* O Hamas (em árabe: حماس, transl.
amās, acrónimo de حركة المقاومة الاسلامية, transl. arakat
al-Muqāwamat al-Islāmiyyah, "Movimento de Resistência
Islâmica") uma organização palestina, de orientação sunita,
que inclui uma entidade filantrópica, um partido político e
um braço armado, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam. É o mais
importante movimento fundamentalista islâmico palestino.
“Tenho um amor
incondicional por Jesus Cristo. Ele é o meu herói!”
O palestino Mosab Hassan Yousef, 32 anos,
filho do xeque muçulmano Hassan Yousef,
co-fundador do grupo terrorista muçulmano Hamas na
Cisjordânia, se converteu ao Cristianismo em 2007
e atualmente mora nos Estados Unidos. Desde então, se
dedicou a escrever o livro Son of Hamas (Filho do Hamas),
que já está disponível no Brasil. Na obra, Mosab revela como
colaborou para o serviço secreto israelense, o Shin Bet, e
explica por que se converteu a
Cristo. Quem pensa que foi uma conversão vazia se
engana. Mosab levou 6 (seis) anos
lendo a Bíblia, relendo o Alcorão, para depois se converter
para Cristo.
O Hamas foi fundado em 1987 pelo pai de Mosab,
Hassan Yousef, e seis palestinos. O grupo extremista
islâmico atua na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e já
comandaram 350 atentados contra israelenses, provocando
centenas de mortes.
Confira a entrevista concedida
à revista Veja e publicada no Veja
online:
Seu pai pregava o Islamismo nas
mesquitas e ajudou a fundar o Hamas. O que o levou a
converter-se ao Cristianismo?
Depois de ser preso pelos soldados
israelenses por porte de armas, em 1996, fui levado à prisão
em Megiddo, Israel. Dentro do prédio, os detentos eram
divididos segundo a filiação. Havia a ala do Hamas, que era
a maior, a do Fatah, a da Jihad Islâmica e outras. Eu fiquei
na do Hamas. Do interior das celas, testemunhei o que os
integrantes do grupo faziam com seus próprios colegas.
Quando os líderes do Hamas
suspeitavam que um dos nossos estivesse dando informações
aos israelenses, eles o torturavam. Havia
interrogatórios diários. Isso fez com que eu repensasse
alguns conceitos. Era um grau
de brutalidade que nem mesmo os israelenses tinham conosco.
Saí da prisão um pouco desnorteado.
Mais tarde, comecei a estudar a
Bíblia com amigos. O livro falava em
“amar os seus inimigos”,
o que fez todo sentido para mim.
Agora
que você se converteu ao Cristianismo, como enxerga as
diferenças entre o Alcorão e a Bíblia?
Não é justo comparar os dois livros.
O Alcorão está
cheio de ÓDIO, de IGNORÂNCIA, de ERROS.
Não tem ética. É um livro DOENTE que deveria ser
banido das escolas, das bibliotecas e das mesquitas.
A Bíblia, por outro lado, tem Jesus Cristo, que foi
perseguido, torturado, e mesmo assim, continuou amando as
pessoas e seus opressores. Os dois livros têm deuses
completamente diferentes.
O deus do Islã
é o do ódio. O Deus da Bíblia é o do amor.
Muitas coisas que fiz durante o meu trabalho com o Shin Bet
foram inspiradas pelos ensinamentos de Jesus Cristo.
Tenho um amor incondicional por Ele.
Cristo é o meu herói.
Mas a Bíblia também foi usada para
justificar torturas e mortes durante a Inquisição, por
exemplo.
Mas essas coisas foram feitas por pessoas que
não entenderam a principal mensagem da Bíblia.
Não compreenderam as falas de Jesus
Cristo, que é o nosso maior exemplo. O amor
incondicional de Jesus não é um capítulo separado do livro,
mas sua principal mensagem.
Você não teme promover o ódio entre
religiões e se tornar um fundamentalista cristão?
Eu sei quais são as minhas responsabilidades.
Não quero promover uma rixa
entre religiões. Eu amo os muçulmanos. Falo com eles com
carinho. Mas
preciso ajudar a consertar a religião deles. Ser forte e
dizer a verdade, mesmo que isso possa causar confrontações.
No mais, não há o risco de eu incitar uma guerra religiosa
porque isso já acontece no Oriente Médio. Não seria algo
novo.
