Instituto Missionário dos Filhos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

14 de agosto

São Maximiliano Maria Kolbe

 

Um santo é sempre um dom de Deus para a Igreja e para a humanidade. Maximiliano o é de um modo particularmente eloqüente, pelas circunstâncias trágicas de seu martírio.

Raimundo Kolbe nasceu aos 8 de janeiro de 1894, na Polônia, de família operária, pobre mas profundamente religiosa. Aos treze anos entrou no seminário franciscano e, emitindo sua profissão religiosa, tomou o nome de Maximiliano Maria.

Nos estudos, distinguiu-se de forma genial nas ciências e na matemática.

Para os estudos de filosofia e teologia foi enviado a Roma, onde doutorou-se nestas disciplinas com ótimas notas. Ainda clérigo estudante, manifestou seu zelo e amor a Maria, fundando o movimento de apostolado mariano “Milícia da Imaculada”. Ordenado sacerdote em 1918, voltou para sua pátria, onde foi designado para lecionar no seminário franciscano, em Cracóvia.

Em 1922, mesmo sem recursos financeiros, fundou uma nova revista mensal com o título: Cavalheiro da Imaculada, que poucos anos depois chegava à elevada tiragem de um milhão de exemplares. A esta revista, seguiram outras iniciativas editoriais: O Pequeno Cavalheiro da Imaculada, revista para crianças; o Miles Immaculatae, revista latina para sacerdotes, e um diário que chamou de Pequeno Jornal, com 200 mil exemplares. O apostolado da imprensa era seu carisma. Seu objetivo era conquistar o mundo inteiro a Cristo por meio de Maria Imaculada.

Em 1930, Maximiliano tomou a decisão de abrir uma missão no Japão e lá também se atirou à atividade editorial, com a fundação em Nagasaki da revista O Cavalheiro da Imaculada. Apesar do restrito meio católico, a revista alcançou a tiragem de 50 mil exemplares.

Sua permanência no Japão foi curta. Em 1936, os superiores exigiram sua presença na Polônia, para que tomasse a direção do grande convento franciscano de Niepakalanow, que chegou a abrigar 600 religiosos. A obediência de ter que deixar suas iniciativas apostólicas no Japão foi dura. Ele sonhava passar mais tarde para a Índia e depois pelos países árabes e fundar revistas e jornais que propagassem a devo­ção à Imaculada, como instrumento de penetração do Reino de Deus.

Nos anos 1936-1940, início da Segunda Guerra Mundial, Maximiliano redobrou seu zelo no apostolado da imprensa, enquanto cuidava da direção do convento e da formação de 200 jovens.

Ao alvorecer de setembro de 1939, as tropas nazistas tomaram de traição a Polônia, destruindo qualquer resistência e incendiando tudo. Frei Maximiliano foi preso duas vezes. A prisão definitiva deu-se no dia 17 de fevereiro de 1941. Quando o chefe militar viu Frei Maximiliano vestido de hábito religioso, ficou furioso. Agarrou o crucifixo do frade e, puxando-o, gritou: “E tu acredita- nisso?” “Creio, sim!” Uma tremenda bofetada seguiu a resposta de Frei Kolbe. Três vezes repetiu-se a pergunta. Três vezes Maximiliano confessou sua fé. Três vezes levou bofetada.

Ao fim de maio de 1941, Frei Maximiliano foi transferido de Varsóvia para o campo de extermínio de Auschwitz, perto de Cracóvia. Era um campo de horrores. Basta dizer que lá foram mortos, depois de incríveis sofrimentos, quatro milhões de seres humanos. Os judeus e os padres eram os mais perseguidos.

Depois de três meses de sofrimentos, deu-se naquele campo a fuga de um prisioneiro. Em represália, dez prisioneiros inocentes deviam ser condenados à morte de fome. Um dos sorteados chorou: “Pobre de minha mulher, pobres de meus filhos…” Naquele instante, saiu da fila o prisioneiro n. 16.670, pedindo ao comandante o favor de poder substituir aquele pai de família.

“Quem és tu?” berrou o comandante. “Sou um padre católico”, respondeu Frei Maximiliano. “Aceito sua decisão”, disse o comandante depois de breve pausa.

O recém-condenado, Francisco Gajowniczek, voltou à fila: Maximiliano tomou seu lugar. Todos os dez, despidos, foram empurrados numa pequena, úmida e totalmente escura cela dos subterrâneos, para morrer de fome.

Depois de duas semanas, sobreviviam somente três com Frei Maximiliano.

Para desocupar o lugar, foram mortos com uma injeção venenosa. Até aquele instante, Maximiliano, esquecido de si, consolava seus colegas, suavizando-lhes as penas.

Francisco Gajowniczek sobreviveu. No dia 10 de outubro de 1982 estava presente à solene canonização de Frei Maximiliano, dando testemunho mais uma vez do heroísmo de seu “salvador”.

O corpo de Maximiliano foi cremado e suas cinzas atiradas ao vento. Numa carta, quase prevendo seu fim, Frei Maximiliano escrevia: “Eu queria ser reduzido a pó pela Imaculada e espalhado pelo vento no mundo!” Assim se deu! Aquelas cinzas foram levadas pelo vento do Espírito ao mundo, suscitando fecundos germes de vida e de renascimento. Verdadeiro mártir da caridade, do amor que salva e dá vida.

“Toda a vida de Maximiliano está marcada pelo encanto de duas coroas: a coroa branca da inocência e a coroa vermelha do martírio. O branco e o vermelho, cores da bandeira polonesa, símbolos da Imaculada e do Espírito Santo, da pureza e do amor, são as cores desta vida exemplar, a bandeira de uma humanidade mais autêntica e mais fraterna”, assim comenta Luciano Marini no L'Osservaiore Romano, no dia 10/10/1982. A memória deste santo foi incluída como obrigatória no calendário litúrgico.