Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

13 de Abril 

Santos Martinha e Hermenegildo

 

A reforma do calendário litúrgico fez justiça ao grande Papa Martinho, conservando-lhe a memória, por ter sido um baluarte de resistência contra o despotismo e em salvaguardar a integridade da fé.

De fato, Martinho resistiu com o martírio à prepotência do imperador Constante II que protegia os hereges monofisitas que negavam a Cristo a vontade humana. Isto era mutilar a integridade pessoal do Divino Mestre, que sabemos dotado de duas naturezas perfeitas: a humana e a divina.

O próprio Jesus, ao rezar: "Seja feita não a minha, mas a tua vontade", fazia uma evidente alusão a uma vontade humana, além da vontade divina que o identificava com a natureza do Pai.

O Papa Martinho condenou a doutrina dos monofisitas, o que provocou a reação violenta do imperador bizantino, o qual enviou um forte exército a Roma para prender o papa e conduzi-lo a Constantinopla.

A história diz que Martinho foi submetido às maiores humilhações e às mais cruéis torturas por vários meses até ser deportado para a Criméia, onde veio a falecer mártir, em 655. Vencido no campo da violência, foi vencedor no da verdade e do amor. O comportamento de Martinho foi sempre de fé inquebrantável e, ao mesmo tempo, de grande bondade em perdoar aos carrascos. Esta é a história de muitos papas em defender e proclamar a verdadeira fé.

 

SANTO HERMENEGILDO foi a vítima mais ilustre da perseguição dos visigodos, de religião ariana, que invadiram a Espanha Cristã por volta do ano 450.

O pai de Hermenegildo, rei dos visigodos, pretendia unificar a Espanha, não só politicamente, mas também religiosamente, forçando a que todos abraçassem o arianismo. Neste espírito educou os dois filhos, Hermenegildo e Recaredo, nomeados, respectivamente, príncipe de Sevilha e de Toledo.

Hermenegildo casou-se com a distinta princesa Ingonda, de origem francesa, profundamente católica, que pela oração, bom exemplo e persuasão, conseguiu converter o esposo à fé de Roma. Esta conversão desgostou sobremaneira o pai, Leovigildo, que ameaçou o filho de cassação do seu cargo, caso não voltasse imediatamente à fé ariana. Hermenegildo, com respeito, mas com firmeza, respondeu: "Não me custa renunciar à coroa terrestre quando tenho garantida a celeste".

O pai realizou a ameaça e, com grande exército, marchou contra Sevilha. Ao chegar o pai, Hermenegildo prostrou-se-lhe aos pés, suplicando perdão. Apesar da promessa formal feita ao filho vencido e humilhado de que o trataria com dignidade e clemência, Leovigildo mandou prender o filho, lançando-o em duríssima prisão. Envidou, depois, todos os esforços para reconduzir o filho ao arianismo, mas em vão. Então o pai, enraivecido, decretou a sentença de morte.

Ao chegarem os algozes, Hermenegildo deu graças a Deus, ajoelhou-se em oração, enquanto os carrascos lhe decepavam a cabeça. Era o dia 13 de abril de 585. A santa morte do filho abalou as convicções do pai que acabou convertendo-se ao Catolicismo, devolvendo, assim, a paz à Igreja da Espanha.