Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

04 de Fevereiro

 

São João de Brito

 

Nasceu São João de Brito em Lisboa, no dia 1º de março de 1647. Era filho de Salvador de Brito Pereira, que foi mais tarde governador do Rio de Janeiro. Pertencia a uma família nobre e piedosa, a serviço do duque de Bragança.

Seu próprio irmão, Fernando, foi seu primeiro biógrafo e nos fornece notícias de sua infância. Tinha constituição física muito frágil, de saúde precária, sofrendo inclusive em sua juventude freqüentes hemoptises. Contudo era um jovem inteligente e aplicado.

Em cumprimento de uma promessa, e também por ser de seu gosto, entrou na Companhia de Jesus, depois de ter sido pajem da corte do rei de Portugal.

Fez seus estudos superiores na Universidade de Coimbra, desejando completar seus estudos teológicos, na Índia. Sua piedosa mãe, sabendo da saúde frágil de João, opôs-se à partida do filho, mas foi tanta a insistência dele, que no dia 25 de março de 1673, contando vinte e seis anos de idade, partiu para a terra dos seus sonhos – as missões na Índia.

Deteve-se algum tempo em Goa para terminar seus estudos teológicos, levando aí uma vida de grande austeridade: não usava cama para dormir, não comia carne nem pescado, mas tão-somente legumes, hortaliças e frutas.

Ordenado sacerdote, iniciou logo sua atividade missionária no Malabar. Vestido pauperrimamente, com os pés inchados de muito andar, carregava consigo  apenas uma pele de animal para sentar-se e dormir e  alguns livros: a Bíblia, o breviário e um vade-mécum, que expunha a crença daquele povo e a forma de evangelizá-lo. Assim evangelizou os hindus: sofreu perseguições, foi preso e até torturado, mas conseguiu a conversão de milhares de não cristãos.

No modo de viver, de se alimentar, de se vestir, na língua, em tudo o que podia, adotava o costume dos hindus. Por outro lado, dizia-se sem equívoco mensageiro do Evangelho de Cristo, diferente da crença hindu. Outra característica de sua personalidade é que possuía maneiras gentis e educadas ao estilo oriental. Sabia sorrir, ser amável, bondoso e sempre acolhedor.

Depois de quinze anos de difícil e cansativo apostolado, resolveu embarcar para a Europa em busca de novos operários evangélicos e para prestar contas do estado das missões. Ventos contrários empurram o navio às praias do Brasil. Com muita dificuldade prosseguiu a viagem para Portugal, onde advogou a causa das missões da Índia, seja junto aos superiores dos jesuítas, seja junto ao rei Pedro II, que desejava retê-lo em Lisboa como conselheiro do reino e preceptor de seu filho, mas João de Brito insistiu em voltar para suas missões na Índia.

Ao chegar a Malabar, de volta, deparou-se com um levante dos brâmanes, sacerdotes hindus, contra os cristãos, viu as igrejas queimadas, as casas dos cristãos saqueadas. Pouco depois prenderam também a João de Brito. Foi levado a uma colina sobre o rio Pamparru, sendo ameaçado de morte. Pediu e obteve tempo para rezar, e, depois, levantando-se sorridente, entregou-se aos verdugos. Era o dia 4 de fevereiro de 1693. Ataram-lhe as mãos e a longa barba, e na presença de muito povo, deram-lhe o golpe fatal na cabeça que rolou colina abaixo até o rio e foi arrastada pela corrente. O corpo mutilado de mãos e pés foi atado a um poste para servir de alimento às aves do céu.

Venerado logo como santo e mártir pelos cristãos, foi beatificado em 1852 e canonizado por Pio XII, em 1947.