Quem eram os torturadores na prisão?
Como eles procediam?
Eram os homens que integram o braço de
segurança do Hamas. Quando iam punir alguém, esvaziavam uma
cela e ligavam a televisão em volume bem alto para que os
outros não ouvissem os gritos de desespero. Na falta de uma
televisão ou rádio, começavam a rezar bem alto. Então,
colocavam agulhas embaixo das unhas dos suspeitos. Derretiam
embalagens plásticas e as colocavam sob a pele das pessoas.
Queimavam cabelos e pelos. Eram sessões de aproximadamente
meia hora. Às vezes, impediam o interrogado de dormir por
vários dias. Entre 1993 e 1996, dezesseis pessoas foram
mortas pelo Hamas em prisões israelenses. Sob tortura, as
vítimas confessavam as coisas mais absurdas. Como eu
digitava rápido, fui chamado para redigir muitos desses
depoimentos. Era loucura. Depois,
entregavam as confissões para os familiares. Caso o detento
fosse solto, seus parentes e amigos passavam a evitá-lo. A
vida social dele acabava.
O Hamas continua usando as mesmas
práticas?
Provavelmente, mas não na mesma intensidade
como no passado. Meu pai esteve detido em Megiddo e coibiu
muito as torturas. Ele mudou o jeito de pensar daqueles
homens. Mas o Hamas continua praticando-as. Quando pensam
que alguém colabora com Israel, torturam e matam. É isso o
que está acontecendo na Faixa de Gaza agora.
Ao contrário do que diz o Hamas,
Israel não é o principal inimigo dos palestinos, e sim
os próprios palestinos.
Quando foi a última vez que você
falou com seu pai? O que
ele disse para você?
Conversei com ele por telefone alguns dias
antes do lançamento do meu livro. Ele foi muito compreensivo
no início. Porém, após a pressão da sociedade e de
outros religiosos, ele não teve outra opção a não ser me
recusar. Desde então, não fala comigo.
Um dos principais desafios do mundo
hoje é conseguir que o Hamas participe das negociações de
paz. Existe a possibilidade de o grupo sentar-se com os
rivais do Fatah e com o governo de Israel para conversar?
Os líderes do Hamas até podem dizer que
buscam uma solução e dizer que abrem mão de Jerusalém como
capital. Mas eles não manterão a palavra simplesmente
porque o deus deles não permite isso. É um bloqueio
religioso. O Hamas não reconhece Israel. Ponto.
O Alcorão diz que os israelenses são
macacos e porcos. Toda vez que algum
representante do grupo obtém algum progresso, esbarram no
muro da ideologia ou no da religião.
De que maneira o Irã ajuda o Hamas?
O Irã treina soldados do Hamas e os prepara
para o combate em seu território. Muitos viajaram para lá em
anos recentes. E o Irã também dá apoio financeiro e
logístico. Como os membros do Hamas não podem ter contas
bancárias, pois isso é contra as decisões da comunidade
internacional, seus membros fazem contrabando de dinheiro.
Essa operação complicada ocorre de duas maneiras. A primeira
é usando as centenas de túneis que ligam a Faixa de Gaza ao
Egito. A segunda é pela fronteira terrestre nesse mesmo
local, aproveitando as viagens de membros do grupo para o
exterior. Em 2006, o primeiro-ministro do Hamas, Ismail
Haniya, foi pego quando tentava entrar na Faixa de Gaza com
35 milhões de dólares. Ele vinha do Irã e disse que o valor
era para pagar salários, remédios e armamentos. É comum que
esses homens do Hamas sejam detidos com dinheiro. Em 2009, o
ministro de relações exteriores do Hamas, Mahmoud Zahar, foi
flagrado com 20 milhões de dólares na mesma situação.
Segundo o Fatah, parte das notas tinha como destino o braço
militar do Hamas.
Sem esse apoio do Irã, o Hamas
ficaria enfraquecido?
O Irã é um dos
grandes patrocinadores dos terroristas,
mas não o único. Há muitos doadores no
Catar,
na Arábia Saudita,
na Síria
e no
Egito. São, em geral,
pessoas e empresas que entregam
parte de suas economias em
mesquitas,
com o objetivo claro de fomentar a resistência do Hamas.
Bloquear a ajuda iraniana pode
ajudar, mas não necessariamente enfraquecerá o Hamas.
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