Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Carta 73

 

Anápolis, 31 de outubro de 2013

 

À senhora Genoveva Augusta dos Santos

Goianira – GO

 

Caríssima, os anjos não sofrem pelos males dos que guardam.

Onde há tristeza e dor não há felicidade plena, como diz o livro do Apocalipse: “Não haverá nem luto, nem clamor, nem sofrimento”. Ora, os anjos são perfeitamente bem-aventurados. Logo, nada sofrem.

Os anjos não sofrem nem pelos pecados, nem pelas penas dos homens. No dizer de Santo Agostinho, tristeza e dor resultam do que contraria a vontade. Ora, nada acontece no mundo que contrarie a vontade dos anjos e dos demais bem-aventurados, porque, suas vontades aderem perfeitamente à ordem da divina justiça. Com efeito, nada acontece no mundo que não seja feito ou permitido pela justiça divina. Portanto, absolutamente falando, nada acontece no mundo que contrarie a vontade dos bem-aventurados. Todavia, o Filósofo diz no livro III da Ética, que se diz voluntário de modo absoluto aquilo que alguém quer em particular quando age, isto é, consideradas todas as circunstâncias, embora considerado em geral fosse voluntário. Por exemplo, o navegante que não quer de modo absoluto e em geral atirar as mercadorias ao mar, mas que, na iminência de um perigo de vida, o quer.  Um gesto assim é mais voluntário que involuntário como aí mesmo se diz. Assim os anjos, falando de modo geral e absoluto, não querem que os homens pequem e sofram. Mas querem que a respeito disso seja guardada a ordem da justiça divina segundo a qual alguns são sujeitos a penas, sendo-lhes permitido pecar.

A palavra de Isaías pode se entender dos anjos, isto é, dos mensageiros de Ezequias que choraram por causa das palavras do ajudante de campo de Senaquerib. – Em sentido alegórico, os anjos de paz são os apóstolos e os outros pregadores, que choram por causa dos pecados dos homens. – Se, porém, se toma o texto em sentido analógico, aplicando-o aos anjos bem-aventurados, então a expressão será metafórica, para significar que os anjos querem em geral a salvação dos homens. Assim atribuímos a Deus e aos anjos esses sentimentos.

Quer os homens façam penitência, quer pequem, os anjos conservam um motivo de alegria, a saber, o cumprimento da ordem da providência divina.

Os anjos são levados a juízo por causa dos pecados dos homens, não como réus, mas como testemunhas, para convencer os homens de sua negligência (cfr. Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, Volume II).

Parabéns pela sua participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de outubro. Seja missionária convidando muitas pessoas para o Retiro de dezembro.

Eu te abençôo e te guardo no Coração de Maria Virgem.

Com gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.