Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

21 de maio

 

Santo André Bóbola

 

A Polônia católica, tão heróica na profissão de sua fé, venera hoje mais um dos seus santos, André Bóbola, que era filho de família nobre.

Cursou seus estudos de retórica e ciências no colégio dos Jesuítas, em Vilna. Aos vinte anos de idade, renunciando ao conforto da família e às glórias que o mundo lhe oferecia, abraçou a vida religiosa na Companhia de Jesus, a heróica Ordem recém-fundada, mas que já contava com centenas de apóstolos e santos.

Ordenado sacerdote, ocupou-se por alguns anos na educação da juventude, ministério para o qual era dotado de prendas singulares. Durante os poucos anos que esteve nos colégios, dedicado à formação da mocidade, foi grande o número dos alunos que inflamados no amor da vida religiosa com as conversas com o Pe. Bóbola renunciaram ao mundo para entrarem em várias ordens religiosas.

A partir dos 35 anos de idade, André dedicou-se à missão de pregador perseverando em tal apostolado até a morte. Exerceu seu zelo de pregador sobretudo no reino da Lituânia, que percorreu quase todo, espalhado a semente da Palavra de Deus.

De todos era extraordinariamente benquisto, principalmente pela admirável afabilidade com que acolhia e tratava os que a ele se dirigiam. Seu zelo e bondade nas pregações, unidos a uma sólida preparação teológica e bíblica, conseguiram numerosos sucessos de conversões, que o tornaram conhecido como “Caçador de Almas”.

A situação tempestuosa e agitada pelas rivalidades entre a Rússia e a Polônia causou lutas e martírios, invasões de cossacos e represálias sem fim. Em 1623, o arcebispo de Polok tombou mártir do fanatismo religioso sectário: era São Josafá, venerado pelo povo polonês como herói nacional e sobretudo como santo defensor da fé autêntica contra hereges e cismáticos.

Poucos anos depois, soldados cossacos invadiram a cidade, onde o nosso santo estava desenvolvendo seu ministério. Instigados por cismáticos que mal suportavam o sucesso de André Bóbola na conversão de muitos que tinham aderido à heresia, os cossacos lançaram-se sobre ele, prenderam-no e infligiram-lhe uma série inaudita de torturas com tamanha crueldade, que o tribunal eclesiástico, encarregado e examinar o martírio, confessou: “Nenhuma criatura talvez tenha sido tão brutalmente torturada como ele. Martírio algum tão cruel jamais foi submetido ao exame desta Congregação”.

No meio de tão cruéis sofrimentos, o santo levantava com freqüência os olhos ao céu e orava pelos algozes, exortando-os a abraçar a verdadeira fé. Faleceu aos 16 de maio de 1657: mas sua festa foi colocada neste dia.

Seu corpo, apesar do crudelíssimo martírio, conservou-se milagrosamente incorrupto. Foi venerado por católicos e cismáticos. Com a invasão da Polônia por parte dos comunistas em 1922, seu corpo foi levado ao museu médico de Moscou, mas a Santa Sé, depois de laboriosas negociações, conseguiu resgatá-lo e levá-lo para Roma. Mais tarde, foi devolvido à sua pátria, a Polônia, onde está sendo venerado na Catedral de Varsóvia. A força e a grandeza da Igreja residem no heroísmo de seus santos.