Instituto Missionário dos Filhos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

13 de Julho

 

Santo Henrique, Imperador

 

 Henrique, cognominado o piedoso, um dos Santos mais queridos na Alemanha, nasceu em 927, sendo filho de Henrique, o pacífico, duque da Baviera, e Gisela, princesa de sangue real. Seguindo o exemplo de outros fidalgos daquele tempo, o duque confiou a educação do filho a um bispo de Rabistona, um dos homens mais sábios do século.

Escolhido para educador do jovem príncipe, em seguida, veio a ser seu íntimo amigo.

São Wolfango morreu em 994, seguido pelo pai de Henrique, o qual deixou ao filho o governo do ducado da Baviera. Pela morte do primo, o Imperador Otão III, os príncipes eleitores ofereceram a Henrique a coroa imperial. Conhecendo bem os perigos que se prendem às culminâncias das grandezas terrestres, procurou compenetrar-se bem das suas responsabilidades e governar com equidade e justiça. O primeiro cuidado que teve, foi santificar-se a si mesmo, pelo cumprimento fiel dos deveres para com Deus e com o próximo. Para esse fim praticou os exercícios da oração, da meditação, não descurando as virtudes e entre estas, em primeiro lugar, a humildade. Diversos Concílios foram convocados, com o fim único de tornar conhecidas as leis disciplinares do código eclesiástico. Os Concílios de Frankfurt e  Banberg foram presididos pelo Imperador.

Grande amigo da vida interior, era Henrique protetor dos conventos e dos religiosos. Sendo preciso pegar em armas, Henrique outro fim não visava senão a defesa do povo. Nas campanhas teve a seu lado o direito e a proteção divina.

Tendo o grande dom de aliar a caridade à justiça, era querido pelos bons, temido pelos maus, e respeitado por todos.

Coroado solenemente pelo Papa Benedito VIII, garantiu à Igreja fidelidade, e sancionou as doações a ela feitas pelos antecessores. A preciosíssima coroa que o Papa lhe oferecera, Henrique depositou-a sobre o altar do mosteiro de Cluny.

Por toda parte do império deixou monumentos de sua liberalidade, piedade e humildade. O Bispado de Bamberg, bem como a suntuosa catedral do mesmo, são fundações de Henrique.

Essa grande liberalidade, se achou a aprovação de todos, desencadeou contra ele uma campanha atroz dos próprios irmãos. Bruno, irmão de Henrique e Bispo de Augsburgo, e Henrique, duque da Baviera, protestaram solenemente contra os benefícios feitos a mosteiros e outras obras de caridade. Henrique pegou em armas contra o imperial irmão, mas foi vencido.

Mais sérias foram as guerras que o Imperador teve de empreender contra os pagãos que tinham invadido a Posnânia, a Saxônia e a Silésia, a cujo furor tinham ficado entregues muitas igrejas da diocese de Merseburgo. Em pouco tempo foi reestabelecida a ordem. De outras campanhas contra os rebeldes da Boêmia e Morávia, Henrique saiu vitorioso. As igrejas em ruínas foram restauradas, e as dioceses devastadas de Hildesheim, Merseburgo, Magdeburgo, Strassburgo e Meissen, experimentaram novas e sólidas reformas.

Interesses da Igreja chamaram-no novamente à Itália, onde os Sarracenos, aliados aos Gregos, tinham causado muitas desordens. Henrique obrigou-os a abandonarem o solo apenino.

Terminada essa guerra, visitou os mosteiros de Monte Cassino e de Cluny, fez amizade com Roberto, rei da França, pouco antes seu inimigo e percorreu o Império todo, com a intenção de espalhar por toda a parte os benefícios da Santa Religião. Verdadeiro pai do povo que era, consolava os pobres, abolia abusos inveterados, protegia e defendia os burgueses, contra os prepotentes fidalgos.

Aconteceu que, devido a informações que lhe deram a respeito de Heriberto, Arcebispo de Colônia, se houvesse irritado muito contra aquele prelado. Provada a Inocência do mesmo, o Imperador se prostrou de joelhos diante do Arcebispo, implorando-lhe perdão.

Pela constante prática de mortificações, conseguiu subordinar as inclinações aos ditames do dever.

A oração era-lhe companheira inseparável. Assíduo na assistência à santa Missa, recebia muitas vezes a Sagrada Comunhão. Além da devoção ao Santíssimo Sacramento, entretinha um culto particular à Maria Santíssima e ao anjo tutelar. Desejava abdicar e passar o resto da vida num convento.

Henrique morreu aos 14 de julho de 1024, na idade de 52 anos e no 22° ano de governo. O corpo foi depositado na catedral de Bamberg. Deus glorificou o túmulo do Santo Imperador com muitos milagres, em vista dos quais e de sua santa vida, o Papa Eugênio III canonizou-o em 1152.

 

REFLEXÕES

 

Grandes somas despendeu Santo Henrique, para dotar e embelezar igrejas e conventos. Com o profeta rei podia afirmar: "Amei, Senhor, a formosura da vossa casa e o lugar onde habita a vossa glória". Concorrer para a construção de igrejas ou para a magnificência do culto, é obra agradabilíssima a Deus e sumamente meritória. Sempre há almas generosas, que compreendem perfeitamente este ramo de beneficência, e julgam otimamente empregadas as esmolas dadas para esse fim. Outras há, porém, que se põem ao lado de Judas, o qual, vendo Maria Madalena derramar sobre a cabeça de Jesus o conteúdo de um frasco de delicioso perfume se mostrou escandalizado, chamando isso desperdício e roubo feito aos pobres. segundo eles, desperdício é concorrer com o óbulo para o embelezamento das igrejas e do culto. Como Judas, se arvoram em advogados dos pobres, quando, como seu patrono, amor nenhum lhes têm. Que antes reparassem os gastos ridículos e exagerados que fazem com a indumentária, com bailes, festas e outras extravagâncias! Dia virá, que revelará de que lado está a razão. O juízo de Deus dir-nos-á onde há mais consolo, satisfação e merecimento: se no emprego do dinheiro para a glória de Deus e formosura do templo ou para futilidades e fins profanos, talvez pecaminosos. Quem não dispõe de meios para contribuir para as obras de igrejas e do culto, não censure os outros que nisso acham satisfação. Pobres há sempre no nosso meio, e Deus não os deixa morrer de fome. Quem dá à igreja, também tem uma esmola para os pobres. Assim se cumpre a vontade de Deus e grande será a recompensa.