Instituto Missionário dos Filhos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

18 de agosto

Santa Helena, Imperatriz

 

Sobre a origem e a pátria de Santa Helena há divergências entre os historiadores. Segundo a opinião de uns, Helena era filha de uma família pobre de Drepano, na Bitinia, quando outros nela reconhecem uma princesa de sangue real de York, da Inglaterra.

Educada no paganismo, contraiu matrimônio com Constâncio Chloro, oficial do exército da nobre família do imperador Cláudio II e Vespflgiann Dessa união nasceu Constantino, que mais tarde se tornou célebre na História, como primeiro imperador cristão.

O Império Romano tinha dois imperadores. Estes (Diocleciano e Maximiano), depois de um governo de 20 anos, adotaram mais dois. “Césares”: Galério Maximiano e Constâncio Chloro. A este, marido de Helena, coube a administração da Gália e Bretanha.

Quis a exigência política, que Constâncio Chloro repudiasse Helena, para se casar com Teodora, enteada de Maximiano.

Constantino partiu para a Bretanha, onde o pai o apresentou ao exército como sucessor no trono.

Constâncio Chloro morreu, e Constantino foi proclamado Imperador. Helena voltou para junto do filho. Um dos primeiros atos do novo imperador foi sustar a perseguição aos cristãos. Embora educado nas idéias do paganismo, Constantino já conhecia bastante o cristianismo, para votar-lhe estima e respeito.

Devendo abrir campanha contra Maxêncio, com um grande exército se dirigiu à Itália, na incerteza a que divindade devia invocar, para assegurar-se da vitória. Uma voz interior dizia-lhe que só ao Deus dos cristãos se devia confiar. Diz a lenda que, à luz do meio dia lhe apareceu uma cruz no céu e com ela foram vistas estas palavras: in hoc signo vinces (Neste sinal terás a vitória) Na noite seguinte, uma visão que teve, deu-lhe diretivas ainda mais claras.

Confiante em Deus, Constantino arriscou a batalha contra o exército de Maxêncio, muito mais numeroso que o seu, e saiu vencedor.

Teve esta vitória como conseqüência vir Constantino a declarar-se abertamente protetor do Cristianismo, com sessenta e quatro anos de idade.

A mãe, Helena, com sessenta e quatro anos de idade, recebeu o batismo, preparando também Constantino, para garantir a fidelidade do pai, foi retido como refém na corte do Imperador Diocleciano, onde, como segundo Moisés, no meio do mundo pagão, viveu doze anos. Quando Galério conseguiu a renúncia, dos dois velhos Imperadores, ambos célebres pela perseguição que fizeram aos cristãos, a conversão do filho. Com a mudança de religião, ela deu também à vida um cunho tão característico de cristã, que todos admiravam as virtudes que, praticava, entre estas principalmente a caridade.

Constantino proclamou-a Imperatriz, e em sua honra mandou cunhar moedas com a sua efígie, as quais traziam a seguinte inscrição: “Flávia Helena”.

O exemplo da santa Imperatriz, a bondade, o zelo e dedicação ganharam-lhe os corações dos súditos. Faltava ainda destruir o último baluarte do paganismo, o que Constantino conseguiu pela vitória sobre Licínio, Imperador do Oriente. Derrubado este, pôde ser convocado o grande concílio de Nicéia, em 325, cujo maior triunfo foram a defesa da divindade de Jesus Cristo, contra os Arianos, e o projeto de edificar-lhe um templo no monte Calvário.

Apesar dos seus 78 anos, a Imperatriz quis levar a efeito essa grandiosa idéia. Com esse fim, transferiu sua residência para Jerusalém e começou a obra.

Muitos prisioneiros cristãos no Oriente obtiveram a liberdade.

Helena teve a grande satisfação de encontrar o santo Lenho.

Tendo voltado a Roma, a piedosa Imperatriz fez-se servidora de donzelas que, em santa comunidade, viviam dedicadas a Deus. Considerava grande honra poder servi-las à mesa.

Sentindo aproximar-se a morte, deu salutares conselhos ao filho e aos netos, e em Agosto de 328 entregou a bela alma a Deus.

Mais tarde Constantino mandou erigir um grande crucifixo, ladeado de duas estátuas: dele e da mãe.

Helena era geralmente considerada o protótipo de mulher virtuosa, tanto que as Princesas reputavam grande honra serem chamadas segundas Helenas. Rufino diz incomparável sua fé, e Gregório Magno atribui à interferência de Helena o reerguimento do espírito cristão entre os Romanos.

 

REFLEXÕES

 

O traço mais característico da vida de Santa Helena é a bondade e o amor do próximo, de que deu provas. Qualquer que seja tua posição, é possível também praticares esta virtude e terás a certeza de assim cumprir a lei de Jesus Cristo e merecer-lhe o agrado. “Aprendei a fazer o bem, procurai o que é justo, socorrei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a viúva, reparti vosso pão com quem tem fome, introduzi em vossa casa os pobres e peregrinos; quando virdes o nu, cobri-o e não desprezeis a vossa carne” (Is. I. 1. 17; 58. 7). “Não impeças de fazer o bem àquele que o pode fazer; si podes, faze-o tu mesmo também. Não digas a teu amigo: “Vai e torna; amanhã te darei — quanto tu lhe pedes dar logo” (Pr. 3. 27). “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt. 5. 7).

A Sagrada Escritura está cheia de elogios à caridade. São do Antigo Testamento as seguintes referências à caridade: “Abençoada será a posteridade do misericordioso”. “Faze esmola dos teus bens, e não voltes teu rosto a nenhum pobre, porque desta sorte sucederá que também não aparte de ti a face do Senhor. Da maneira que puderes, sê caritativo. Se tiveres muito, dá muito; se tiveres pouco, procura dar de boa mente esse pouco” (Tb. 4) Oxalá possas aplicar a ti a palavra do piedoso Jo: “Desde a minha infância cresceu comigo a comiseração; desde pequeno, era meu prazer socorrer os necessitados e oferecer-lhes meus préstimos” (Jo 31).