Instituto Missionário dos Filhos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

22 de agosto

São Filipe Benício

 

Hoje, oitava da Festa da Assunção de Nossa Senhora, a liturgia nos propõe a memória de Maria Rainha, a fim de mostrar mais claramente a ligação que há entre a dignidade régia da Mãe de Deus e sua Assunção ao Céu. Maria, por sua íntima ligação à pessoa e à missão de Cristo seu Filho, adquiriu méritos incomparáveis de salvação em favor de toda a humanidade e por isso faz jus ao título de Rainha da Igreja, assim como por sua Assunção ao Céu foi coroada Rainha dos Anjos e Santos.

Este título é motivo de incontida alegria e esperança para toda a humanidade. Com a liturgia da missa rezamos: “Ó Deus que fizestes a Mãe do vosso Filho nossa Mãe e Rainha, dai-nos, por sua intercessão, alcançar o reino do céu e a glória prometida aos vossos filhos”.

Neste mesmo dia ocorre a memória de São Filipe Benício, que nasceu de família nobre em Florença, aos 15 de agosto de 1233.

Os pais esmeraram para lhe proporcionar a melhor educação e para isso o enviaram ao maior centro cultural da Europa: Paris, onde cursou os estudos de filosofia e medicina. De Paris passou para a Universidade de Pádua, onde completou sua formação.

Terminados os estudos, Filipe esteve incerto sobre sua vocação. Os pais queriam que exercitasse a medicina, mas ele sentia aspirações mais altas. Certo dia, freqüentando, como de costume, a igrejinha dos Servos de Maria, ficou impressionado com uma frase da Escritura, no episódio do diácono Filipe, a quem o Espírito Santo, ordenando a Filipe que batizasse o etíope, disse: “Vai, aproxima-te do carro”. Estas palavras o nosso santo as considerou ditas a si, como convite para entrar na Ordem dos Servitas.

Pediu admissão como simples irmão leigo e deu logo a todos o exemplo de grande humildade. Ocultando cuidadosamente sua origem nobre, sua cultura intelectual, não teve em mira outra coisa senão imitar Jesus Cristo na humildade e no espírito de penitência. Na comunidade, prestava os serviços mais humildes com rara fidelidade. Deus, porém, exaltou a humildade de seu servo. Uma lâmpada acesa não pode ficar por muito tempo oculta. Os superiores perceberam as altas qualidades intelectuais de Filipe, sua vasta cultura, e lhe aconselharam assumir o sacerdócio. Tinha então 27 anos. Sua carreira daquele momento em diante não teve parada. Foi eleito mestre de noviços, conselheiro e depois superior geral da Ordem dos Servitas, com a idade de 34 anos.

Como responsável supremo da Ordem, Filipe dedicou-se à sua expansão, imprimindo-lhe um espírito missionário: os mosteiros se multiplicaram e foram feitas fundações na Polônia, na Hungria, para que fossem centros propulsores da pregação do Evangelho. Ele mesmo, com dois confrades, percorreu quase toda a Itália, instruindo, pregando penitência aos pecadores, animando os cristãos a viver em união com a Igreja e seu representante o papa, e por toda parte, levando a devoção a Nossa Senhora das Dores.

Em 1271, os cardeais reunidos em conclave há vários meses não conseguiam chegar a um acordo para a eleição do novo papa, quando alguns cardeais fizeram a proposta de eleger Filipe Benício: a proposta foi aceita mas o nosso santo, tendo notícia do fato, fugiu para os montes escondendo-se, até que, finalmente, soube da eleição do Papa Gregório X.

Longos anos tinha Filipe dedicado à vida missionária, tão cheia de trabalhos, sacrifícios e responsabilidades e só a abandonou, quando sentiu faltarem-lhe as forças. Na festa da Anunciação de Nossa Senhora, do ano de 1285, fez seu último sermão, entusiasmando a todos, sobre a devoção e as virtudes da Virgem Santíssima. Depois, adoeceu. Vendo chegar a hora da morte, pediu a imagem do Crucifixo, estreitou-a fortemente contra o peito e disse com alegria: “Em vós, meu Deus, confiei; em vossas mãos entrego meu espírito”. Era o dia 22 de agosto de 1285. Falecia o santo com 52 anos de idade.