Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

1 de Janeiro

 

Solenidade de Santa  Maria, Mãe de Deus

 

A Igreja exerce sua função de mãe e mestra dos fiéis sobretudo através da liturgia, sua oração oficial, pela qual celebra os divinos mistérios e administra os santos sacramentos.

A parte mais importante da liturgia é, sem dúvida, constituída pelo mistério pascal da Redenção operada por Cristo, que é apresentado durante o ano, desde o Natal até Pentecostes, e continua em cada culto dominical.

Paralelamente ao mistério pascal, a liturgia apresenta-nos os santos, nossos irmãos na fé, modelos heróicos de vida cristã, propondo-os à nossa veneração e imitação, declarando-os nossos protetores no céu. Na vida dos santos, é Cristo que vive e opera na história da Igreja, e por eles é Cristo que nos protege e acompanha em nossa caminhada terrena.

O calendário dos santos se abre com a festa de Maria Santíssima no mistério de sua maternidade divina. Escolha acertada, porque de fato Maria é a rainha de todos os santos, e mãe do Filho de Deus feito homem e elevado ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

O mistério do Natal celebra o nascimento no tempo do Filho de Deus: “... nascido de uma mulher”, como diz São Paulo. Esta “mulher”, predestinada por toda a eternidade para a missão única e inefável de fornecer a natureza humana ao Verbo, é Maria, a virgem de Nazaré.

O arcanjo Gabriel, diz o evangelista São Lucas, foi enviado por Deus a uma virgem desposada com um varão, chamado José, da casa de Davi, e seu nome era Maria. Aproximando-se dela, o anjo disse: “Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo”, e vendo a reação de Maria, acrescentou: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; ele reinará eternamente na casa de Jacó e seu reino não terá fim”. Maria lhe perguntou: “Como se fará isso, pois não conheço homem?” Respondeu o anjo: “O Espírito Santo descerá sobre ti e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus”. Então disse Maria: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 27-38).

Na resposta de Maria estava consumado o mistério: “O Filho de Deus, a quem o Pai gera desde toda a eternidade, será doravante também o filho dos homens. As naturezas divina e humana, embora permanecendo sempre as mesmas e inconfundíveis, começaram a existir numa só e mesma pessoa, a pessoa preexistente do Verbo, a Segunda pessoa da Santíssima Trindade, Jesus Cristo nosso Senhor”. Esta verdade, afirmada no Evangelho, que dá a Maria o nome de Mãe de Jesus, foi declarada oficialmente pela Igreja no Concílio  de Éfeso, em 431, em oposição à heresia de Nestório, que cindia a unidade pessoal de Cristo. Nesse Concílio Maria foi chamada Theotokos, isto é, geradora de Deus.