Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

06 de Abril

 

Bem-aventurada Pierina Morosini

 

Durante o Sínodo sobre os Leigos, em outubro de 1987, deu-se a beatificação de três leigos, tidos como mártires: Mareei Callo, de 24 anos, morto nos campos de extermínio nazistas, em 1944; Antônia Mesina, de 16 anos, e Pierina Morosini, de 26 anos, mártires pela pureza.

Hoje ocorre o aniversário da morte desta última que har­monizou as aspirações de santidade com os deveres de operária, de ativista na Ação Católica e de filha solícita nos afazeres domésticos.

Pierina nasceu aos 7 de janeiro de 1931 na pequena al­deia de Fiobbio, Bérgamo (Itália). Primeira de nove filhos, de família pobre, mas honrada pela fé, Pierina viveu uma religiosidade sincera e intensa na humildade e bondade de gestos e atitudes que lhe cativa­ram a simpatia dos vizinhos.

Começou a trabalhar numa fábrica de tecidos aos 15 anos, percorrendo mais de duas horas a pé cada dia para ir e voltar do trabalho.

Pela sua marcante devoção a Santa Maria Goretti, escolhida a modelo de virtude, assistiu à beatificação em 1947. Naquela ocasião segredou a uma amiga: “Também eu desejaria morrer como a Goretti; antes de pecar contra a castidade, prefiro deixar-me matar!” Alimen­tou o desejo de se consagrar a Deus na vida religiosa e missionária, mas a situação de pobreza da família a induzira a adiar sua decisão.

Cada ano renovava seu voto de castidade de acordo com seu diretor espiritual. Compôs um regulamento espiritual de vida que observava fielmente. Entre seus propósitos se lê: “Cultivarei em sumo grau a modéstia no traje e no porte, nunca permitindo leviandades em palavras ou ações”. Sua jaculatória preferida era: “Ó Maria, sempre jovem porque sempre pura, fazei rejuvenescer meu coração com a be­leza da castidade”. Privilegiava a frase de Santa Teresa: “A virgindade é o profundo silêncio de todas as coisas sobre a terra’.

Na paróquia, Pierina era um elemento ativo. Pertencia à Ação Católica, era catequista e zeladora das obras do seminário e das missões. Era assídua em participar das funções religiosas na paróquia, inclusive à missa e comunhão diárias, mesmo com grande sacrifício. No lar era uma segunda mãe para com os irmãozinhos que ajudava a educar com paciente solicitude. Sua mãe nunca precisou solicitá-la no serviço, menos ainda, repreendê-la. A estrada que percorria para ir à fábrica era um itinerário de oração e mortificação.

Ao voltar da fábrica na tarde do dia 4 de abril de 1957, subindo as encostas semidesertas que a levavam ao lar, Pierina foi agarrada por um jovem com a intenção de seduzi-la. No lugar se no­taram sinais de luta, de resistência, de sangue. Um irmão, vendo o atra­so de sua volta ao lar, foi-lhe ao encontro e deparou com seu corpo ensanguentado, com sinais de pedradas na cabeça. Levada ao hospital não recobrou os sentidos e faleceu dois dias depois.

Seu enterro foi uma apoteose! O lugar de seu martírio se transformou em meta de romarias e numerosos depoimentos eviden­ciaram a grandeza de sua alma. Pierina é apontada como modelo de elevada perfeição cristã no caminho ordinário da santificação do dia-a-dia e no viver os valores do trabalho, da modéstia e da pureza, que são o perfume angélico de uma alma.