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23 de Janeiro
Santo Ildefonso
Ildefonso foi abade e depois bispo zeloso e vigilante, sempre "pronto para a batalha" (este é o significado de seu nome) contra o mal em favor do Reino de Deus. Em 657, falecia o arcebispo de Toledo, na Espanha, Santo Eugênio. Clero e povo dirigiram-se ao vizinho mosteiro beneditino de Agali a fim de procurar entre os santos monges um sucessor no pastoreio da diocese. Mas a escolha já estava prefixada, pois todo mundo conhecia o santo abade lldefonso, homem de Deus, de alto saber e zelo comprovado. A estatura alta, o andar grave e o perfil de asceta aliados ao grande poder de sua eloqüência impressionavam os que freqüentavam a capela do mosteiro. Prudente e afável sempre, sabia reivindicar com energia a justiça, quando esta era espezinhada. Tinha sido discípulo do grande bispo e doutor da Igreja, Santo Isidoro de Sevilha. Entrou jovem no convento São Cosme e Damião, em Agali, perto de Toledo, e formou-se na mais autêntica disciplina monástica, sob a direção de mestres ilustres, que dirigiram aquele mosteiro e o tornaram famoso. Toledo, uma cidade romana antiga, posta no centro geográfico da Espanha, onde o Cristianismo entrou já no século I, era a diocese mais importante da Espanha, sede inclusive do reino godo. Diocese muito vasta, desenvolveu um papel importante na Igreja da Espanha e orgulhava-se de uma história gloriosa. Ildefonso ficou dez anos na direção pastoral desta diocese e distinguiu-se pela alta qualidade de zelo na evangelização dos redutos pagãos existentes na diocese; pelo culto da liturgia, conforme a boa tradição beneditina; e na defesa da fé em favor da qual não só usou sua eloqüência mas também sua arte de escritor. O livro é uma pregação continuada no tempo e no espaço. Ildefonso escreveu várias obras, que ainda conservam seu valor histórico e dogmático. Entre estas, há um Livro sobre o batismo em que faz uma importante exposição sobre o batismo , sobre o catecumenismo e sobre a liturgia do rito batismal. Um segundo livro é O progresso espiritual, uma catequese pós-batismal. Para a educação permanente na fé: obra dirigida diretamente aos fiéis. Ildefonso nos fornece a biografia de quatorze personalidades eclesiásticas espanholas, com dados preciosos relativos à história da Espanha Mas sua obra-prima é o livro A perpétua virgindade de Maria, Mãe de Deus. É um escrito de caráter dogmático e apologético, pois defende a virgindade de Maria Santíssima contra hereges e judeus, que a negavam. Este livro teve acolhida muito vasta e ficou sendo base de toda a literatura mariana espanhola, na Idade Média. Ele fala, nesta obra, com o prestígio de estudioso, com a autoridade de bispo, mas, sobretudo, com o amor de filho. No fim exclama: “Concede-me, Senhora, poder estar sempre unido a Deus e a ti; servir a ti e a teu filho, ser escravo do teu e meu Senhor. Meu, porque meu Criador; teu, porque lhe foste mãe. Quero ser teu escravo, ó Senhora, porque teu filho é o meu Senhor e tu minha senhora, pois és a Mãe do meu Criador e Senhor”. Como teólogo, Ildefonso pertence ao patrimônio doutrinal dos grandes Padres da Igreja, como Jerônimo, Agostinho, Gregório Magno. Sua exposição doutrinária não tem preocupações literárias ou especulativas, mas tão somente pastorais. Quer fornecer o alimento puro do Evangelho aos seus filhos espirituais. Ildefonso faleceu em Toledo, em 667, e foi sepultado na basílica de Santa Leocádia, padroeira da cidade. Sobre sua tumba foram colocadas estas palavras: “Tocha acesa, âncora da fé”.
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