Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

13 de Outubro

Santo Eduardo, Rei da Inglaterra

Santo Eduardo III, Rei da Inglaterra, onde nasceu, era neto do santo Rei e Mártir Eduardo e foi educado por um tio, na Normandia, visto que naquele tempo sua terra natal estava sob o poder dos dinamarqueses.

No meio dos prazeres do mundo, rodeado de todos os atrativos de uma corte opulenta, Eduardo se conservou puro e de tal maneira soube evitar o contato com o perigo do pecado, que por todos era admirado e chamado o Anjo da corte. Ao contrário dos outros príncipes de sua idade, fugia dos divertimentos para dispor de tempo bastante para o estudo e a oração. De poucas palavras, era de uma seriedade pouco comum à mocidade. Não obstante, era de trato afável, porque nele se aliavam a caridade e a mansidão. A conversação predileta do Príncipe, era aquela que tinha Deus e motivos religiosos por assunto. Era inimigo positivo de tudo que ofendia à virtude angélica. Da boca não se lhe ouvia jamais, uma palavra duvidosa, e certíssima era a repreensão para quem, em sua presença, se atrevesse a proferir leviandades.

O exílio para longe da pátria suportava-o com paciência e resignação. Quando alguns fidalgos lhe sugeriram a idéia de reconquistar o reino, respondeu prontamente:

— Não desejo obter um reino à custa de sangue humano.

Deus permitiu que os dinamarqueses fossem expulsos da Inglaterra e com o êxodo dos mesmos, tivessem termo as lutas partidárias. Os grandes do reino chamaram Eduardo, e empossaram-no no poder, que lhe competia. Por toda a parte reinava grande alegria pela volta do Rei que por todos era ele tido como santo homem. O governo de Eduardo foi um dos mais felizes que houve na Inglaterra.

O primeiro cuidado do Rei foi elevar o país ao anterior estado de prosperidade. Para esse fim restabeleceu a religião e o culto divino em todo o esplendor, sabendo ele muito bem, que a base da prosperidade é a religião e a pureza dos costumes. “O melhor meio de dar felicidade a uma nação — dizia — é restituir-lhe o culto e o temor de Deus”.

Os Príncipes desejavam que Eduardo se casasse, para que ficasse garantida a sucessão ao trono. Havia muito, porém, que ele tinha feito o voto de virgindade, circunstância aliás ignorada por todos. Para satisfazer a vontade dos representantes da nação, contraiu matrimônio com Edith, filha do conde Godwin, vivendo com ela em perfeita castidade.

Aos súditos dava o exemplo de cristão. Se era pai para todos, particular cuidado dispensava aos pobres e aos órfãos. Todo o tempo que lhe sobrava da gerência dos negócios, pertencia à oração e às obras de caridade.

Não podia ter maior satisfação que ver seus tesouros nas mãos dos  pobres. Conta-se que um dia seu Santo predileto, São João Evangelista, se lhe apresentou, em forma de peregrino, e pediu-lhe uma esmola. Eduardo tinha feito a promessa de nunca negar esmola, a quem lho pedisse em nome daquele Santo. Estando frente a frente com o peregrino, que lhe solicitava uma esmola em nome do mesmo, e como Eduardo no momento não dispusesse de outra coisa, tirou o anel e deu-o ao pobre.

O piedoso Rei, sem onerar o povo de pesados impostos, criou diversas fundações de caridade, para aliviar o sofrimento dos súditos.

Eduardo era em verdade o pai do povo, e outra coisa não procurava senão o bem-estar material e espiritual de todos.

Na corte reinava a maior ordem e harmonia. Não havia ambições, vícios tão comuns e de conseqüências tão funestas, como se observa geralmente haver nas rodas da alta aristocracia. Todos os funcionários e empregados do paço real, tendo diante de si vida modelar e altas virtudes do Rei, outra ambição não conheciam senão imitá-lo e tornar-se dignos de sua estima.

Historiadores antigos relatam diversos milagres, que se deram por intermédio do rei Eduardo. Citam um caso de cura de cancro, pelo sinal da cruz que fez sobre o enfermo. O caridoso Rei, vendo na rua um pobre paralítico, que penosamente andava, levou-o nos ombros à igreja e curou-o do mal.

Depois da consagração da igreja de Westminster, Eduardo caiu doente. Por revelação de São João, sabia que aquela doença seria a última e que poucos dias teria de vida.

Com uma devoção que a todos comoveu, recebeu os santos Sacramentos. A consternação por perder o bom senhor era geral. À rainha inconsolável Eduardo disse:

— “Não chore; eu viverei; espero passar desta terra para a região dos viventes, onde gozarei a felicidade dos Santos”.

Aos circunstantes fez a declaração de deixar a esposa virgem e morreu aos 5 de Janeiro de 1066, na idade de 64 anos. Em 1102 lhe foi aberto o túmulo e o corpo encontrado intacto. Registraram-se muitos milagres, com que Deus quis glorificar seu servo. Em 1161 o Papa Alexandre III assinou a bula de canonização. A solene trasladação das relíquias, ordenada por São Tomaz de Canterbury, realizou-se aos 13 de outubro, motivo por que a festa do Santo Rei foi fixada para este dia.

REFLEXÕES

Santo Eduardo morreu feliz e satisfeito porque o eco de sua vida eram boas obras. Estas o acompanharam, até aos degraus do trono de Deus. Motivos tinha para esperar rica recompensa do Juiz eterno. Com o Apostolo, podia dizer: “Sei que me é reservada a coroa da justiça, que o Senhor me dará” (2 Tm 4). O cristão será julgado de acordo com as obras que em vida praticou; Boas ou más, serão suas companheiras e testemunhas no juízo: As obras o seguem” – diz a Sagrada Escritura. – “O motivo que levou o homem a pecar, fica – diz Santo Agostinho – O homem deixa-o, mas os pecados leva-os consigo”. “O que recomenda ao homem no juízo, não são nobreza, formosura, posição, riqueza e poder; mas unicamente as boas obras” (São Gaudêncio). “Deus dará a cada um a recompensa, segundo as obras que fizer” (Rm 2) se queres morrer feliz e tranqüilo, faze boas obras e pratica as virtudes.