Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

29 de Março

 

São Constantino

 

Constantino tornou-se nome prestigioso depois que o filho de Santa Helena deu liberdade à Igreja, fazendo-se batizar como primeiro imperador cristão. Com este nome houve um papa que regeu a Igreja nos anos 708-715, e existem vários santos e mártires cujas notícias históricas são um tanto escassas.

Os antigos martirológios da Igreja grega abriam o elenco dos "Constantinos" santos com o próprio imperador Constantino Magno (280-337). Sua extraordinária personalidade, sua obra em favor do Cristianismo do qual se considerava sincero protetor (Episcopus Externus) levaram facilmente os cristãos a exaltar sua figura, celebrar seus méritos. A esta fama concorreu o fato de ter sido sepultado na Igreja dos Santos Apóstolos em Constantinopla. Mas sua fama de santo, explorada por motivos políticos e dinásticos pelas autoridades de Constantinopla, não resistiu à crítica histórica e por isso a Igreja Romana nunca lhe reconheceu este título.

De nossa parte dedicamos hoje breves notícias a dois “Constantinos” santos, um rei e outro monge, cujos natalícios para o céu se deram no mês de março.

Apesar de serem eles quase contemporâneos, o primeiro em ordem cronológica foi Constantino Monge, discípulo de São Bento, o grande patriarca do monarquismo ocidental. Viveu no século VI, distinguindo-se na observância da vida monacal, no espírito de oração, obediência e austeridade religiosa. Foi eleito sucessor de São Bento na qualidade de abade de Montecassino.

A crônica do mosteiro se perdeu com o passar dos séculos e também devido à destruição a que estava sujeito. A história silencia outros detalhes de sua vida e morte. Ele foi sepultado na capela do convento, ao lado das relíquias de São Bento e teve logo veneração por parte dos monges que lhe celebram a memória litúrgica no dia 29 de março.

O martirológio nos transmitiu também a memória de São Constantino, rei duma pequena região da Inglaterra, chamada Cornualha. Sua vida reuniu os contrastes mais gritantes. Casado com a filha do rei da Bretanha, levou vida dissoluta, abandonou a esposa e meteu-se em conflitos armados. Convertido ao Cristianismo e recebido o batismo, renunciou aos direitos reais, retirou-se a um mosteiro irlandês, entregou-se à oração, à meditação da Palavra de Deus e às práticas de penitência, a fim de expiar os desmandos de sua vida anterior.

Após sete anos de vida monástica, Constantino foi ordenado sacerdote e voltou para sua terra natal como missionário, a fim de converter ao Cristianismo seus antigos súditos. Nesta obra de missionário, ele acompanhava o grande apóstolo da Escócia, São Columba. De fato, foi neste período que chegaram à Inglaterra, enviados pelo Papa Gregório Magno, os missionários beneditinos chefiados por Santo Agostinho, dedicando-se com afinco à evangelização daquele povo.

Columba e Constantino desenvolveram intenso apostolado enfrentando inúmeras fadigas e perseguições. Fundaram vários conventos para a formação de monges missionários, construíram igrejas, pondo as bases duma cristandade que se tornou gloriosa.

"Sem efusão de sangue, não há remissão dos pecados, não há redenção" (Hb 9, 22), diz o apóstolo São Paulo. A palavra evangeli­zadora, para ser fecunda, deve ser regada pelo sangue. Assim se deu também na Escócia. Pagãos fanáticos assaltaram os missionários, truci­dando-os junto com alguns cristãos.

Assim em 598 o rei de Cornualha, convertido em fervoroso missionário de sua terra, tornava-se o primeiro mártir, pedra angular duma nova Igreja.

Seu culto teve notável difusão na Escócia e Irlanda e sua festa foi colocada no dia 11 de março.