Albertina
Berkenbrock nasceu a 11 de Abril de 1919, em São Luís, Imaruí
(Brasil), numa família de origem alemã, simples e profundamente
cristã. Há uma singular concordância entre os testemunhos dados nos
vários processos canônicos por parte das testemunhas que a tinham
conhecido e convivido com a Serva de Deus, ao descrevê-la como uma
menina bondosa no mais amplo sentido do termo. A natural mansidão e
bondade de Albertina conjugavam-se bem com uma vida cristã
compreendida e vivida completamente. Da prática cristã derivava a
sua inclinação à bondade, às práticas religiosas e às virtudes, na
medida em que uma criança da sua idade podia entendê-las e vivê-las.
Sabia ajudar os pais no
trabalho dos campos e especialmente em casa. Sempre dócil,
obediente, incansável, com espírito de sacrifício, paciente, até
quando os irmãos a mortificavam ou lhe batiam ela sofria em
silêncio, unindo-se aos sofrimentos de Jesus, que amava
sinceramente.
A frequência aos
sacramentos e a profunda compenetração que mostrava ter na
participação da mesa eucarística é um índice de maturidade
espiritual que a menina tinha alcançado; distinguia-se pela piedade
e recolhimento.
O cenário no qual foi
consumado o delito é terrivelmente simples, quanto atroz e violenta
foi a morte da Serva de Deus. No dia 15 de Junho de 1931, Albertina
estava apascentando os animais de propriedade da família quando o
pai lhe disse para ir procurar um bovino que se tinha distanciado.
Ela obedeceu. Num campo vizinho encontrou Idanlício e perguntou-lhe
se tinha visto o animal passar por ali.
Idanlício Cipriano
Martins, conhecido com o nome de Manuel Martins da Silva, era
chamado pelo apelido de Maneco. Tinha 33 anos, vivia com a mulher
próximo da casa de Albertina e trabalhava para um tio dela. Embora
já tivesse matado uma pessoa, era considerado por todos um homem
reto e um trabalhador honesto. Albertina muitas vezes levava-lhe
comida e brincava com os seus filhos; portanto, era uma pessoa do
seu conhecimento. Quando Albertina lhe perguntou se tinha visto o
boi, Maneco responde que sim, acrescentando que o tinha visto ir
para o bosque próximo dali e ofereceu-se para a acompanhar e ajudar
na busca. Mas, ao chegarem perto do bosque, convidou-a para
deitar-se com ele. Seguiu-a com intenção de lhe fazer mal. Albertina
não consentiu e Maneco então a pegou pelos cabelos, jogou-a ao chão
e, visto que não conseguia obter o que queria porque ela reagia,
pegou um canivete e cortou o seu pescoço. A jovem morreu
imediatamente. Dos testemunhos dos companheiros de prisão de Maneco
revelou-se que a menina declarou a sua indisponibilidade pois aquele
ato era pecado. A intenção de Maneco era clara, a posição de
Albertina também: não queria pecar.
Durante o velório, Maneco
controlava a situação fingindo velar a vítima e ficando por perto da
casa. Porém, antes que descobrissem quem era o assassino, algumas
pessoas notaram um fenômeno particular: todas as vezes que ele se
aproximava do cadáver da Serva de Deus, a grande ferida do pescoço
começava a sangrar.
No funeral de Albertina
participou um elevado número de pessoas e todos diziam já que era
uma "pequena mártir", pois dado o seu temperamento, a sua piedade e
delicadeza, eram convictos de que tinha preferido a morte ao pecado.
Albertina sacrificou a vida somente pela virtude.
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