Anápolis, 31 de outubro
de 2013
À adolescente Gabriela
Silva Rodrigues
Goiânia – GO
Estimada,
um anjo não pode mover a vontade do outro.
A
vontade é imutada duplamente: por parte do objeto e por
parte da potência mesma. – Por parte do objeto movem a
vontade: o bem em si, objeto dela, assim como o
desejável move o apetite; e quem mostra o objeto, p.
ex., quem mostra que alguma coisa é boa. Mas, os outros
bens inclinam a vontade de certo modo, que nenhum a mova
suficientemente, o que só faz o bem universal que é
Deus; e esse bem só o mostra, como é visto em essência
pelos bem-aventurados, aquele que, a Moisés que dizia:
Mostra-me a tua glória – respondeu: Eu te
mostrarei todo o bem, como se lê na Escritura
(Ex 33, 18-19). Portanto, o anjo não move
suficientemente a vontade, nem como objeto, nem como
indicador do objeto. Mas a inclina como algo de amável e
como manifestativo de certos bens criados ordenados para
a bondade de Deus; e assim pode inclinar por modo de
persuasão, ao amor da criatura ou de Deus. – Por parte,
porém, da potência, em si, a vontade não pode ser
movida de nenhum modo, salvo por Deus. Pois, a operação
da vontade é uma inclinação de quem quer para a coisa
querida. Ora, tal inclinação só pode imutá-la quem
conferiu à vontade a virtude volitiva; assim como só
pode mudar a inclinação natural o agente, que pode dar
a virtude, donde resulta essa inclinação. E como, só
Deus é quem dá à criatura a potência volitiva, porque só
ele é o autor da natureza intelectual, conclui-se que um
anjo não pode mover a vontade de outro.
Deve-se
compreender a purificação e a perfeição conforme o modo
de iluminação. E como Deus ilumina imutando o intelecto
e a vontade, assim os purifica dos defeitos e os
aperfeiçoa quanto ao fim. A iluminação angélica, porém,
reportando-se ao intelecto, a purificação do anjo se
entende relativamente à deficiência do intelecto que é a
ignorância; pois a perfeição é a consecução do fim do
intelecto que é a verdade conhecida. E é o que significa
Dionísio quando diz: Na hierarquia celeste, a
purificação, relativa às essências sujeitas, é uma como
iluminação, quanto ao desconhecido que as conduz a uma
ciência mais perfeita. Assim, como se disséssemos
que a visão corpórea é purificada pela remoção das
trevas; iluminada, pela perfusão da luz; aperfeiçoada,
enfim, quando levada ao conhecimento do objeto colorido.
Um anjo pode
levar outro ao amor de Deus, a modo de persuasão.
O Filósofo se
refere ao apetite inferior sensitivo, que pode ser
movido pelo apetite superior intelectivo, pertencente
à mesma natureza da alma, e porque o apetite inferior é
uma virtude do órgão corpóreo. O que não tem lugar nos
anjos (cfr.
Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, Volume II).
Foi exemplar a sua
participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de
outubro. Seja diligente convidando muitas pessoas para o
Retiro de dezembro.
Eu te abençôo e te guardo
no Coração de Maria Virgem.
Com gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes
FP.
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