Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

18 de Janeiro

 

São Sulpício

 

Quase todas as doenças que afligem nossa pobre existência terrena têm um protetor, ou melhor, um defensor, geralmente escolhido espontaneamente pelo povo. Para dor de garganta, a própria Igreja propõe São Brás, mártir, que a tradição diz ter livrado um menino duma espinha de peixe que o sufocava. Quanto a problemas de visão, o povo invoca Santa Luzia; contra as doenças da pele há quem recorra a São Bartolomeu, apóstolo, cujo martírio consistiu em ser esfolado vivo pelos algozes.

São Sulpício é invocado por muitos contra uma perigosa doença: a pleurite. Diz uma tradição que ele curou milagrosamente desta doença a Clotário II, rei dos merovíngios, na França. Como sinal de gratidão, o rei teria suavizado os impostos que pesavam sobre a cidade de Bourges, onde São Sulpício era bispo.

Pouco sabemos da vida deste santo antes de sua elevação à sede episcopal de Bourges. Sabe-se que era natural da França e per­tencia ao clero daquela cidade, quando, pela morte do predecessor, foi escolhido como pastor daquele local. Isto se deu nos primeiros decênios do século VII.

Era o século em que a França adquiria, aos poucos, sua fisionomia de nação, com sua opinião política e social, e, por sua parte, a Igreja completava a obra de evangelização nas aldeias mais remotas e isoladas, que estavam ainda agarradas às tradições pagãs. Muito concorreram para este benemérito trabalho os monges São Bento e São Columbano.

Bourges, colocada no centro da França, era uma cidade muito antiga. Tinha sido conquistada pelo Império Romano, através de Júlio César, cinqüenta anos antes de Cristo, e fora anexada ao reino dos francos, em 507.

O Cristianismo penetrou em Bourges no século II. Crescendo a importância da cidade, ela se tornou arquidiocese, e se vangloria de ter ao menos seis santos entre seus bispos.

A passagem deste bispo na diocese ficou marcada por uma atividade muito operosa, seja na propagação do Evangelho, seja na consolidação da fé, como também na formação do clero e na implantação da vida monástica, que representava, naqueles tempos, a organização mais eficiente e perseverante na difusão do Evangelho.

Outra obra de benemerência de São Sulpício foi a de suavizar os choques que freqüentemente se davam entre os diversos grupos étnicos, que perambulavam pela França naquele período de consolidação política.

Sulpício faleceu em janeiro de 647 e foi sepultado em uma abadia beneditina fora dos muros da cidade. Em Paris, foi dedicada ao seu nome uma das mais lindas igrejas da capital francesa, à beira esquerda do rio Sena, perto da Universidade de Sorbona. Esta igreja se tornou famosa porque tem ao lado um seminário, chamado também de São Sulpício, que foi o maior centro de formação do clero francês. Aí surgiu a instituição dos padres religiosos de São Sulpício.

Por esta obra, São Sulpício tem continuado, lá do céu, a concorrer para a grandeza da Igreja na França e para a evangelização do mundo.