Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

01 de Abril

 

Santo Hugo

 

O nome Hugo é tipicamente medieval e de origem alemã, e significa: “inteligência, tino”. O Martirológio Romano contém o elenco de seis santos com este nome, quase todos de origem francesa. Entre estes há o santo do dia, Hugo, bispo de Grenoble, na França.

Hugo nasceu em Castelo Novo, na região do Isère, sudeste da França, em 1053. Poucas são as notícias relativas a este santo, espe­cialmente antes do episcopado. O próprio Martirológio Romano é muito sóbrio, contentando-se em dizer: “Em Grenoble, na França, Santo Hugo bispo, que viveu por muitos anos na solidão e morreu ilustrado pela glória do milagre”.

Hugo tornou-se membro do clero da diocese de Valence, onde foi nomeado cônego e passou depois ao serviço da arquidiocese de Lião como secretário do arcebispo. Por este foi enviado como legado duma missão importante junto ao Papa Gregório VII e foi exatamente este santo papa que, reconhecendo-lhe qualidades especiais de piedade e prudência, o quis pessoalmente sagrar bispo de Grenoble, embora a pouca idade de 28 anos e vencendo certa resistência de Hugo que demonstrava uma forte inclinação para a vida monástica.

Grenoble, a diocese confiada aos seus cuidados pastorais, era muito antiga, e estava situada perto dos Alpes entre a França e a Itália. Diocese importante pela sua extensão, pelo número de habitantes e por possuir uma biblioteca rica em códigos e manuscritos antigos. Quando Hugo tomou posse, a diocese estava sem pastor, a disciplina eclesiástica em decadência, os bens da diocese em grande parte depre­dados por leigos. Todo esse quadro dificultava a reorganização da diocese.

Desde o início do seu pastoreio espiritual, Hugo notou que a diocese necessitava de uma reforma profunda. Depois de alguns anos de sacrifícios e sofrimentos, não encontrando correspondência em seus anseios e esforços de reforma, Hugo pensou em renunciar ao pesado cargo e vestir o hábito de monge beneditino. Mas ficou somente dois anos na paz do mosteiro, porque o Papa Gregório VII, ao conhecer a resolução de Hugo, não aceitou a renúncia e bondosamente forçou o santo bispo a recarregar a cruz. Hugo, em devoção ao vigário de Cristo, obedeceu, reanimou-se na difícil tarefa de reforma da diocese e conseguiu ótimos resultados.

Durante seu governo se apresentou na diocese São Bruno que, deixando seus prestigiosos benefícios na diocese de Reims, planejava a fundação duma Ordem de vida monástica austera, como reação ao mundanismo e egoísmo do século. O bispo Hugo, com a intuição própria dos santos, acolheu bondosamente Bruno e seus companheiros, aprovou o plano, e pessoalmente procurou um lugar ermo que servisse para esta finalidade; aí foi fundado o primeiro mosteiro da Ordem dos Cartuxos.

Entre seus colegas bispos, Hugo distinguiu-se pela profunda humildade que o levava a sentir-se indigno da honra e do cargo que o papa lhe confiara. Contudo, sua atuação episcopal foi sábia, prudente, solícita, perseverante, inspirada numa fé inquebrantável e no mais intenso amor pelo seu povo. Esteve na frente do governo da diocese por 52 anos. Alguns anos antes da morte, sentindo-se cansado e fraco na saúde, pediu ao Papa Honório a exoneração da diocese mas este lhe respondeu: “Para o bem do seu povo, prefiro V. Revma. velho e doente a qualquer outro, mesmo jovem e de boa saúde”. Era o melhor elogio que este santo bispo podia receber do vigário de Cristo.

Hugo faleceu com 80 anos, no dia lº de abril de 1132. Foi amado e pranteado pelo povo que lhe tributou logo veneração. Dois anos depois seu culto foi conhecido e ratificado oficialmente pela Igreja. Deixou Hugo uma importante obra relativa à história da Igreja de Grenoble.