9 de maio
Santos “Máximo”
O nome “Máximo” foi muito usado na antigüidade romana por incluir o conceito de superioridade. O Martirológio Romano cita 33 santos com este nome. Aqui, um breve enfoque biográfico dos três mais importantes na história da Igreja. O mais antigo é Máximo, bispo de Jerusalém, comemorado exatamente no dia 9 de maio. Foi um varão eminente em virtude e atividade pastoral, admirado pela firmeza em resistir aos perseguidores romanos. Ele pertencia ao clero de Jerusalém quando estourou a perseguição de Maximino Daia por volta do ano 300. Preso e processado, foi condenado aos trabalhos forçados nas minas. Foi inclusive torturado para que abjurasse a Cristo; arrancaram-lhe o olho direito e lhe mutilaram o pé esquerdo. Mas ficou firme! Terminada a perseguição, voltou ao seu serviço na Igreja de Jerusalém. Destinado mais tarde à Sé Episcopal de Dióspolis, seus fiéis se opuseram, pois grande era o afeto que lhe dedicavam. Em 335 foi aclamado bispo de Jerusalém. Aquele período histórico era muito agitado pelas intrigas dos arianos protegidos pelo imperador, e o próprio Máximo sofreu pressões e vexações. Acolheu com grande festa o bispo Atanásio, o intrépido defensor da ortodoxia católica contra os arianos. Faleceu santamente por volta do ano 350 e teve logo veneração junto aos fiéis. O segundo São Máximo, em ordem cronológica, foi o primeiro bispo de Turim na Itália. A cronologia deste bispo é um tanto incerta; provavelmente regeu a igreja de Turim nos anos 390-420. Formou-se na escola de Santo Eusébio, bispo de Vercelli, perto de Milão. A ele são atribuídas homilias, sermões sobre as festividades litúrgicas onde transparece um pastor preocupado na catequização dos fiéis; expõe as verdades da fé e os preceitos morais com palavra particularmente convincente e eficaz. Conservam-se dele também alguns tratados sobre questões cristológicas e trinitárias. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 25 de junho. Finalmente, temos São Máximo, abade (580-662). Nascido em Constantinopla, obteve brilhante posição na corte imperial, como secretário e conselheiro. Contudo, aos trinta e três anos de idade, Máximo deixou o conforto da corte e se fez monge, chegando a ser nomeado abade do mosteiro. Em 633 teve que deixar a quietude monacal devido à invasão das tropas persas. Tornou-se então missionário e defensor da ortodoxia católica contra os insidiosos desvios do monoteísmo e do monofisitismo (erros que suprimiam a natureza e a vontade humana em Cristo). Nesta finalidade, Máximo andou pela Ásia Menor, pelo Egito e África do Norte, chegando, finalmente, a Roma, onde teve plena aprovação do papa. Por volta do ano 650 chegaram à Cidade Eterna as milícias do imperador Constante II, defensor do monofisitismo que, sob pretextos políticos, prendeu o Papa Martinho I a fim de induzi-lo a subscrever uma fórmula herética. Também Máximo foi preso e torturado por sua adesão ao papa e levado prisioneiro para o Oriente. Teve amputada a mão direita e arrancada brutalmente a língua para que fosse condenado à inatividade e ao silêncio; singular maneira de emudecer os adversários, própria de toda heresia e extremismo ideológico. Máximo faleceu, em conseqüência dos maus tratos, aos 13 de agosto de 662. Vasta e importante foi sua produção literária, onde Máximo emerge como homem de grande cultura, de fé intrépida e perfeita ortodoxia. Ele é considerado como o último grande teólogo e escritor da Igreja Oriental, brilhante pela sua penetração e sutileza de espírito. Recebeu o culto de santo e mártir na Igreja Oriental e na Romana.
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