A SALVAÇÃO DA ALMA
O negócio da eterna salvação é, sem dúvida,
o mais importante, e, contudo, é aquele de
que os cristãos mais se esquecem. Para
alcançar a salvação eterna que se faz? Que
procedimento se segue? Nada se costuma
fazer; ao contrário, tudo o que se faz é
para perdê-la, e a maior parte dos cristãos
vive como se a morte, o juízo, o inferno, a
glória e a eternidade não fossem verdades da
fé, mas apenas fábulas inventadas pelos
poetas. Os santos são verdadeiros sábios
porque só trabalharam para salvar-se. A
felicidade eterna é para nós o negócio mais
importante, o negócio único, o negócio
irreparável se não o pudermos realizar.
É, sem contestação, o negócio mais
importante, porque é das mais graves
consequências, em vista de se tratar da
alma, e, perdendo-se esta, tudo está
perdido. Devemos estimar a alma — disse São
João Crisóstomo — como o mais precioso dos
bens.
Razão tinha São Filipe Néri em chamar de
louco ao homem que não trabalhava na
salvação de sua alma.
A salvação eterna não é só o mais
importante, senão o único negócio que nesta
vida nos compete.
Para alcançar a salvação é
necessário que, na hora da morte, apareça a
nossa vida semelhante à de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Para este fim devemos
esforçar-nos em evitar as ocasiões perigosas
de pecar e empregar os meios necessários
para conseguir a salvação: “O demônio
trabalha sem repouso para perder-te, e tu,
tratando-se de tua felicidade ou de tua
desgraça eterna, tanto te descuidas?”
(Santo
Agostinho)
(cfr. Santo Afonso Maria de
Ligório, Preparação para a morte).
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