Ó minha Mãe dolorosa, Rainha dos
mártires e das dores, chorastes tanto vosso Filho, morto por minha
salvação; mas de que me servirão vossas lágrimas, se eu me perder?
Pelos merecimentos, pois, de vossas dores, impetrai-me uma
verdadeira emenda de vida, com uma perpétua e terna compaixão de
Jesus e vossas dores. E já que Jesus e vós sendo inocentes, tanto
padecestes por mim, obtende-me que eu, réu do inferno, padeça também
alguma coisa por amor de vós.
Digo-vos com São Boaventura: “Ó minha
Senhora, se eu vos magoei, feri e enternecei meu coração, para
castigar-me; se eu vos tenho servido, fazei-o então em recompensa
disso. Considero uma vergonha me ver sem chagas, quando vós e Jesus
estais feridos por meu amor”. Finalmente, ó minha Mãe, ainda um
pedido. Pela aflição que sentistes vendo diante de vossos olhos
vosso Filho, entre tantos tormentos, inclinar a cabeça e expirar na
cruz, suplico-vos que me alcanceis uma boa morte. Ah! não me
abandoneis na última hora, ó advogada dos pecadores.
Não deixeis de assistir minha alma
aflita e combatida, na terrível e inevitável passagem da vida à
eternidade. E como é possível que eu perca então a palavra e a voz,
para invocar vosso nome e o de Jesus, que sois toda a minha
esperança, invoco-vos desde já, a vosso Filho e a vós, pedindo-vos
que me socorrais no instante final, e dizendo: Jesus e Maria, a vós
recomendo a minha alma. Amém.
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