4 de maio
São Floriano
São Floriano é particularmente venerado nas regiões da Baviera e da Áustria, pois é lá que deu sua vida por Cristo. Ele é representado como militar no estilo romano antigo, tendo nas mãos uma lança e uma bandeira desfraldada. Assim, sua imagem se encontra nas igrejas de estilo barroco e nas casas particulares. Contudo, ele é venerado não tanto pela sua condição de soldado mas como poderoso protetor contra o incêndio. Floriano viveu no tempo do imperador Diocleciano (300), quando Aquilino era comandante do exército romano, na região do Danúbio, onde existiam numerosas colônias romanas e vários batalhões de soldados para defesa dos confins do Império. Floriano pertencia a um destes batalhões. Muitas vezes julgamos os legionários romanos só nas perspectivas das guerras de conquista ou de defesa, no entanto, muitos deles foram altamente beneméritos por terem levado a fé de Cristo às regiões mais remotas do Império Romano. A eles, a Igreja deve a propagação da crença cristã em várias colônias romanas, fundadas nos confins do Império. Famosos e numerosos foram os mártires que pertenceram às legiões romanas, como a Legião Tebaica proveniente do Egito e que lutou nas Gálias, e a Legião Fulminante. Destas legiões se recordam os mártires Maurício, Sebastião Vítor, Cândido, Vidal e os quarenta mártires de Sebaste. Todos estes, mortos sob a perseguição do imperador Diocleciano, no início do século IV. A eles se acrescentam Floriano e companheiros. Diocleciano foi imperador de grande energia, estadista de rara habilidade e inteligência. Infelizmente, favoreceu o paganismo levado pela influência de Galério, seu genro e colega, nas armas e no domínio do Império, o qual era fanático inimigo do cristianismo. Diocleciano desencadeou a mais longa e dura perseguição contra os cristãos, querendo de uma vez varrer todo vestígio de cristianismo. Mas errou redondamente, pois a sua foi a última perseguição que deu lugar à aurora da liberdade religiosa em todo o mundo romano. Dele emanou um decreto que proibia terminantemente todo culto cristão, exigia a entrega ao fogo de todos os livros sagrados, começando pela Bíblia Sagrada, e iniciou sua perseguição no próprio exército. Os soldados deviam prestar juramento de fidelidade ao imperador e sacrificar aos ídolos, sob pena de morte. Muitos militares recusaram obedecer à ordem do imperador e foram executados; assim na Gália, como na Capadócia, no Egito, na África e também na Áustria, ao longo do rio Danúbio, onde Floriano prestava seu serviço militar. Vítima desta perseguição foi o nosso santo que se apresentou ao comandante do acampamento de Lorch, na Áustria, ciente de que o dever cristão era, naquele momento, incompatível com os compromissos militares. Floriano colocou os 40 soldados do seu batalhão diante da opção: “Cristo ou Diocleciano”. Todos decidiram por Cristo e, por isso, foram denunciados ao comandante Aquilino. Destemido, Floriano apresentou-se ao comandante e, sem rodeios, disse: “Desde quando dirigem-se as lanças de combate contra os próprios soldados? Não fomos nós valorosos combatentes em muitas batalhas? Não colocamos nós em perigo nossas vidas em defesa do Império? E agora deveremos ser mortos pelos nossos colegas de luta, só porque nos dizemos cristãos?” Aquilino, fingindo firmeza perante uma argumentação tão clara, respondeu: “Ordem é ordem!” No processo de condenação usaram-se todos os recursos de promessas, recriminações, ameaças a fim de vencer a resistência dos militares cristãos. Tudo debalde. Foram condenados a serem precipitados no rio Ens, com uma pedra amarrada ao pescoço. Assim, um após outro, morreram os valorosos heróis de Cristo. O corpo de Floriano foi recolhido por uma piedosa senhora cristã, que o sepultou honrosamente onde mais tarde foi construído o Convento dos Padres Agostinianos que lhe perpetuaram a gloriosa memória.
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