Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

15 de Fevereiro

 

São Cláudio de La Colombiere

 

Nasceu no Delfinado, na França , em 1641, de família muito religiosa. Foi aluno dos jesuítas, primeiro em Viena depois em Lião, onde completou seus estudos humanísticos. Jovem, com dezoito anos, entrou no noviciado dos padres jesuítas em Avinhão.

Sua piedosa mãe, ao despedir-se do filho que entrava no seminário, disse-lhe: “Meu filho, tu hás de ser um santo religioso”. Cláudio acatou este conselho e o cumpriu radicalmente. Contudo inicialmente teve de superar certa aversão interna à vida religiosa para poder firmar-se na vocação a que Deus o chamava. Ele próprio comentará em seu diário: “Os planos de Deus nunca se realizam senão à custa de grandes sacrifícios”.

Após ter lecionado com muito proveito e ter sido escolhido como preceptor do filho do primeiro-ministro do rei Luís XIV, terminou sua formação sacerdotal e foi nomeado superior do colégio jesuíta em Paray-le-Monial, uma cidadezinha provinciana.

Havia nesta cidade um convento de freiras de Nossa Senhora da Visitação, onde uma irmã muito simples e humilde, mas profundamente devota, estava sendo privilegiada por aparições do Sagrado Coração de Jesus: era Santa Margarida Maria Alacoque. Incompreendida, caluniada no início de suas visões, recebeu a promessa de Jesus que ia receber um confessor que a ajudaria na publicação das revelações.

De fato, Cláudio foi nomeado confessor do convento e, em seu discernimento sobrenatural, reconheceu a autenticidade das revelações, empenhando-se com todas as veras em difundi-las por toda parte. Ele próprio foi o primeiro a acatar o desejo do Coração de Jesus: consagrou-se inteiramente a este apostolado.

No século do jansenismo, que instilava o gelo da desconfiança no relacionamento das pessoas com Deus, o Sagrado Coração, através destas relações, queria conquistar os corações ao seu amor misericordioso e à confiança ilimitada em seu perdão.

Pedia Jesus, entre outras coisas, que lhe fosse dedicadas as primeiras sextas-feiras do mês, como dia de oração eucarística e de reparação às ofensas, das quais Jesus é alvo. Pedia, inclusive, instituição da festa do Sagrado Coração na sexta-feira após a oitava do Corpo de Deus. No fim de tantas oposições, a vontade de Jesus triunfou, mas Cláudio já estava na glória do céu.

Antes de chegar à coroa da glória, teve de passar por duros sofrimentos. A voz da obediência levou Cláudio a Londres, numa dedicada missão. Foi nomeado confessor da princesa Maria Beatriz de Este e capelão do palácio. Ela era casada com Tiago II, rei da Inglaterra, influenciado por um grupo político contrário ao catolicismo.

Cláudio vivia no palácio real, como um solitário no deserto. Cuidou com grande espírito de fé, zelo e sacrifício de sua tarefa pastoral, preparando seus sermões, dando assistência religiosa aos poucos católicos. Seu zelo já estava dando frutos promissores: várias pessoas da aristocracia inglesa se converteram ao catolicismo; algumas quiseram entrar em conventos na França. Estes fatos foram mal interpretados pelos protestantes que caluniaram Cláudio e o processaram, lançando-o uma cadeia tão tétrica, úmida e com tanta deficiência de alimentação, que ele adoeceu gravemente. Libertado pela diplomacia Francesa, mal conseguiu voltar para Paray-le-Monial, onde veio a falecer, com quarenta e um anos de idade.

Por seu apostolado e pelo de muitos outros, a devoção ao Sagrado Coração foi reconhecida pela Igreja, espalhando-se por todo o mundo e produzindo tantas conversões.

Cláudio foi beatificado por Pio XI em 1929.