Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

03 de agosto

São Pedro Julião Eymard

 

Desde o século XIX já se promoviam por toda parte na Igreja, congressos eucarísticos nacionais e internacionais que visam despertar e alimentar nos féis a fé na presença de Jesus na Santíssima Eucaristia. Estes momentos fortes de espiritualidade popular são devidos, sobretudo, ao grande impulso dado por São Pedro. Eymard à devoção à Santíssima Eucaristia.

Nascido numa modesta família, foi iniciado pela mãe desde pequeno à devoção à Santíssima Eucaristia: todos os dias a mãe levava o menino à igreja para receber a bênção eucarística. Tinha só cinco anos, quando, certo dia, Pedro desapareceu de casa e os pais já estavam preocupados. Procuraram por toda parte, quando veio uma inspiração de procurá-lo na igreja. Estava lá, ele bem perto do sacrário: “O que é que você está fazendo aqui?” “Estou falando com Jesus”, respondeu o pequeno Pedro. Perante o sacrário nasceu-lhe a vocação religiosa e sacerdotal.

No entanto, inúmeras dificuldades o esperavam para realizar seu sonho. Encontrou férrea oposição de seu pai que considerava a presença do filho necessária para o sustento da família e, aliás, nem tinha condições de enfrentar as despesas dos estudos. Pedro pacientou, rezando e estudando às escondidas do pai o latim pela noite adentro. Por fim, sua tenacidade venceu e ordenou-se sacerdote em 1834.

Exerceu seu ministério sacerdotal por cinco anos, como coadjutor e, depois, como pároco, admirado e amado por seus fiéis, até que um dia desapareceu da paróquia. Entrou na Congregação dos Maristas, sonhando ser um dia missionário nas longínquas terras da Oceania.

Deus, porém, tinha outros planos: Eymard devia ser missionário da devoção da Santíssima Eucaristia em sua terra natal, a França, para irradiar pelo mundo afora um grande amor a Jesus Eucarístico.

Pedro notava muita indiferença religiosa entre o povo; um certo afastamento das massas da Igreja e ele sentiu profunda reação. “Deus não é amado, porque não é conhecido”, dizia ele. “É necessário tirar Cristo do sacrário, apresentá-lo ao povo como o grande Senhor, Mestre, Salvador, vivo, real em nosso meio”.

Pedro Eymard rezou bastante, aconselhou-se com os superiores e com o próprio Papa Pio IX e, quando viu claramente ser vontade de Deus, atirou-se sem reservas numa nova obra: a fundação de uma congregação religiosa que propague, difunda no mundo o culto solene à Santíssima Eucaristia.

Enquanto se desenrolava o longo e sofrido período da gestação do novo instituto, Pe. Eymard não perdeu tempo; toda sua vida convergia para o grande e sublime ideal de servir a pessoa real de Cristo presente na Eucaristia. Este ideal polarizou toda sua atividade interna e externa. “Para mim, viver é Cristo, e Cristo Sacramentado”, dizia ele parafraseando as palavras de São Paulo.

Viajou por toda a França, levando sua mensagem eucarística. Fundou uma associação chamada dos Sacerdotes Adoradores. Fundou também uma Ordem Terceira em que os leigos se comprometem na adoração ao Santíssimo Sacramento. Fundou ainda a Congregação Religiosa das Servas do Santíssimo Sacramento. Colocou sua obra sob a proteção de Nossa Senhora, dando-lhe um novo título: Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento. Deixou numerosos escritos de espiritualidade eucarística. Faleceu cheio de merecimentos, em 1868, com 57 anos de idade.