Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

19 de maio

 

Santo Ivo

 

Não há profissão que no espírito cristão não possa ser uma missão de bem e meio de santificação. Houve santos advogados que deixaram esta profissão vendo em seu exercício tropeços morais: assim fez Santo Afonso, Santo André Avelino, São Fidélis de Sigmaringa.

Mas hoje celebramos a festa de um santo que fez da advocacia uma missão para a santidade, não se deixando desviar pala mentira, pelo suborno mas sempre e por toda parte defendendo a verdade, a justiça e a causa dos pobres: este é Santo Ivo, padroeiro dos advogados.

Nasceu na Bretanha, França, em 1253, de uma família nobre e virtuosa.

Desde sua mais tenra idade, não cessava a sua querida mãe de lhe dizer que era necessário passar vida pura e cristã. Os conselhos da mãe ganharam profundas raízes em seu coração. As primeiras letras e a gramática latina estudou-as na casa paterna com assídua aplicação e aproveitamento. Aos quatorze anos deixou a casa paterna para estudar em Paris artes liberais, direito, filosofia e teologia. Lá ficou durante dez anos, granjeando a estima dos seus professores pelos rápidos progressos que fazia na ciência e por sua conduta irrepreensível. Debalde muitos de seus condiscípulos riam-se de sua piedade, convidando-o, sempre em vão, para uma vida mais livre e licenciosa. Terminados os estudos, seus pais propuseram-lhe casamento vantajoso. Mas sua inclinação e desejos eram outros. Seu anseio de poder ser mais diretamente útil ao próximo levou-o a abraçar o estado eclesiástico. Preparou-se para receber a sagrada investidura do sacerdócio com longas e fervorosas orações e com uma perfeita pureza de coração.

Pelo seu bispo foi nomeado juiz eclesiástico da diocese: cargo de muita importância, pois, naquele tempo, a maioria das causas tendenciosas se resolviam no tribunal eclesiástico. Desempenhou este delicado cargo até a morte, com a retidão e imparcialidade própria de um varão justo. Depressa se fez sentir o benéfico influxo de seu proceder, na reforma dos costumes do clero. Todos o respeitavam e amavam. Na qualidade de homem de leis, tomava sempre a defesa dos pobres e era um persuasivo pacificador nos litígios mais difíceis. De todas as partes chegavam consultas ao santo advogado, a todas atendia com pontualidade e exatidão, sobretudo aquelas em que havia de permeio ódios e inimizades. Um seu biógrafo escreve dele: “Todos os demais títulos de Santo Ivo empalidecem diante de seu renome de magistrado íntegro e escrupuloso e diante de sua fama de advogado. Por isso, os homens da lei de todos os países do mundo civilizado o adotaram como padroeiro e o veneram como modelo. Cada vez que ele pressentia uma injustiça, seu coração se inflamava e sua palavra se tornava candente. Nenhum processo lhe era difícil, quando se tratava de defender a verdade ameaçada pela má-fé”.

Morreu aos 19 de maio de 1303, com 50 anos de idade. Seu corpo está sepultado na catedral de Tréguier. Recomendemos à proteção deste santo os advogados, juízes e cultores do direito para que não se afastem da retidão e da equidade, no exercício de sua delicada missão!