra ele” (Santa Catarina de Sena, Carta 28, 4)
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