Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

14 de Janeiro

 

Santa Elisabete Ana Bayley Seton

 

No ano internacional da mulher, 1975, o Papa Paulo VI honrava tal comemoração com a canonização da primeira santa dos Estados Unidos: Elisabete Ana Bayley Seton.

Ela nasceu nas vésperas da independência de sua pátria, aos 28 de agosto de 1774. O pai era médico de renome internacional e a mãe era filha dum devoto pastor episcopal. Foi, pois, Elisabete batizada na Igreja Episcopal de Nova Iorque, e, até sua conversão ao Catolicismo, comportou-se como fiel exemplar desta Igreja.

Elisabete ficou marcada desde a infância por sofrimentos morais. Aos três anos perdia a mãe, e passou a ter uma madrasta que pouco a queria. A menina sentia-se abandonada e infeliz, ainda mais que seu pai não lhe proporcionava o afeto conveniente, porque, infeliz­mente, ficava absorvido em sua profissão. Com a desilusão familiar, Elisabete abriu-se aos valores do Espírito: entregou-se à leitura da Bíblia e à poesia religiosa.

Aos vinte anos, casou-se com William Seton, filho dum rico comerciante de Nova Iorque. Desta união nasceram dois meninos e duas meninas.

A vida decorria, porém, entre preocupações e angústias. A firma do marido entrou em falência; o esposo ficou doente, dando sinais de tuberculose. Nesta situação, sua vida religiosa amadureceu, abrindo-se mais à confiança em Deus. Escrevia naqueles dias: "Pus-me a volver os olhos para o céu, e me parece ser o único remédio". Neste período faleceu-lhe também o pai, de febre amarela.

O marido tinha um amigo em Livorno, Itália, que o convidou a trocar de ar, na esperança de que pudesse recuperar a saúde. Foi assim que toda a família foi para a Itália. A família amiga, os Felicchi, com delicada caridade procurou suavizar os sofrimentos de Elisabete e sobretudo do marido, que, enfraquecido pela longa e penosa viagem, não conseguiu recuperar-se, vindo a falecer. A dor de Elisabete foi terrível: ficou viúva em terra estranha, longe dos parentes, com quatro filhos! Mas era mulher de grande fé!

Na companhia da família amiga, profundamente católica, sentiu-se abalada em suas convicções protestantes. A caridade e religiosidade dos Felicchi a comoviam profundamente. O Catolicismo começou a atraí-la mais. O sacramento da penitência e, sobretudo, o da Eucaristia a cativavam. Cristo Eucarístico, conforto, alimento, amigo na caminhada da vida, recebido com tanta devoção pela família Felicchi, causavam-lhe a impressão de que o Catolicismo era o caminho mais seguro para a salvação.

Voltando para sua pátria, revela a familiares e parentes a intenção de se tornar católica. Muitos, porém, dão-lhe o contra e começam a desprezá-la. Mas ela, com 29 anos, toma a decisão heróica: abraça o Catolicismo. Pouco importava se sentia o vazio ao redor de si, se sentia abandonada pelos parentes, se devia passar necessidades materiais: ela se sentia com Deus, e só n’Ele confiava.

Então se dá conta da marginalização em que é deixada a minoria católica. As crianças católicas não tinham acesso às escolas ou eram forçadas a mudar de crença. Elisabete concebe uma idéia: é pre­ciso fundar escolas para os irmãos na fé: as escolas paroquiais. Assim, ajudada por outras jovens generosas, dá início às primeiras escolas católicas paroquiais.

Com isto, duas coisas sucederam: o nascimento das escolas paroquiais nos Estados Unidos, que foi um dos pontos fundamentais para o desenvolvimento do Catolicismo naquele país; o surgimento de uma nova instituição religiosa, as irmãs de São José, que hoje são mais de 8 mil, a serviço da educação cristã.

Elisabete faleceu com 47 anos de idade, deixando às co­irmãs incomparável exemplo de laboriosidade e fidelidade à Igreja.