Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

20 de Abril

SANTA  Inês de Monte Pulciano,  O.P.

 

Inês de Monte Pulciano nasceu  em 1277, filha de pais abasta­dos da família dos Segni. Muito cri­ança ainda, Inês manifestava uma grande inclinação à oração, de que todos se admiravam. Quando che­gou o tempo da menina aprender a rezar o Pai Nosso e a Ave Maria, era coisa muitas vezes observada, que ela se separava dos outros, se ajoelhava em um canto da sala e rezava estas orações. Se se lhe per­guntava o que fazia, a resposta era: “estou aprendendo minha lição”. Olhar para o crucifixo ou ver uma imagem de Nossa Senhora, causava-lhe um prazer muito grande. Seis anos não tinha completos ainda, quando manifestou aos pais a von­tade de ser religiosa. Este amor ao estado religioso aumentava-lhe com a idade. Os pais não fizeram oposição alguma a esta aspiração da filha e. tendo ela nove anos entrega­m-na às religiosas de São Domingos.

Como religiosa, tanto   se  distinguiu na prática das virtudes, principalmente pelo amor à oração  e da, obediência, que uma superiora  visitadora não   hesitou   em elogiá-la   publicamente   e   dizer    que desta filha  esperava  não  ser uma glória menor para a   Igreja, que a grande mártir Santa   Inês.  Ainda não contava dezesseis anos, quando as religiosas de Proceno,   tendo conhecimento  de  sua  extraordinária santidade   pediram  lhes    fosse dada por superiora. O Papa Nicolau VI, anuindo ao pedido das freiras, ratificou a eleição, e Inês ficou sen­do superiora daquela comunidade.

Ela sabendo que a superiora de uma comunidade religiosa deve ser modelo de perfeição para as Irmãs, uma vez investida neste cargo, re­dobrou de esforços na aquisição das virtudes, principalmente da peni­tência, da humildade e do recolhi­mento religioso. Praticava constantemente o jejum; o pavimento ser­via-lhe de leito para o descanso, e uma pedra de travesseiro.

As flagelações a que sujeitava o corpo, eram tão repetidas e duras, que os confessores se viram obriga­dos a impor-lhe severa moderação. A oração era-lhe a ocupação predileta e sempre lhe parecia pouco o tempo que dedicava a estes colóquios da alma com Deus. Na aparência e nos modos tinha algo de angélico que a todos atraía e encantava.

Em Monte Pulciano havia uma casa, ocupada por mulheres de mau procedimento. O desejo de Inês era que essa casa fosse transformada em Convento. O que ninguém ousava esperar que fosse possível um dia ser fato, se realizou devido à grande influência da Santa. As pecadoras converteram-se; a casa transformou-se em convento, onde INSS soube implantar ordem e virtude.

As contínuas e cruéis penitências que se infligia, muito concorreram para o rápido enfraquecimento do seu organismo. Uma doença dolo­rosa foi a anunciação do desenla­ce, que ia levar-lhe a alma aos pa­ramos da eterna glória. Inês preparou-se com o maior cuidado para o dia da morte e, embora fossem cru­ciantes as dores que sofria, no semblante se lhe lia contentamento e alegria. Inês morreu na idade de quarenta anos. Uma das últimas recomendações que deixou às reli­giosas, foi esta: “Minhas filhas, amai-vos umas às outras, pois a caridade é o sinal dos Filhos de Deus”. — A morte de Inês foi co­nhecida na cidade pela boca das crianças, que exclamavam: “Mor­reu Inês, a Santa!” O túmulo tor­nou-se-lhe glorioso. Registraram-se muitos benefícios extraordinários, que Deus se dignou de conceder aos fiéis por intercessão de Inês. Curas milagrosas de doentes, a ressurrei­ção de uma criança que tinha mor­rido afogada, a conversão de gran­des pecadores, são fatos que mais ainda provaram e confirmaram a santidade da grande serva de Deus.

 REFLEXÕES

Bom sinal da futura santidade é ser a criança amiga da oração. A oração é a vida da alma. Pela oração é garantida. a assistência da graça divina, em to­das as circunstâncias. Quem pode pres­cindir do auxílio divino? Tolos, pois, são aqueles que desprezam a oração, julgando-a supérflua. De Santa Inês diz a biografia, que se aplicava sempre ao maior recolhimento, quando fazia as  orações. Em toda a aparência exterior predominava aquele recolhimento, que   Paulo tanto recomendava aos cris­tãos de seu tempo. A modéstia — é uma  virtude que agrada a Deus e aos homens. “Nos nossos atos — diz Santo Agostinho — nada deve haver que pos­sa escandalizar ou razoavelmente des­gostar ao próximo. A modéstia cristã é um baluarte contra a dissipação, com o  cortejo das suas más conseqüências. A oração une-nos a Deus, fazendo descer sobre nós suas graças.